12 causas ASER do mês julho destaca embraiagens

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Embora a procura de carros automáticos tenha aumentado, as caixas de velocidades manuais continuam a ser as mais vendidas em Portugal

Com caixas de velocidades manuais ou automáticas, os veículos precisam de um elemento para transmitir ou interromper o movimento entre o motor e a caixa de velocidades, ou entre o motor e as rodas, em determinados momentos, como por exemplo ao mudar de velocidade.

Enquanto num veículo automático esta missão esteja a cargo do conversor de binário e é realizada sem intervenção direta do condutor, num veículo manual recai na embraiagem, que é operada diretamente pelo condutor ao carregar no pedal correspondente.

No entanto, nos últimos anos também houve um aumento do número de veículos equipados com transmissões semi-automáticas ou pilotadas em que, embora o pedal da embraiagem desapareça e isto pode levar-nos a pensar que o mecanismo da embraiagem também desaparece (como numa transmissão automática), na realidade o que é “automático” é a ação do condutor sobre o sistema de embraiagem e este continua a existir como um elemento de união/desunião entre o motor e a caixa de velocidades, mas com um sistema de acionamento mais complexo em que o pedal e o cabo da embraiagem são substituídos por um sistema eletrónico e hidráulico que automatiza a ação do condutor.

Mecanismo de acionamento
O rolamento da embraiagem assenta no diafragma e é a peça que empurra as suas placas para libertar ou pressionar o disco. Este rolamento é montado num garfo que é o que movemos quando carregamos no pedal da embraiagem, quer hidraulicamente quer com um cabo. Quando o pedal da embraiagem é totalmente libertado não há muito desgaste ou esforço, o problema é quando o pedal está totalmente premido e, sobretudo, quando está premido a meio caminho, à medida que o disco desliza contra o volante e o cubo, o que produz muita temperatura e desgaste, danificando também as corridas de rolamento de impulso e os dedos do diafragma (isto acontece, por exemplo, quando temos sempre o nosso pé no pedal da embraiagem).

Desde o volante ou volante de inércia, o movimento do motor é transmitido ao disco de embraiagem, graças à ação de impulso/pressão exercida pelo cubo da embraiagem e a partir daí, através da estria do eixo de engrenagem primário até à caixa de velocidades e às rodas. Quando pisamos no pedal, o rolamento empurra no diafragma do cubo e faz com que este liberte a pressão que exerce sobre o disco de embraiagem, cessando assim a transmissão do movimento.

Existem maus hábitos que levam a embraiagem a ter uma vida anormalmente curta. Quando pressionamos completamente o pedal e o disco se desengata do mecanismo de pressão, o rolamento de impulso está a exercer muita força e a desgastar-se, mas o que mais estraga a embraiagem é se carregarmos no pedal a meio caminho ou se tivermos o pé apoiado no pedal. Descer com a embraiagem a deslizar é exatamente o mesmo que descer uma passagem de montanha pressionando o travão e acelerando ao mesmo tempo, os discos ficam vermelhos e as pastilhas desfazem-se.

Alguns maus hábitos que encurtam o seu tempo de vida:
– Pé esquerdo apoiado no pedal – Isto coloca muito desgaste no disco e no rolamento de empuxo. O pé esquerdo nunca deve descansar sobre o pedal, exceto quando se muda de marcha ou se manobram.

– Desaceleração da embraiagem – Evite acelerar demasiado o motor enquanto carrega no pedal. Se o motor estiver a rodar a 4.000 rpm e as rodas estiverem praticamente estacionárias, estamos a submeter o mecanismo da embraiagem a 4 vezes mais desgaste do que se o motor estiver a 1.000 rpm.