Cepsa e Bio-Oils constroem maior fábrica de biocombustíveis

02 - Cepsa e Bio Oils constroem maior fabrica de biocombustiveis

O complexo desenvolvido pela Cepsa e a Bio-Oils, evitará a emissão de 3 milhões de toneladas de CO2 por ano e criará 2 mil postos de trabalho, diretos e indiretos

A Cepsa e a Bio-Oils, a empresa de biocombustíveis da Apical, estão a iniciar a construção da maior fábrica de biocombustíveis de segunda geração (2G) do sul da Europa.

Esta unidade, que produzirá de forma flexível 500 mil toneladas de combustível de aviação sustentável (SAF) e de gasóleo renovável (HVO) por ano, permitirá à joint venture formada pelas duas empresas duplicar a sua capacidade de produção atual.

A nova fábrica de biocombustíveis 2G, juntamente com as instalações já exploradas pela Cepsa e pela Bio-Oils em Huelva, constituirá o segundo maior complexo de combustíveis renováveis da Europa, com uma capacidade de produção total de um milhão de toneladas por ano.

A nova instalação, cuja entrada em funcionamento está prevista para 2026, será construída em Palos de la Frontera (Huelva), junto ao Parque Energético de La Rábida. O seu desenvolvimento implica um investimento de 1,2 mil milhões de euros e a criação de 2 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, durante as fases de construção e exploração.

“Começámos a concretizar o primeiro grande marco da nossa estratégia Positive Motion com a construção da nossa nova fábrica de biocombustíveis de segunda geração. Este projeto estratégico permitir-nos-á tornarmo-nos numa referência europeia no domínio das moléculas verdes e facilitará a descarbonização imediata de setores não eletrificados, como o transporte aéreo. Estamos assim a iniciar um processo que gerará emprego de qualidade na região e abrirá uma nova etapa de reindustrialização”, afirmou Maarten Wetselaar, CEO da Cepsa.

De acordo com Pratheepan Karunagaran, Diretor Executivo da Apical: “Prevê-se que a produção global de PBS (Polibutileno succinato) triplique até 2024, em comparação com os níveis de 2023, atingindo 1,5 milhões de toneladas”.

Apesar disso, refere ainda que “a disponibilidade de matérias-primas sustentáveis continua a ser um desafio para muitos países. À medida que continuamos a expandir a presença e as capacidades globais da Apical, a disponibilidade de resíduos e detritos crescerá em paralelo, permitindo-nos criar parcerias de elevado valor acrescentado para o nosso fluxo de resíduos, a fim de impulsionar a produção e a adoção do PBS”.

E, acrescenta: “A nossa fábrica de biocombustíveis 2G com a Cepsa, que será a maior instalação de produção de combustível para a aviação do Sul da Europa é um excelente exemplo de como os intervenientes do setor podem unir-se para promover o potencial do combustível de aviação sustentável e aumentar a sua adoção de uma forma acessível”.

Esta nova fábrica, que será construída com a mais recente tecnologia para a produção de combustíveis renováveis, terá um impacto ambiental mínimo. Graças ao consumo de hidrogénio renovável, de eletricidade 100% renovável e de diferentes sistemas de recuperação de calor e de eficiência energética, esta instalação emitirá menos 75% de CO2 do que uma fábrica tradicional de biocombustíveis e foi concebida para atingir emissões líquidas nulas a médio prazo.

Não consumirá água doce, mas utilizará apenas água recuperada, e as suas emissões de água terão um impacto mínimo no ecossistema, graças à sua potente estação de tratamento de águas.

Por último, a instalação será digitalmente nativa, incorporando os últimos avanços do setor em matéria de inteligência artificial, Internet das coisas (IoT) e análise de dados.

Para além do combustível de aviação sustentável e do gasóleo renovável, a central também produzirá biogás, matéria-prima fundamental para a produção de hidrogénio verde, essencial
para a descarbonização da indústria, como é o caso desta central ou do parque energético junto ao qual está a ser construída, ou para a produção de fertilizantes.

Além disso, a partir do tratamento do biogás, é capturado outro produto, o CO2 biogénico, essencial para a produção de metanol verde, fundamental para a descarbonização do transporte marítimo. Por conseguinte, este projeto é uma peça-chave no conjunto do ecossistema do Vale do Hidrogénio Verde da Andaluzia que a Cepsa lidera.