“90% do que vendemos são marcas premium!”, Manuel Cardoso, Global Parts

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Com catorze anos de existência, a Global Parts já ganhou o seu espaço no mercado das peças aftermarket para veículos pesados, sendo hoje um dos players mais relevantes nesta área. Falamos com Manuel Cardoso, um dos administradores, e com o responsável da nova loja do carregado, Pedro Martins, que nos apresentaram as instalações e explicaram como se alcança o sucesso e o respeito do mercado

A Global Parts é uma empresa especializada em peças para veículos pesados de marcas como DAF, SCANIA, VOLVO, MERCEDES, MAN, IVECO e RVI e conta com pontos de venda em Portugal e Espanha apostando num serviço completo, profissional e competitivo, sempre com soluções adaptadas às necessidades de cada cliente. A empresa, criada há 14 anos, desenvolveu junto dos principais fornecedores de primeiro equipamento acordos de parceria estratégica, comercial e técnica, que lhe permitem dar respostas às suas necessidades. Em 2022 integrou o grupo de compras internacional GAUIb – Groupauto Unión Ibérica e, atualmente, conta com várias lojas na zona centro e sul do país (Leiria, Seixal, Vialonga e Faro) e 35 funcionários.

Novas instalações
Em setembro, a Global Parts inaugurou novas instalações no Carregado, com 1.500 m2 de área coberta e centralizou o stock de peças neste espaço. Foi precisamente neste âmbito que o Jornal das Oficinas foi entrevistar Manuel Cardoso, administrador da Global Parts, para perceber a mais valia que estas novas instalações vão representar no funcionamento diário da empresa. “A nossa preocupação maior era encontrar um espaço com dimensão para a operação logística, para fazer de armazém central, porque o que tínhamos em Vialonga – e continuamos a ter – era limitado, pequeno, e encontrámos este local onde vamos centralizar o stock, aproveitando a localização, o armazém central, a operação logística e, simultaneamente, criar um ponto de venda para chegar ao mercado do Carregado, que acaba por ser muito importante no setor dos pesados. Temos, dois armazéns, um com 800 e o outro com 700 m2, que já estão ligados por dentro, logo passamos a dispor de 1500 m2”, começa por nos dizer o responsável.

A aposta de integrar o Groupauto Unión Ibérica (GAUIb) foi feita em 2022 e tem sido, segundo Manuel Cardoso, muito positiva: “Estamos completamente satisfeitos. Se fosse hoje, agora com mais conhecimento, voltaríamos a tomar a mesma decisão. Não expandimos o nosso portefólio em função dos fornecedores do grupo, talvez com uma ou outra exceção. Mas conseguimos reforçar a ligação que tínhamos, porque naturalmente, quando falamos com eles é com outro peso e temos uma partilha de conhecimento e de informação neste setor, o que é positivo”, refere, explicando que o Groupauto Unión Ibérica (GAUIb), “muito mais do que um grupo de compras, é um grupo de serviços e foi talvez o primeiro grupo, na área dos pesados, que se preocupou efetivamente com o serviço e com a oficina, porque na prática este negócio passa pela oficina independente, e a oficina independente tem muita necessidade de informação, tem necessidade de conhecimento e de formação do seu pessoal. Foi criado por este grupo o conceito «Top Truck», que é do Groupauto Unión Ibérica (GAUIb) e que tem, em Portugal, um parceiro exclusivo, a marca Top Truck, mas o conceito surge ainda noutra designação, que é a Intertrucks. A Intertrucks tem exatamente o mesmo nível de serviços da Top Truck e ambos são muito importantes para a oficina. Somos fornecedores de algumas oficinas Top Truck e, não há dúvida nenhuma de que a ligação que se cria ao nomear uma oficina é muito grande, porque podem ser criados aqui alguns mecanismos para fidelizar. E a fidelização é um dos fatores mais importantes para o sucesso de uma oficina”, considera.

