“Desde sempre que tivemos um plano de negócio estruturado e bem traçado” Miguel Valentim, Global Parts

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Apesar do mercado de distribuição de peças para pesados estar numa fase de transição, para a empresa de Vialonga o caminho do sucesso faz-se sempre seguindo o grande lema da proximidade com os clientes.

A Global Parts desde sempre que teve um plano de negócio estruturado e bem traçado. Plano que este ano iria sofrer algumas alterações na questão das formações. Para 2020 a empresa tinha um “ambicioso plano de formações, com excelentes ações planeadas e ministradas pelos formadores das principais marcas, mas viu-se obrigada, com a pandemia, a alterar a gestão do dia-a-dia para enfrentar as mudanças que estão a acontecer no setor aftermarket.

Que análise faz da situação atual do mercado de distribuição de peças para pesados em Portugal?
O mercado está numa fase de transição, com alguns players a crescer de forma acentuada e a disputar a liderança. É uma fase boa para os clientes, pela disponibilidade de produto a preços muito agressivos.

Considera que ainda tem potencial de crescimento?
Nesta fase, não creio que o mercado tenha grande potencial de crescimento. Em relação às empresas, sim, existe sempre potencial, depende da estratégia e da competência de cada uma.

A Global Parts tem acrescentado novas marcas ao seu portfólio?
Nos últimos anos acrescentámos muitas e boas marcas ao nosso portfolio de produtos, caso da Knorr-Bremse, da Petronas, da Wabco, Valeo, Sachs, LUK, FAG, Dayco, Monroe, Bosch ou Jaltest. Conseguimos oferecer praticamente todas as gamas de produto em marcas de primeiro equipamento. Ainda assim, estamos sempre disponíveis para aumentar a nossa oferta desde que, com isso, acresça também a variedade e qualidade.

Como tem sido o desempenho das vossas lojas de Leiria e Seixal?
Apesar de serem lojas totalmente distintas, estão ambas dentro das nossas expectativas e apresentam bons resultados. No caso do Seixal, falamos de uma loja com quatro anos, consolidada, num mercado pequeno, mas com muita gente boa e excelentes empresários. Em Leiria ainda estamos a dar os primeiros passos. É uma realidade totalmente diferente num mercado ímpar a nível nacional. É uma zona que tem algumas das melhores e maiores oficinas e frotas de pesados a nível nacional. São, por isso, lojas com estratégias e formas de trabalhar distintas.

A Global Parts tem previsto realizar algumas ações de formação para os clientes este ano?
Tínhamos um plano de formação muito ambicioso para 2020, com excelentes ações planeadas, ministradas pelos formadores das principais marcas. Neste momento consideramos que não há condições de segurança para o fazer pelo que achamos melhor adiar o plano para uma fase pós pandemia.

Qual é a vossa estratégia de relacionamento com os clientes. Quantos comerciais têm a visitar as oficinas?
A nossa estratégia, desde o princípio da empresa, é de ênfase na disponibilidade e proximidade com os clientes. Temos neste momento seis comerciais com características bastante diferentes a fazer as visitas. Além disso, temos cinco carrinhas a entregar material diariamente nas instalações dos nossos clientes.

Mesmo com o incremento dos contactos online considera importante manter o contacto presencial com os clientes?
Num negócio totalmente profissional como este, consideramos o contacto com o cliente fundamental. Não só para o funcionamento quotidiano mas para a definição da estratégia da empresa. É certo que somos nós a definir o caminho que queremos seguir, mas esse caminho tem de estar alinhado com o percurso dos nossos clientes.

Como se tem preparado a Global Parts para as mudanças que estão a acontecer no aftermarket derivadas da pandemia Covid 19?
Internamente alteramos alguns procedimentos de modo a garantir que o nosso pessoal tem condições para trabalhar em segurança. Lutámos para manter todos os funcionários, mesmo os mais recentes, por considerarmos que este é um momento especial e a estabilidade familiar de cada um é fundamental. Em relação ao mercado, estamos a fazer tudo para manter o nível de serviço a que os clientes estão habituados. Entretanto aumentámos consideravelmente o nosso rigor financeiro e, consequentemente, o controlo de crédito. Felizmente temos grandes empresários em Portugal e a grande maioria dos nossos clientes compreendeu o nosso rigor e colaborou.

 O que mudou na atividade da Global Parts com a pandemia?
O rigor na gestão do dia-a-dia terá sido a medida que teve mais impacto. Em relação ao mercado, a maior alteração é sem dúvida a instabilidade que se vive provocando grandes variações na atividade diária da empresa.

Qual a sua opinião sobre o futuro do negócio de peças aftermarket para pesados na zona onde operam?
Já é claro para todos que o futuro será online em todos os aspetos do negócio. Tanto no processo de venda como no de compra. No entanto, consideramos que a componente humana será sempre muito importante por estarmos num negócio onde o serviço e a disponibilidade das pessoas faz a diferença. Tal como mencionamos na primeira pergunta, acreditamos que esta é uma fase de transição. Estamos perante uma nova geração de empresários, com grande capacidade e preparação, que vai alterar a forma de fazer o negócio. Da nossa parte, o que garantimos é honestidade na forma de o fazer, foco no serviço e muita qualidade de produto.