AkzoNobel funde-se com a Axalta Coating Systems

2019 - AkzoNobel compra Axalta Coating Systems

A indústria mundial de tintas vive um dos seus maiores movimentos da última década. A AkzoNobel anunciou um acordo de fusão com a Axalta Coating Systems numa operação integralmente realizada por troca de ações, destinada a criar um novo líder global no setor

Segundo comunicado conjunto, a AkzoNobel oferecerá 0,6539 das suas ações por cada ação da Axalta, uma equação que resultará numa empresa combinada avaliada em mais de 21 mil milhões de euros. Como parte do acordo, a AkzoNobel pagará ainda um dividendo especial até 2,5 mil milhões de euros aos seus acionistas antes da conclusão da transação.

A nova entidade, que será cotada na Bolsa de Nova Iorque sob um novo nome ainda não divulgado, terá uma estrutura acionista dividida entre 55% para os acionistas da AkzoNobel e 45% para os da Axalta. A finalização da fusão está prevista entre o final de 2026 e o início de 2027, após a obtenção das aprovações regulatórias.

Sinergias de 600 milhões e liderança no setor automóvel

A integração combina a forte presença industrial da AkzoNobel com a especialização e a capacidade comercial da Axalta, especialmente no segmento das tintas automóvel, onde ambas as empresas têm posições consolidadas.

De acordo com as empresas, o novo grupo prevê sinergias operacionais e financeiras de 600 milhões de dólares antes de impostos, sendo que 90% deverão materializar-se nos primeiros três anos após o fecho da transação.

A estrutura da empresa resultante incluirá sedes duplas em Amesterdão e Filadélfia, gerindo na Península Ibérica um portefólio alargado que reúne marcas como Sikkens, Lesonal e Dynacoat (AkzoNobel) e Spies Hecker, Standox, Cromax e Syrox (Axalta).

17 mil milhões de dólares em faturação e forte aposta em I&D

Em termos operacionais, a nova empresa nasce com projeções ambiciosas:
– 17 mil milhões de dólares em receitas anuais;
– 3,3 mil milhões de dólares de EBITDA ajustado;
– 1,5 mil milhões de dólares de fluxo de caixa;
– 400 milhões de dólares anuais dedicados a investigação e desenvolvimento;
– 91 centros de investigação e mais de 3.200 patentes ativas ou pendentes.

“Aceleraremos o nosso crescimento”

Greg Poux-Guillaume, CEO da AkzoNobel, sublinhou o alcance estratégico da fusão, afirmando que a união das duas empresas permitirá “acelerar o crescimento ao combinar tecnologias, experiência e talento humano altamente complementares para desenvolver todo o nosso potencial conjunto”.

Com esta fusão, a AkzoNobel e a Axalta colocam-se no centro de uma reconfiguração do setor, criando um gigante com escala global, forte capacidade de inovação e presença expandida nos mercados industrial e automóvel.