A arte da resiliência, Carla Marques, N peças
Seja pelo receio deste vírus impetuoso que tomou de assalto a nossa pacata vida, de seu nome SARS-CoV-2, seja pelo tsunami que o mesmo provocou na economia mundial arrastando-a para um abismo que ainda agora começamos a vislumbrar a sua verdadeira dimensão, seja até pela perda de liberdade que nos trouxe amarrando-nos em nós mesmos e retirando-nos a essência do sermos humanos – conviver. Somos uma espécie que vive dos contactos, dos afetos, da vida em comunhão uns com os outros.
A verdade é que o nosso hoje é bem diferente do ontem.
E então???
Vamos ficar sentados, carpir as mágoas e rezar por um milagre que nos venha salvar?
Não!
Vamos fazer o que sempre fizemos desde que o ser humano habita este planeta – ser resilientes!
O desconhecido convive connosco desde sempre. Ninguém sabe o dia de amanhã. Não o sabemos hoje nem nunca o soubemos. E continuamos cá. Uma espécie cada vez mais evoluída, capaz, determinada e focada em ser cada vez melhor.
Fomos dos poucos setores que passaram ao lado desta tormenta e isso traz-nos a responsabilidade de estarmos na linha da frente da recuperação
Se sempre fomos assim, porque seria diferente agora? É agora que vamos mostrar de que é feito o nosso ADN – de garra, vontade, determinação e fé. Cada um de nós tem a responsabilidade de se manter firme, continuar e contribuir mais que nunca para rapidamente deixarmos para trás todas as dificuldades atuais.
Se olharmos bem nem tudo é negro. Existem possibilidades, novas oportunidades espreitam, os mercados querem animar, a economia anseia por um shot de energia. E o nosso sector tem neste momento um papel essencial. Fomos dos poucos que passaram ao lado desta tormenta e isso traz-nos a responsabilidade de estarmos na linha da frente da recuperação.
Os veículos continuam a circular, a necessitar de manutenção, as oficinas a trabalhar, as fábricas a produzir. Temos tudo para bem servir os clientes. Para manter os negócios ativos. Para ter iniciativas, desenvolver novas ideias, criar redes estratégicas entre os diferentes players.
Pelo contrário, este não é o tempo de nos andarmos a guerrear desenfreadamente rebentando com as regras do mercado na procura fácil de mais uns euros. Concorrência é fundamental. É dela que nasce a nossa capacidade de nos tornarmos melhores. O monopólio sempre foi a essência da estagnação. Mas a concorrência leal, respeitosa. Não o vale tudo.
A economia precisa de todos e todos precisamos uns dos outros.
E, talvez por estar neste sector há já alguns anos, acredito realmente nele e na capacidade de quem nele trabalha. E não duvido que daqui a uns tempos vão analisar a situação e perceber que tivemos a capacidade de superar, de recuperar de adversidades.
Somos resilientes e vamos prová-lo!