“Apoiamo-nos na competição para dar visibilidade à Maxxis”, EasyPneus

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Localizada em Beja, a EasyPneus tem quase vinte anos de atividade como distribuidor de pneus. É distribuidor exclusivo da marca Maxxis – que é o 9º produtor de pneus a nível mundial – para pneus ligeiros, 4×4, comerciais e motos e orgulha-se de estar a desenvolver, em parceria com a marca, um novo pneu de competição TT

A EasyPneus é ainda distribuidor exclusivo para Portugal da marca CST Tires, do grupo Maxxis Tires, no segmento moto de 2 e 4 rodas. Fomos saber mais sobre a empresa que está focada não só na competição, como também no desenvolvimento do potencial agrícola da região sul. A EasyPneus abriu portas em 2006 na cidade alentejana de Beja pelas mãos do fundador e atual diretor geral Daniel Mestre. Surgiu alavancada pelo forte crescimento agrícola daquela região e desde sempre tem estado ligada à agricultura. Regressado do estrangeiro, há 19 anos, Daniel Mestre sentiu que havia falta de casas de pneus na zona e começou de imediato o negócio numas pequenas instalações, crescendo e adaptando-se à realidade do mercado local. Atualmente, a EasyPneus ocupa uma posição de destaque no panorama alentejano e nacional dos pneus. Conta com 18 colaboradores (quatro na mecânica, oito na montagem de pneus, três na parte administrativa e ainda três comerciais) e, para além de serem distribuidores, têm uma oficina de montagem de pneus e outra de motos.

Maxxis é bandeira da casa
Como distribuidor, a EasyPneus está grandemente ligada à Maxxis e tem vindo a crescer com a marca e também com aquilo que têm feito no mercado nacional. De acordo com Daniel Mestre, o diretor-geral da EasyPneus, este “é um pneu que se destaca, até porque a Maxxis oferece um produto que abrange todos os segmentos, os ligeiros, os 4×4, os comerciais, motos de estrada, motos de pista, scooters, a parte da competição, tudo… temos um grande projeto em construção, que estamos a liderar. Apoiamo-nos muito na competição para dar visibilidade à marca, tanto no Enduro, no Motocross, no Nacional Todo-o-terreno, no Nacional de Trial e, na verdade as outras marcas não têm esses segmentos que trazem essa visibilidade”.

A parceria tem sido tão frutífera que a EasyPneus se envolveu diretamente com a Maxxis no desenvolvimento de um novo produto para competição, cujos testes são realizados na zona de Beja, juntamente com os engenheiros da marca, e cujo lançamento vai ser feito em setembro numa prova do Mundial de Rally Raid a realizar no nosso país e que conta para o campeonato do mundo.

“Normalmente os pneus que se utilizam em Portugal, nas Bajas e no Nacional de Todo o Terreno, são pneus que vêm de origem com os carros. Mas para estas provas são necessários pneus completamente diferente. São pneus que têm que ser desenvolvidos de raiz, a carcaça tem que ser completamente reforçada, os materiais que são utilizados são distintos, e os pneus são sujeitos a um tipo de stress que é inimaginável. Depois, é preciso pensar numa «coisa» muito importante, que é a fiabilidade: motor, piloto e pneus, tudo conta neste tipo de corridas. Porquê? Porque levam duas rodas suplentes e se têm três furos a corrida acaba, os pneus são uma parte mesmo muito importante. É a mesma coisa se o motor falhar, acabou-se a corrida porque não podem levar um motor suplente. Ou seja, no outro dia podem arrancar, mas lutar pela vitória está excluído. Este tipo de corridas são corridas bastante caras, as inscrições são caras, toda a logística e todo aquele aparato é caríssimo, pelo que os pneus têm ali um papel fundamental”, salienta o nosso interlocutor, orgulhoso do projeto que têm em mãos.

O Maxxis Razr Raid+ já está em testes há cerca de três anos e só agora verá, finalmente, a luz do dia, com Daniel Mestre muito expetante sobre os resultados positivos que daí virão: “se as pessoas virem que estamos a ganhar corridas bastante duras com os pneus Maxxis, isso prova que o projeto tem que ser bom, isso leva-nos para cima e dá-nos notoriedade”, considera, acreditando que podem fazer face ao principal (e mais antigo) concorrente, a BF Goodrich, que leva a vantagem de estar alicerçada na base de R&D da Michelin.

