Mercado Automóvel recupera em janeiro
Segundo o Standvirtual, janeiro continuou com uma dinâmica de mercado negativa (-12%), em relação ao mesmo mês do ano passado, o que demonstrou mais oferta do que procura, mas recuperou face aos meses anteriores. Adicionalmente, verificou-se um aumento de oferta de carros novos e uma diminuição da importação de -8% face ao mês anterior, mas acima do período homólogo do ano passado e do pré-pandemia
A transferência de propriedade de ligeiros de passageiros teve um decréscimo de -5% em dezembro de 2022, face ao mês homólogo de 2021. Regista ainda um decréscimo de -12% em comparação com dezembro de 2019. Com os dados anuais completos, verifica-se que 2022 teve um ligeiro aumento de +1% dos registos de propriedade face a 2021, mas -11% abaixo de 2019.
No que diz respeito aos veículos importados (ligeiros de passageiros), há um crescimento de +33% em janeiro, face ao mesmo mês de 2019, e de +13% face a 2022, que se relaciona com a falta de stock nacional. No entanto, diminui -8% face a dezembro.
Por tipologia de combustível, a importação continua a acontecer sobretudo nos carros a gasóleo, ainda que a decrescer gradualmente para cerca de 60% das importações, seguindo-se a gasolina, que representa 30% das importações. Os veículos eletrificados representam cerca de 10% das importações, sobretudo de veículos 100% elétricos (BEV).
O preço médio praticado pelos vendedores profissionais, que vinha a subir progressivamente desde agosto de 2021, manteve-se estabilizado desde novembro do ano passado, em cerca de 23.500€. Esta estabilização representa, ainda assim, um aumento de cerca de +10% do preço face a janeiro de 2022, quando o valor médio se fixava em 21.400€.
Nos modelos mais representativos no Standvirtual, com 50 mil quilómetros e a diesel, manteve-se a estabilização dos preços, nomeadamente o Renault Megane Sport Tourer (23.000€), bem como o Renault Clio (18.000€). O Nissan Qashqai (25.000€) e o Mercedes-Benz A180 (32.000€), que em dezembro subiram ligeiramente, também estabilizaram.
De acordo com os dados fornecidos pela BCA, os preços mantiveram-se estáveis no retalho, mas desceram ligeiramente no comércio em janeiro, face ao mês anterior.
Segundo dados da ACAP, em janeiro verificou-se um aumento de +43% no total do mercado automóvel face ao mesmo mês de 2022, mas ainda abaixo do pré-pandemia. As energias alternativas (veículos eletrificados e híbridos GPL) representaram cerca de 48% do mercado total de ligeiros em janeiro de 2023.
Diogo Mota, Diretor de Usados do Grupo Filinto Mota, comentou que “o ano 2022 foi difícil, mas acabou por correr bem. Os preços subiram, o que valorizou os stocks. A parte difícil foi reabastecer, mas fomos conseguindo com estratégias diferenciadas. Andamos a investir muito em tecnologia, que foi a nossa principal preocupação, e começámos a ter dados interessantes e a perceber em tempo real a procura. Tal permitiu monitorizar os vendedores e ajudá-los nas taxas de conversão, permitindo ver o negócio de forma analítica, o que ajudou muito”. O orador refere que janeiro foi melhor e subiram as vendas face a dezembro, mas chama ainda a atenção de que nas análises “matrículas e as vendas são coisas diferentes. Houveram muitas matrículas novas, mas não houveram muitas vendas”.
Para Miguel Ramalho, Diretor Comercial da Carmisio, “a partir de finais da segunda semana de janeiro, as vendas foram melhores e até superaram as expectativas. A grande vantagem das sinergias com as rent-a-car e renovação de frotas é que as encomendas dos novos começam a chegar, o que permite libertar viaturas para termos oferta de outro parque para os clientes. Começamos a ter diversidade em termos de oferta, mas a procura tem sido mais pequena. Começa a haver fornecimento e as viaturas estão a chegar mais cedo ao mercado. Neste momento estamos a sentir dificuldades com os financiamentos, mas temos de arranjar soluções”.
Edgar Pinto, Coordenador de Operações da Abílio Pinto, referiu “a nossa operação sempre foi muito suportada pelo mercado nacional e mantemos isso como uma das principais bases. Com as transformações no mercado tivemos de nos adaptar à necessidade e falta de produto e passámos a procurar no mercado europeu, com os critérios que definimos para as nossas viaturas e mantendo a qualidade. Estamos a fazer importação, mas não será mais de 10%. Se o carro não tiver o histórico de manutenção, já não importamos, por exemplo”.