CGA apresenta nova rede AutoPartner em Portugal
A Convenção CGA 2025 reuniu em Saragoça mais de mil pessoas entre oficinas, parceiros, fornecedores e imprensa especializada, e serviu para apresentar a nova rede AutoPartner em Portugal
O evento foi realizado no Palácio de Congressos da capital aragonesa e dividido em duas sessões: uma jornada pública na sexta-feira conduzida por Roberto Brasero — e que contou com Antonio Lobato e Toni Cuquerella, os comunicadores especialistas em F1 da plataforma Dazn, na parte mais mediática — e outra mais técnica e interna no sábado.
Solange Ochoa, diretora de Redes do Grupo CGA, fez um balanço da situação atual das redes de oficinas multimarcas — CGA Car Service, Multitaller, Sacorauto Service e Multioficinas —, que somam 1.130 centros. Embora o número total se mantenha estável, destacou o crescimento em Portugal, onde a CGA impulsiona agora uma nova rede: AutoPartner, proveniente do grupo internacional ATR. Presente noutros países europeus, surge em paralelo ao Auto Chek Center e também se desenvolve de forma modular, para se adaptar melhor ao perfil de cada oficina.
Em 2024, a CGA destinou «2,5 milhões de euros para sustentar e desenvolver toda esta estrutura da nossa rede de oficinas», explicou Ochoa. 40% desse orçamento foi destinado a programas técnicos para oficinas, plataformas audiovisuais e assistência técnica; 21% para marketing e posicionamento; 17% para formação, tanto técnica como em gestão comercial de oficinas; e 7% para o desenvolvimento do seu programa de gestão, uma área que o grupo se comprometeu a potenciar porque detetou que «as oficinas ainda precisam de se esforçar» neste sentido. Por outro lado, foram ministrados 135 cursos, 20% a mais do que em 2023, «graças ao apoio dos nossos fornecedores», assegurou.
Sustentabilidade, alianças e peritagens
Ochoa destacou três pilares do grupo para os próximos anos: sustentabilidade, alianças estratégicas e peritagens judiciais. “A sustentabilidade não é uma moda, veio para ficar”, afirmou Ochoa, incidindo na necessidade de reduzir o impacto ambiental sem perder rentabilidade. Trata-se de um plano de sustentabilidade 2024-2026 no qual não só querem abordar as atividades próprias da CGA, mas também propõem que abranja toda a cadeia de abastecimento, “e isso inclui a nossa relação com as oficinas da rede”.
Consciente de que se trata de um aspeto que ainda desperta algum ceticismo em parte do setor, a diretora de redes salientou que é necessário «ter um tratamento um pouco mais amigável e menos impacto negativo com a atividade que desenvolvemos em relação a tudo o que nos rodeia, aos nossos clientes, aos trabalhadores, ao meio ambiente», e o papel da CGA será clarificar estes conceitos através de cursos de sensibilização. Em 2024, já foram realizados 3 cursos de regulamentação ambiental (2 em Espanha e 1 em Portugal), nos quais participaram 260 pessoas.
Outro aspeto abordado por Ochoa foi o das possibilidades que o renting oferece aos negócios de reparação. Este setor registou 110.000 veículos em 2024 — 46% do canal empresarial —, o que demonstra um potencial de negócio que levou a CGA a desenvolver um projeto-piloto com um grande operador, que agora irá alargar a toda a sua rede.
Comunicação e visibilidade
Por sua vez, Eva Laguna, diretora de Marketing do grupo, fez um balanço das campanhas para dar visibilidade às redes perante o utilizador final. Entre elas, o patrocínio principal das corridas “Ponle Freno”, a colaboração com o piloto Alejandro Geppert e o seu projeto “Kilómetros sin huella”, bem como a sua presença de destaque na Motortec 2025. “Gostamos de fugir do tradicional e estar onde há emoção”, resumiu.
A convenção também serviu para premiar o talento técnico da rede. O concurso “The Best – Ases da Mecânica 2024” coroou Óscar Rodríguez, chefe de oficina da Mad Motor (CGA Car Service em Ogíjares, Jaén), como melhor mecânico do ano. Completaram o pódio Juan Francisco Ríos (Talleres RymAuto, Albacete), Luis Miguel Rodríguez González (Garaje Rodríguez, León) e Mariano Andrés Rojo (MX Motor, Palencia).
Destacou-se também participação do Grupo CGA como expositor na Motortec 2025, feira realizada de 23 a 26 de abril na Ifema Madrid, com um amplo stand que acolheu diferentes atividades e apresentações; e a presença da imagem da rede na imprensa do setor sob o slogan “Eficiência em cada reparação, sustentabilidade em cada ação”.
Foram ainda enumeradas as principais ações da CGA nas suas redes de oficinas:
• 135 cursos de formação (aumento de quase 20% no número de cursos ministrados);
• Tecnopedia e ferramentas técnicas (nova ferramenta técnica audiovisual);
• Marketing e posicionamento (para impulsionar o reconhecimento da marca).
Solange Ochoa também descreveu os principais investimentos nas redes, que ascendem a 2,5 milhões de euros e são:
• 40% em ferramentas técnicas;
• 21% em marketing;
• 17% em formação;
• 7% em programas de gestão;
• 15% diversos.
O Congresso continuou com uma interessante palestra de Fernando López, Country Manager da GiPA, que esclareceu algumas verdades, meias verdades e mentiras do pós-venda automóvel:
• O carro elétrico acaba com o negócio dos distribuidores e oficinas independentes: mentira;
• As marcas chinesas monopolizam as vendas de carros e, sobretudo, de carros elétricos: mentira;
• As oficinas independentes e as lojas de peças sobressalentes estão a fechar e vão continuar a fechar: meia verdade;
• Os carros são cada vez menos utilizados e serão cada vez menos utilizados: meia verdade;
• Os carros a diesel estão a desaparecer: meia verdade;
• O renting é a nova modalidade: meia verdade;
• Os jovens não têm interesse em carros: verdade.
Perante estas situações, Fernando López concluiu:
• Hoje ocorrem mudanças, como sempre ocorreram;
• Nenhuma das mudanças que estão a ocorrer fará com que o mercado pós-venda mude radicalmente nos próximos anos;
• As oficinas independentes adaptaram-se, adaptam-se e adaptar-se-ão às mudanças do mercado;
• A grande diferença em relação a épocas anteriores é a velocidade das mudanças.
As oficinas, a nível Ibérico
Ana Ávila e Rodrigo Ferreira, diretora corporativa da CONEPA e presidente da ARAN, respetivamente (associações patronais de oficinas de Espanha e Portugal), analisaram a atualidade do coletivo de oficinas a nível peninsular.
Ávila destacou que as oficinas espanholas têm trabalho e aumentaram a sua rentabilidade, sobretudo as de mecânica, porque as de chapa e pintura enfrentam o problema das pressões das seguradoras; salientou que 78% das oficinas mantiveram o seu quadro de pessoal em relação ao ano passado e que a falta de profissionais é o grande problema do setor, problema que também afeta as oficinas de veículos industriais, agrícolas e motociclos. Sobre esta questão, também não ajuda um plano de formação muito obsoleto e que, por exemplo, não inclui formação específica para veículos industriais.
Por seu lado, Rodrigo Ferreira mostrou-se otimista ao salientar que a situação económica de Portugal e Espanha é melhor do que no resto da Europa, mas enfatizou que em Portugal a rentabilidade das oficinas é baixa.
Ambos concordaram que associações como a CONEPA e a ARAN, em colaboração com as associações europeias, trabalham intensamente na defesa dos interesses das oficinas de reparação.