Aprender de forma ativa

Claro que somos todos diferentes, portanto, o que serve para uns, poderá não servir para outros. No entanto, todas as evidências sugerem que aprender pela “prática” é o melhor método, ou seja, aprender de forma ativa em vez de passiva
A Aprendizagem Passiva é o método de aprender ou instruir onde os estudantes recebem informações dos instrutores como instruções diretas ou de leitura. Este estilo de aprendizagem é centrado no professor. Por outro lado, a Aprendizagem Ativa é o método onde os formandos possuem um papel participativo ou ativo no processo de aprendizagem. Formandos e formadores interagem num diálogo cooperativo. Este estilo de aprendizagem é centrado no estudante. Existe um certo cruzamento entre estes métodos e, por exemplo, é possível realizar uma aula menos passiva se incluir atividades e/ou os estudantes interajam ao realizar questões. Para ilustrar este método, iremos de seguida comparar as experiências de aprendizagem numa oficina, numa sala de aulas e utilizando manuais.
Autoaprendizagem com Manuais
Existem diversos benefícios ao aprender através de um manual. Está disponível sempre que necessitar, pode voltar a lê-lo quando necessário, pode tomar a decisão de onde começar e o ritmo da sua aprendizagem e pode decidir que manuais utilizar em primeiro lugar. A principal desvantagem da autoaprendizagem através de um manual é não ter a possibilidade de realizar questões sobre algo que não perceba ou necessite de clarificação. O segredo para retirar o máximo de um manual (ou qualquer outro conteúdo escrito) consiste em lê-lo ativamente. Por exemplo, criar notas, destacar partes importantes e pesquisar ainda mais sobre algo que não perceba. Muitas pessoas preferem os manuais tradicionais em papel, mas os eBooks possuem hoje em dia algumas funcionalidades de interatividade interessantes.
Aula em sala de aula
O próximo passo após a autoaprendizagem através de um livro ou documento consiste na aprendizagem em sala de aula, embora esta ainda possa ser um processo passivo caso o aluno escolha não se envolver. Uma vantagem clara é que tem a possibilidade de realizar questões. Um bom orador irá também conseguir tornar o processo divertido e provavelmente ilustrar o tema através da experiência pessoal. Uma desvantagem é que ouvir pode ser um processo cansativo. É provável que numa boa apresentação em sala de aula seja pedido ao aluno que realize atividades. Por exemplo ao pensar num tópico específico, discutir com um parceiro e talvez partilhar com a turma inteira. No entanto, o segredo consiste, novamente, em ser ativo e ter o controlo da sua própria aprendizagem, tirando notas e fotos dos slides importantes e fazendo perguntas aos formadores.
Prática numa oficina
Especialmente tendo em conta que a maioria do trabalho desenvolvido numa oficina é prático, aprender de forma prática é de longe a melhor opção. Lembramo-nos sempre mais quando realizamos uma atividade prática. Fazer algo de forma ativa parece funcionar melhor pois utiliza diferentes partes da nossa memória. Numa oficina é encorajado a realizar perguntas ao formador, mas também partilhar experiências com outros torna-se útil. É muito mais fácil permanecer desperto e ativo nesta situação, mas tirar notas e manter-se envolvido são os aspetos principais, como sempre. Uma potencial desvantagem de aprendizagem numa oficina prática é o acesso ao equipamento, mas isto irá depender sempre do estabelecimento em particular e o número de participantes. Grandes ecrãs são uma excelente forma de ver o que se está a passar.
Como uma última observação, uma boa aprendizagem irá quase sempre existir se as situações descritas acima forem combinadas de forma eficaz. Por exemplo, leia a seção de um livro, participe numa palestra e depois realize as tarefas numa oficina.
Pode ler esta informação na edição impressa do Jornal das Oficinas, de fevereiro/março.



