Bosch destaca cinco tendências da IA na segurança rodoviária
A Bosch enumerou cinco formas pelas quais a inteligência artificial irá impactar a nossa segurança de condução nos próximos anos
A inteligência artificial gerativa tem-se posicionado como uma das ferramentas que desempenhará um papel crucial na nossa sociedade nos próximos anos. Este ramo da inteligência artificial, que se centra na geração de vários tipos de conteúdos como texto, imagens, áudio e dados sintéticos, já está presente em vários setores como o entretenimento, finanças ou a segurança.
No que diz respeito à segurança, a aplicação da IA generativa pode ser feita em diversas áreas, como é por exemplo o caso particular da segurança rodoviária. Esta tecnologia entra num contexto regulamentar europeu que coloca cada vez mais foco nos sistemas de assistência à condução. Sem ir mais longe, a partir de julho deste ano, vários sistemas ADAS (Advanced Driving Assistance Systems) serão obrigatórios em todos os veículos recentemente matriculados na União Europeia. Neste cenário, a IA generativa assume um papel importante na missão de melhorar a segurança rodoviária. Por esse motivo, a Bosch aponta cinco formas pelas quais a IA irá impactar este segmento:
1. Condução mais segura: A IA generativa pode ser usada para melhorar a segurança rodoviária através da criação de funcionalidades inovadoras que promovam práticas de condução seguras. Uma das iniciativas mais recentes é a levada a cabo pela Bosch, que uniu forças com a Microsoft para explorar como os veículos poderiam avaliar as situações e reagir em conformidade, proporcionando assim ainda mais segurança aos condutores num futuro próximo. Por exemplo, uma pessoa seria capaz de avaliar e interpretar que uma criança poderia aparecer atrás de uma bola no meio da estrada. Um sistema ADAS atual detetará apenas a bola, mas não irá além. Agora, com a IA generativa, podemos dar um passo em frente e permitir que a tecnologia interprete a situação como um ser humano faria.
2. Big Data para identificação de padrões: Outra aplicação da IA na estrada é a análise de dados telemáticos e de sensores em tempo real. Isto identificará padrões associados, por exemplo, à condução imprudente, e proporcionará intervenções personalizadas aos condutores, incentivando práticas mais seguras e reduzindo o risco de acidentes.
3. Deteção de perigos: A IA generativa e as ferramentas que dela derivam vão desempenhar um papel crucial na segurança rodoviária, ajudando os veículos a detetar objetos, peões ou ciclistas, principalmente em ângulos mortos. Estes sistemas vão utilizar sensores e algoritmos avançados para fornecer aos condutores uma visão completa da sua envolvente, permitindo-lhes identificar a tempo potenciais perigos e tomar as medidas necessárias para evitar acidentes. Por exemplo, além de detetar um pedestre, sensores
com inteligência artificial podem avaliar um possível trajeto do pedestre em direção à via e antecipar os sistemas de segurança do veículo para prevenir possíveis situações de risco.
4. Condução colaborativa: As novas inovações no domínio da condução vão centrar-se numa abordagem que reconheça e recompense as práticas de condução segura por parte dos utilizadores. O objetivo é incentivar e promover hábitos de condução positivos entre os condutores e proporcionar à condução um sentido de comunidade em que a segurança rodoviária é o mais importante.
5. Personalização da experiência de condução em tempo real: Através desta tecnologia, os sistemas telemáticos e os dispositivos IoT nos automóveis poderão recolher dados em tempo real com base no comportamento e preferências do condutor. Isto permitirá a personalização da experiência do utilizador e este aconselhamento personalizado ajudará a melhorar os hábitos de condução e contribuirá para melhorar a segurança rodoviária global. Por exemplo, os veículos serão capazes de ajustar automaticamente os assentos, a temperatura, a música e outros aspetos do ambiente do condutor com base nas preferências armazenadas.
Além disso, a inteligência artificial permitirá a manutenção preditiva, ou seja, a IA generativa será usada para prever e prevenir falhas nos veículos. Assim, dados de sensores e outros dispositivos poderão ser analisados para identificar possíveis problemas mecânicos antes que estes ocorram, o que permitirá a manutenção preventiva e até, se possível, uma atualização “over the air” da falha, evitando idas à oficina ou ao concessionário e reduzindo o tempo de inatividade do veículo.
A tendência para a mobilidade definida pela inteligência artificial e as suas possibilidades anda de mãos dadas com uma mudança na arquitetura centralizada dos veículos e dos sistemas elétricos e eletrónicos (E/E). Como líder em inovação e tecnologia, a Bosch lidera não só iniciativas para desenvolver o campo da IA, mas tornou-se recentemente o primeiro fornecedor automóvel do mundo a integrar funções de infotainment e assistência num único chip ao condutor.
“A Bosch está a trabalhar para trazer uma nova dimensão de aplicações de inteligência artificial para o veículo, com o objetivo de melhorar a assistência ao condutor e a segurança rodoviária. O grande desafio que enfrentamos é a adaptação dos avanços tecnológicos ao consumidor, o que exige encarar desafios como a utilização, a privacidade e segurança, a acessibilidade ou a educação. Superar estes desafios garantirá que os benefícios da IA sejam acessíveis e úteis para os consumidores”, afirmou Ricardo Olalla, vice-presidente da Bosch Mobility para Espanha e Portugal.