Comércio de lubrificantes em Portugal, André Pinheiro, FUCHS Lubrificantes
Depois de um ano marcado pelo aparecimento da COVID-19, que transformou as nossas vidas e os negócios, provocando uma redução drástica da economia, atravessamos 2021 com enormes disrupções, agora causadas pela escassez e aumento do custo das matérias-primas.
Se os efeitos da pandemia provocaram uma diminuição nas vendas de lubrificantes, as dificuldades das matérias-primas trouxeram disrupções na cadeia de abastecimento. Estes tempos mais difíceis tiveram, no entanto, o mérito de evidenciar quem está de forma profissional, estruturada e com perspetiva de longo prazo neste sector, reforçando a importância desta abordagem de qualidade ao negócio dos lubrificantes. Internamente, sentimos que a qualidade dos produtos FUCHS, a força do Grupo (e da marca) e a resiliência da nossa cadeia de abastecimento foram determinantes para conseguirmos crescer nestes tempos.
Ultrapassada esta fase disruptiva e olhando agora para o futuro, é certo que a dimensão global do negócio de lubrificantes vai enfrentar alguns desafios, pela redução do número médio de quilómetros percorridos e pelo crescimento nas vendas de veículos elétricos, cuja ausência de motor de combustão elimina um consumo importante de óleo nas oficinas. Em Portugal, esse efeito será atrasado, pois o nosso parque circulante é muito antigo e demora mais de 20 anos a se renovar. Para termos uma melhor perspetiva, entre 2030 a 2035, 60% a 70% do parque automóvel será constituído pelos veículos vendidos nos últimos 10 anos (2010 a 2020), na sua grande maioria com motores de combustão interna.
Agora, é importante começarmos a preparar esse futuro, começando por conhecer e analisar bem o mercado e a sua evolução, definir a estratégia certa para os segmentos em que queremos atuar e garantir que essa estratégia está alinhada com a nossa cultura. Porque os desafios maiores, nos próximos 10 anos, vão vir da cadeia de distribuição, aquilo que chamo o ‘terreno de jogo’, com três pontos críticos de interação:
1 – A forma como o cliente final escolhe o prestador de serviço (oficina);
2 – A forma como/onde esse prestador de serviço escolhe o seu fornecedor (revendedor);
3 – A forma como/onde os fornecedores se abastecem (importador/distribuidor). A cadeia é longa e quem não acrescentar valor vai ser ultrapassado ou substituído. Qualidade, confiança, criação de valor, fiabilidade e sustentabilidade devem ser o foco de quem quer vencer e se manter neste mercado.
E aqui voltamos à nossa experiência de 90 anos em lubrificantes – a FUCHS foi fundada em 1931 em Mannheim – e aos mais de 30 anos em que estamos diretamente presentes em Portugal. A força global e foco do Grupo no sector dos lubrificantes e a proximidade que temos com os Clientes são a nossa aposta para continuarmos a crescer em vendas e relevância no negócio aftermarket em Portugal. Estamos muito empenhados em apoiar a nossa rede atual de distribuição e expandir a mesma através de novas parcerias, que se enquadrem neste nosso posicionamento, acrescentando valor à nossa presença em Portugal.
Por: André Castro Pinheiro, Diretor Divisão Automóvel da FUCHS Lubrificantes