“A mudança para os VE não será tão rápida como se previa”

“As oficinas que ainda não investiram em equipamento, formação e ferramentas já o deviam ter feito”, considera Miguel Pinto Ribeiro, Gestor de Produto da Divisão Automotive da FUCHS Lubrificantes, que, ainda assim, nota que “as recentes tendências do mercado têm revelado que a mudança para os veículos 100 % elétricos não será tão rápida como se previa, com os veículos PHEV a ganharem destaque pela sua polivalência e autonomia. Independentemente da quota que cada tipo de veículo venha a conquistar, a FUCHS disponibiliza um portfólio cada vez mais abrangente e cada vez mais sustentável, com fluidos altamente evoluídos a nível tecnológico”
O mesmo alerta que “a renovação do parque automóvel circulante é um processo lento. Por isso, prevemos uma diminuição no consumo dos óleos de motor na ordem de apenas 15 % até 2030”.
O responsável acredita que “cada vez mais se recorrerá a componentes que permitam a sua reutilização. A FUCHS tem sido pioneira com uma filosofia assente numa produção sustentável «gate-to-gate» e continua a desenvolver esforços para atingir uma produção net-zero «cradle-to-grave», ou seja, desde a matéria-prima até à reconversão ou eliminação. O respetivo programa da FUCHS chama-se ACT (Advanced Circular Technologies) para agregar todos os produtos e iniciativas da tecnologia circular avançada e também porque ACT convida para a ação. Frutos do ACT são, por exemplo, embalagens 100% recicladas e 100% recicláveis”, explica.
Miguel Pinto Ribeiro repara que “quase semanalmente, aparecem novas marcas de lubrificantes no nosso mercado, a maior parte com qualidade duvidosa. Agora, num mercado altamente competitivo como o nosso, a agressividade de preços é sempre um desafio para as marcas que oferecem uma qualidade superior, mesmo que a equação custo/benefício seja bem mais vantajosa. Por isso, a FUCHS acrescenta a mais-valia do serviço a produtos premium muito específicos e de alta tecnologia: somos verdadeiros parceiros com a nossa presença direta em Portugal, o conhecimento profundo do mercado, a gama alargada, a oferta de formação e a inovação tecnológica e ambiental dos nossos produtos”.
O gestor destaca a “concentração extrema das empresas que distribuem peças, mas esta tendência pode, eventualmente, inverter-se, sobretudo com novos players especializados em veículos 100 % elétricos. Na FUCHS confiamos na estabilidade”. Sobre como serão feitas as encomendas aos fornecedores, num futuro próximo, o nosso entrevistado responde que “a elevada competitividade do negócio leva sempre a uma otimização contínua dos stocks. No entanto, a falta de disponibilidade é uma venda perdida. Por isso, a FUCHS tem, em Portugal, um stock muito folgado”.
Para o responsável, “a IA terá um papel muito importante nos processos que possam ser automatizados e vai libertar recursos para outras tarefas mais sensíveis como o atendimento ao cliente, o contacto e a negociação com os fornecedores, a preparação de ações de marketing específicas, etc.”.
O gestor acrescenta ainda que “a FUCHS está focada em continuar a crescer e atingir os resultados definidos no programa FUCHS 2025. Este conceito de inovação considera os três megatrends atuais: a mobilidade elétrica, a sustentabilidade e a digitalização. Esta abordagem dá-nos plena confiança de sermos capazes de acompanhar, e até de liderar, a evolução tecnológica do mercado Aftermarket. Com as nossas soluções, queremos estimular, possibilitar e facilitar a inovação dos nossos clientes”, termina.
Esta entrevista também está disponível na edição impressa e online da Revista TOP100 Distribuidores 2024, aqui.




