“A nossa preocupação é continuar a servir bem os clientes”, Álvaro de Sousa, ASB
Junho 2024 marcou a inauguração das novas instalações da ASB – Álvaro de Sousa Borrego, em Palmela. O Jornal das Oficinas foi conhecer o novo espaço do distribuidor de tintas para repintura automóvel que, além de melhorar as condições logísticas da empresa, permitirá desenvolver dois novos departamentos: a ASB Consulting e a ASB Academy. O administrador, Álvaro de Sousa, quer consolidar-se no mercado e não rejeita a hipótese de vir a comprar empresas concorrentes
Tem as portas abertas desde 1977, dedicada ao comércio e distribuição de tintas para a Repintura Automóvel, e inaugurou recentemente novas instalações em Palmela, que vêm dar novo fôlego à casa. A ASB – Álvaro de Sousa Borrego é gerida por Álvaro de Sousa, filho do fundador, que quer deixar condições “à próxima geração para desenvolver o futuro”. Com 900 metros quadrados de área coberta, a aposta maior foi “no aspeto logístico, nomeadamente no logradouro, na disponibilidade de estacionamento, no parqueamento, cargas e descargas e na funcionalidade do processo”, conta-nos, revelando que a ideia será, em particular, desenvolver os dois novos departamentos: o ASB Consulting e a ASB Academia”.
Rentabilizar negócios
Mais do que distribuir produtos na área da repintura automóvel, a Álvaro de Sousa Borrego investe agora na rentabilização dos negócios dos seus clientes. Assim, na ASB Consulting, a parte da consultoria, o objetivo “é apoiar o cliente nos seus projetos, na análise da rentabilidade do seu negócio, de forma a analisar o que está positivo e o que está menos bom, para ajudar o cliente a corrigir o que está menos bom”, explica Álvaro de Sousa. Já na ASB Academia, a ideia é “criarmos pequenos grupos de trabalho, pois sentimos que há uma pequena carência na sensibilização e na formação nos nossos clientes. Queremos chamá-los cá para podermos criar módulos específicos às necessidades de cada um deles. Será possível fazer uma formação na área teórica e vocacionada para produtos não pulverizáveis. Ou seja, na área dos abrasivos, das máquinas, dos polimentos, da chapa, nada do que produza pulverização, contaminação ambiental ou no meio ambiente, porque não temos cabine de pintura. Portanto, não vamos aplicar produtos químicos de pulverização”, esclarece. As novas instalações contam também com um laboratório, que será para a “área de afinação de colorimetria, para satisfazer os pedidos de cor dos nossos clientes”, afirma Álvaro de Sousa.
Spies Hecker, a marca da casa
A ASB – Álvaro de Sousa Borrego tem um portefólio completo de todo o tipo de produtos necessários para esta área de negócio. O «core-business» está amplamente ligado à Spies Hecker, mas há outras que se destacam na casa: “temos um crescimento na linha Syrox, que pertence ao grupo Axalta, e são essas que sustentam a nossa empresa. Trabalhamos a 3M e a Paleta, que é uma marca de produtos de segunda linha. Depois, temos a Rupes, a Sata e Anest Iwata. Não sendo o nosso «core-business», trabalhamos também, em situações pontuais, com equipamentos de chapa, cabines de pintura e elevadores, mas não são situações diárias. Em conjunto com os nossos parceiros conseguimos montar uma oficina de repintura chave na mão”, afirma o administrador. O mesmo responsável faz questão de mencionar as ferramentas digitais já disponíveis na Spies Hecker, salientando, a título de exemplo, a máquina de mistura automática mais rápida do mundo, que é totalmente mãos livres: “Desde a leitura a encontrar à mistura, o processo total de gestão de cores Axalta Irus Mix é a chave para corresponder a cor com precisão, de forma rápida e económica para maximizar a rentabilidade e minimizar o impacto ambiental. Contamos ainda com o programa Drivus da Axalta, que nos ajuda a analisar os rácios da oficina, um serviço que nós prestamos gratuitamente ao nosso cliente”. Sabendo, de antemão, que o tempo que as viaturas estão paradas na oficina é fulcral para o sucesso ou insucesso de cada um dos seus clientes, Álvaro de Sousa indica os produtos que podem tornar as casas mais rentáveis: “Esta nova geração de «Fast Repair» tem sido um sucesso, com o verniz 8810 e a linha Hi-TEC, que têm um processo muito simples e rápido de aplicação e de secagem e com uma economia energética bastante importante. Esta é uma solução tática para oferecer às oficinas não só um maior rendimento, como reduzir custos operacionais e conseguir negócios adicionais. A tecnologia pioneira da Axalta utilizada no novo verniz 8810 acelera significativamente os processos de trabalho nas oficinas, com os tempos de secagem a permitir que uma reparação padrão demore apenas uma hora”, enaltece o proprietário da ASB.
Mercado estabilizado
O responsável da ASB considera que, neste momento, o mercado “está estável, não temos grandes crescimentos e, devido a todo este processo de transição de instalações, de mudança, de adaptação e de criação destes novos serviços e ferramentas para servir o cliente, não conseguimos desenvolver muito o nosso negócio. Até porque preferimos consolidar e prestar um bom serviço, porque a nossa preocupação é servir bem os clientes”. Todavia, desengane-se se fica no ar alguma ideia de estagnação. Álvaro de Sousa quer desenvolver a ASB e di-lo taxativamente: “Queremos chegar a novos clientes, pretendemos crescer, estamos abertos a novas soluções e estamos, até, abertos para aquisições, se o mercado estiver disponível. Se houver parceiros que estejam disponíveis, estamos abertos a isso, obviamente. Aliás, é uma coisa que tenho andado à procura, de alguma empresa do setor que esteja à venda e às vezes aparece”, diz-nos, confiante. A seu ver, num mercado “pequeno”, como é o português, “para se ter empresas rentáveis e prestar um bom serviço de assistência técnica, comercial, consultoria e formação, tem que se ter escala e para tal, temos de ter mercado”, explica. Neste sentido, “como o mercado está muito disperso, com 200 quilómetros de largura e 700 de comprimento e com o número de oficinas que temos, tem que haver boas parcerias com colegas… ou através de fusões e aquisições. É o que eu vejo no futuro”, antevê o proprietário da ASB, que acredita que o mercado irá mudar: “A nova geração, não se preocupa tanto com o automóvel como hoje. Utiliza muito mais o renting ou o sharing, como sabem, não ter carro é parte da nova mobilidade. O mercado em si, o consumidor, vai alterar-se. Portanto, os atores de mercado também irão mudar”, defende.
Leia o artigo completo na edição impressa do Jornal das Oficinas de outubro/novembro, aqui.