Estratégia simplificada
A EasyPneus não vende ao cliente final e apenas distribui a profissionais, com Daniel Mestre a garantir que “até o nosso B2B online, que é uma loja, só permite aceder com um login de profissional”. Por outro lado, a empresa escolheu distribuir poucas marcas, mas com elas “chegar a diversos tipos de mercado”, como é o caso da CST, que assumiram em 2024 e que tem “pneus para tudo, desde as duas rodas às quatro rodas, é uma espécie de gama baixa da Maxxis”, revela Daniel Mestre, que nota que este é um “fabricante com muita qualidade e com um preço competitivo. Esta marca é curiosa porque produz tudo, desde pneus para cadeiras de rodas, bicicletas, moto 4, carrinhos de golfe, e nós ficámos com todos esses segmentos. É um nicho de mercado que parece que não é importante, mas que é, até porque há menos concorrência”, frisa. Já no que diz respeito ao segmento agrícola, a EasyPneus trabalha diretamente com a Trelleborg, que agora é Yokohama TWS (Trelleborg Wheel System), e da qual representa, para a zona Centro-Sul, a Trelleborg, a Mitas e a Cultor, sendo esta última exclusiva a nível nacional e permitindo “fazer vendas interessantes”, assume. Daniel Mestre falou ainda da Mitas, pneus de alta gama que são equipamento de série de tratores de todas as marcas mundiais. “Não temos assim tantas marcas, mas com aquelas que temos chegamos a diversos nichos de mercados”.

Competição e agricultura
Sendo uma empresa com 19 anos de mercado e na constante senda da evolução, no futuro a aposta será na competição, onde já são fortes, mas a ideia é não descurar a parte agrícola. “Na área do Alto e Baixo Alentejo damos resposta pronta, até porque temos muito stock de quase todas as medidas e há dados que gostaria de partilhar: 70% dos pneus radiais em Portugal são vendidos no Alto e Baixo Alentejo, e outra boa parte na zona de Santarém. Conseguimos ter vários parceiros, à volta de Beja, mais para a zona de Évora, na parte do regadio do Alqueva, e estamos a conseguir implementar uma rede de distribuição agrícola, com estas três marcas, a Trelleborg, a Mitas e a Cultor, que está a funcionar muito bem. Os investimentos continuam a ser feitos, continua-se a comprar maquinaria e isto é sinónimo de que se vão vender mais pneus, e é também uma das partes, além da competição, que nós temos de continuar a solidificar e a fazer crescer. No ano passado, só no grupo Trelleborg vendemos cerca de 800 rodas agrícolas, são números muito interessantes, e achamos que conseguimos aumentar nos próximos anos”, antevê Daniel Mestre. Para o responsável, trabalhar com a TWS na área da agricultura tem um ponto forte muito grande que é a parte técnica “Com sede em Barcelona e armazém em Madrid, entrega em 24 horas, mas tem uma equipa em Espanha e Portugal de técnicos especializados, que nos dão apoio técnico e de controlo das garantias”.

Stock bem composto
O stock permanente anda na ordem dos 40 a 50 mil pneus, beneficiando de uma área coberta com cerca de 9 mil metros quadrados, “que já nos permite fazer muita coisa”, diz o diretor-geral, que adianta que “queremos mudar a estrutura de cargas e descargas, e fazer a requalificação do armazém dos pneus agrícolas. Pensamos arrancar com o projeto em 2026, o que vai acabar por agilizar o processo de entrada e saída da mercadoria e também nos dá a possibilidade de aumentar a área de armazenagem”. No que diz respeito às entregas, o mesmo responsável explica que “não temos carrinhas próprias. É um dos pontos negativos de estar no Alentejo, pois não conseguimos fazer entregas bidiárias, como alguns dos grandes distribuidores fazem, já que estão sedeadas nos centros, mas entregamos em 24 horas, que é uma entrega normal. Todos os dias a carrinha vem às instalações ao final do dia, os pneus são expedidos e no outro dia estão no cliente”. Além disso, Daniel Mestre repara que é cada vez mais difícil conseguir transportadoras que garantam a distribuição dos pneus: “as empresas queixam-se que os pneus ocupam muito espaço e são difíceis de transportar, e às vezes preferem as encomendas mais pequenas.

Contratação de José Saraiva
E porque as empresas não se fazem só de produtos, mas também de pessoas, registamos a contratação de José Saraiva na EasyPneus, um profissional de renome na área, que veio… leia o artigo completo na edição impressa e online no Anuário da Revista dos Pneus, aqui.