As oficinas vão ter de mudar!
Para as oficinas independentes que pretendam acompanhar a evolução do setor automóvel, é impreterível investir tanto em equipamentos como em recursos humanos para adaptar as instalações ao advento dos veículos elétricos
De acordo com as palavras de Ralf Pelkmann, há já estudos que indicam que a conversão de uma oficina tradicional para um espaço capaz de receber e reparar veículos elétricos pode chegar aos 200 mil euros. Paralelamente, serão necessários funcionários com maior capacidade técnica, o que, a seu ver, levará ao aumento dos salários. Será também preciso aumentar as medidas de segurança, para operar em baterias de alta voltagem e com químicos perigosos, pelo que a ADPA defende “que seja disponibilizada ao mercado de pós-venda independente informação técnica mais pormenorizada sobre os veículos elétricos, para que a eletrificação não prejudique a concorrência”.
O presidente da ADPA não tem dúvidas de que “o negócio vai mudar radicalmente e as empresas terão de se adaptar para sobreviver”, mas acredita que “se os operadores independentes estiverem devidamente habilitados, a eletrificação também pode ser uma oportunidade, com o desenvolvimento de novos modelos de negócio”. Questionado diretamente sobre quem considera que irá ganhar esta difícil batalha, Pelkmann reforça que “a aplicação correta da legislação existente garantiria que tanto o mercado independente de pós-venda como os fabricantes de veículos pudessem competir numa base sólida, saudável e justa”. Além disso, salienta, “deve ser evitado que os players mais poderosos do mercado – os fabricantes de veículos – possam impor, através de práticas comerciais ou meios técnicos, um monopólio no mercado de pós-venda específico da sua marca”.
Tal poderia resultar numa “catástrofe para os mais de 4 milhões de pessoas que trabalham em mais de 500 mil empresas em toda a Europa”, refere, pois, por exemplo, só no que diz respeito aos dados relativos aos veículos, se os fabricantes de automóveis assegurassem o seu monopólio, “o custo adicional para os consumidores seria de 32 mil milhões de euros por ano”. Assim, a ADPA leva “muito a sério a nossa posição de denunciantes, enviando avisos às instituições e aos outros operadores do mercado sobre desenvolvimentos potencialmente prejudiciais que devem ser tratados, quer através da aplicação da legislação existente, quer através de uma melhoria dessa legislação”, termina.
Pode ler este artigo completo na edição impressa do Jornal das Oficinas de fevereiro/março, aqui.