Marcas premium
No que toca ao portefólio da empresa, Manuel Cardoso salienta que as marcas são todas importantes, algumas, claro, com mais peso do que outras: “essas são marcas sobejamente conhecidas, como a Petronas, a Bosch, a Knorr-Bremse, a Wabco, a Sachs, a Valeo, são as marcas que mais fornecem o primeiro equipamento, que também, por sua vez, mais peso têm no nosso negócio. Porque aproximadamente 90% daquilo que nós vendemos são marcas de primeiro equipamento. Por isso, não tem sentido termos marca própria, contudo, promovemos e aproveitamos uma marca do Groupauto, a Axcar, que tem alguns produtos mais acessíveis, com fornecedores testados e que faz todo o sentido para nós. Uma clara opção de qualidade a bom preço”, esclarece, mencionando que adicionaram recentemente uma marca ao portefólio, a Vitesco, que são “fabricantes de sensores NOx e sensores de gases de escape”. Questionado sobre a relação com a Global Parts Ibérica, Manuel Cardoso responde que “é uma empresa que foi constituída em simultâneo com a Global Parts de Portugal, mas com uma estrutura societária diferente. A Global Parts Portugal tem uma participação na empresa e a Global Parts Ibérica tem, por sua vez, uma participação na Global Parts Portugal. É uma participação cruzada. Ao nível de gestão são independentes, apesar de trilharmos um caminho paralelo. Por exemplo, quando entrámos no Groupauto Unión, entrámos ao mesmo tempo”, explica.

Sobre ações de formação, o nosso entrevistado conta que têm “na calha para este ano, apesar de as coisas terem andado um pouco mais paradas, já acertámos algumas parcerias com as marcas. Fazemo-lo sempre em parceria”, diz, acrescentando que o espaço para formação é em Vialonga e “vai continuar a ser. Como temos outros locais onde fazemos formação, não o vamos fazer no Carregado. Temos em Vialonga, que continua a ser a sede de empresa, temos no Seixal e em Leiria mais duas salas de formação”.

A empresa emprega neste momento 35 pessoas, mas a organização dos funcionários não é centralizada. Manuel Cardoso nota que “há empresas que privilegiam ter os comerciais ligados a uma estrutura central, dirigidos por um diretor comercial, que gere todos os comerciais, nós não. Nós temos as lojas, que têm um gestor de loja, e depois temos os comerciais de cada loja a responder a esse gestor. Temos seis comerciais a visitar os clientes e estes fazem um bom trabalho porque utilizam os meios online, as redes sociais, o WhatsApp e o nosso portal para contactar os clientes”.

A Global Parts serve-se de um portal “que foi disponibilizado pelo grupo e que é comum a todos os sócios e que se chama Gsmart. Através desse portal, os comerciais que andam na rua conseguem dar resposta imediata ao cliente sobre a disponibilidade, o stock e, nomeadamente, a identificação de referências”, fala-nos, com orgulho, da plataforma B2B. “Existem vários clientes a utilizar o portal para colocar encomendas e está em crescimento, ainda que não seja exponencial, tudo porque neste negócio das peças para pesados, o contacto, as conversas, ainda são muito importantes”, acredita, dizendo que no call center “as pessoas registam e tratam encomendas, que já vêm totalmente fechadas”. Também na questão das entregas são as lojas que gerem, em função da realidade e da necessidade de cada zona onde está inserida a loja: “Temos, naturalmente, motoristas para fazer as entregas com os nossos próprios meios, porque há sempre a necessidade de fazer uma entrega urgente imediata e para isso o transportador, por muito bom que seja, não vai servir porque o carro não é nosso. Portanto temos, para além dos motoristas, selecionados para cada loja, os transportadores que melhor se adaptam à região, para tentarmos sempre garantir entregas bi-diárias aos clientes”, diz-nos.

Para a Global Parts há dois pilares como clientes, as oficinas e as frotas. O retalho também tem espaço, mas não representa “uma grande fatia. No caso dos pesados, a maior parte das empresas tem a ambição de comprar diretamente aos fornecedores. Não existe esta noção do importador e do retalhista”.

Crescer no mercado interno
Leia o artigo completo na edição impressa do Jornal das Oficinas de outubro/novembro, aqui.