Faleceu Eduardo Huarte, fundador da Lizarte

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Eduardo Huarte, fundador da Lizarte e figura central no desenvolvimento da refabricação de componentes automóveis na Europa, faleceu no dia 3 de novembro, em Pamplona aos 92 anos

O empresário espanhol deixa um legado que marcou profundamente o aftermarket europeu. Em 1973, muito antes de se falar em economia circular, Eduardo Huarte revolucionou o setor ao fundar a Lizarte S.A.U., aplicando processos industriais à recuperação de componentes e garantindo padrões de qualidade equivalentes aos do produto original.

Numa altura em que a refabricação era vista como uma atividade artesanal, o responsável introduziu uma abordagem inovadora que combinava eficiência industrial e sustentabilidade, transformando o que era uma exceção numa prática de referência no mercado europeu.

Entre os seus desenvolvimentos mais emblemáticos destaca-se a esfera de suspensão hidropneumática para veículos Citroën, um componente tecnicamente complexo que a Lizarte conseguiu fabricar com sucesso, tornando-se numa alternativa europeia à esfera original Citroën. Esse feito técnico simboliza o espírito inovador que definiu toda a sua trajetória.

Para além dos marcos industriais, aqueles que trabalharam com Eduardo Huarte recordam-no pela sua honestidade, generosidade e fé nas pessoas, valores que impregnaram a cultura da empresa e que explicam a sua solidez ao longo de cinco décadas.

Olhando para o momento presente, a Lizarte consolidou-se como especialista na refabricação de sistemas de direção assistida e bombas hidráulicas, incluindo tecnologias avançadas como direções elétricas e mecatrónicas (EPS, EHPS, etc.). A empresa mantém presença no mercado independente europeu e desenvolve crescente atividade em contratos OEM.

Atualmente, a empresa é dirigida por Óscar Huarte, filho do fundador, e conta já com a terceira geração familiar integrada na gestão, garantindo a continuidade dos princípios estabelecidos pelo pai: excelência técnica, compromisso ambiental e serviço como eixo de todas as relações comerciais.

O setor automóvel europeu despede-se assim de um visionário que antecipou o futuro da reposição automóvel, unindo técnica, sustentabilidade e valores humanos que continuam a inspirar a indústria.

Toda a equipa do Jornal das Oficinas lamenta esta grande perda e transmitimos as nossas sinceras condolências a todos os seus familiares e amigos.