Competitividade na oficina
A competitividade é um aspeto que qualquer oficina, por mais pequena que seja, deve ter em conta. provém das vantagens que a oficina tem na sua produção e organização (que se refletem no preço e na qualidade do serviço final) em relação a outras oficinas concorrentes
Na gestão de uma oficina, um dos rácios operacionais básicos é a produtividade. Mas será que o nosso objetivo é ter os custos mais baixos, ser o que faz mais reparações e trabalhar mais horas? Uma coisa é a superioridade para produzir, outra é a superioridade para competir. A produtividade é o custo de produção de um determinado bem; a competitividade é o lucro ou a capacidade de fixar os preços dando mais utilidade ao cliente. Dar mais pelo mesmo, em vez de tentar dar o mesmo por menos.
É interessante estudar a nossa oficina do ponto de vista do lucro, para conhecer a sua capacidade de obter maior rendibilidade do que os seus concorrentes.
O nosso rendimento depende do que vendemos e a que preços; mas o interessante não é fixar os preços acrescentando uma certa margem ao custo. Se fosse esse o caso, a produtividade seria fundamental. Temos de fixar os preços de acordo com a utilidade que o nosso serviço proporciona ao cliente, pelo que depende da sua perceção e, por conseguinte, da competitividade. A nossa empresa pode ser mais competitiva porque é mais produtiva, mas se essa vantagem for consequência de salários mais baixos, não será duradoura. A competitividade estrutural deve basear-se na produtividade, na eficiência, em produtos diferenciados, na incor- poração de inovações tecnológicas, na organização adequada do processo de produção e na gestão. Dar mais pelo mesmo, em vez de tentar dar o mesmo por menos.
PRODUTIVIDADE, UM INGREDIENTE NECESSÁRIO
A produtividade é necessária para ser competitivo, mas não é suficiente; é a visão interna da empresa. O que é fundamental é a visão externa, ou seja, quando o mercado nos compara com os nossos concorrentes. A nível global, vários ingredientes estão envolvidos na competitividade; em cada caso, a sua ponderação será tida em conta:
- Quanto maior for a produtividade da nossa oficina, maior será a sua competitividade. É um ingrediente necessário, mas não suficiente.
- Competir em termos de preço de forma sustentável só pode ser feito com os custos mais baixos. Aumentar os preços acima dos níveis do mercado reduz a competitividade… O fator a gerir é o custo, não tanto o preço.
- O talento da nossa organização é apoiado pelos nossos profissionais, um fator de importância vital para o sucesso.
- A inovação. Independentemente da dimensão da empresa, está ao alcance de cada um. Em muitos casos, as inovações mais radicais estão nos modelos de negócio.
- Podem ser geridos três tipos de qualidade: real ou técnica, percebida e suficiente. Concentrar-se apenas num deles seria defraudar as expetativas ou desperdiçar recursos.
- Uma cultura de empresa orientada para o cliente e não para o produto, com valores, vocação de serviço e alinhamento interno, condiciona absolutamente a nossa competitividade. É frequentemente um dos factores mais mal geridos.
REINVENTAR AS VANTAGENS COMPETITIVAS
A estratégia de sucesso da nossa atividade baseia-se em vantagens competitivas sustentadas ao longo do tempo. A forma mais básica é fornecer aos compradores aquilo que eles consideram ser um valor superior: um bom produto a um preço baixo, ou um produto superior pelo qual vale a pena pagar. Para atingir esse valor superior, é necessário desenvolver na empresa competências e conhecimentos que não podem ser facilmente igualados.
As vantagens competitivas passam normalmente por três fases:
- Criação: Geralmente leva um curto período – se os recursos e capacidades estiverem prontos para serem usados – ou um período mais longo, para que o consumidor aceite um produto inovador. Quanto mais tempo for necessário para criar a vantagem competitiva, maior é a probabilidade de os rivais detectarem a medida.
- Benefício: Tempo durante o qual os frutos da vantagem competitiva são desfrutados. A sua duração dependerá do tempo que os nossos concorrentes demorarem a reagir. Um período prolongado permitirá à nossa oficina obter lucros acima da média e recuperar os investimentos efetuados.
- Erosão: Os nossos rivais reagirão às nossas vantagens para recuperar o atraso. Temos de tentar estar sempre um passo à frente deles.