Grandes desafios do setor automóvel
O paradigma da mobilidade sustentável veio para ficar. Para melhorar a qualidade de vida no planeta é preciso reduzir a nossa pegada de carbono e as emissões de gases com efeito de estufa, o que tem resultado em importantes avanços tecnológicos em todos os setores que visam atenuar os danos causados ao ambiente
Tanto os grandes, como os pequenos «players» desta indústria estão a sentir o aumento da pressão para repensar a forma como operam. Agora, os principais desafios no setor automóvel são:
Renovação do parque automóvel – Portugal tem uma das frotas de veículos mais antigas da zona Euro, superior a 14 anos, com a idade média dos veículos que vão para abate a ser superior a 23 anos, de acordo com os dados da ACAP. É aqui que as ajudas estatais para a aquisição de veículos sustentáveis assumem um papel preponderante. É necessário reativar as vendas de veículos novos e desenvolver medidas complementares que reduzam também a idade média do parque automóvel, como promover a venda de veículos usados com garantia, com menos de 5 anos e com motores mais eficientes.
Eliminação dos motores de combustão – A eliminação total dos motores a combustão a favor dos motores elétricos deve ser acompanhada de uma rede de carregamento viável e eficaz. E, neste sentido, a produção de energia verde é uma questão que deve ser considerada essencial para este novo paradigma. As energias renováveis serão essenciais para o objetivo de emissões neutras.
Reutilização de componentes – A economia circular já permite que até 95% das peças dos automóveis sejam recuperadas e reutilizadas na indústria ou fora dela. A reciclagem e a reutilização de componentes serão fundamentais para a concretização dos ambiciosos planos ambientais europeus.
Inovação e desenvolvimento de novas tecnologias – Ainda que o veículo elétrico seja um ator importante, continua a ser necessário desenvolver as condições ideais para a sua utilização. A rede de carregamento e a autonomia são os problemas fulcrais a ser solucionados nos próximos anos. O desenvolvimento de tecnologias que ainda não existem tornar-se-á indispensável. Está em causa a melhoria da eficiência dos motores de combustão interna e a sua adaptação aos combustíveis renováveis e de baixo carbono (hidrogénio, biocombustíveis e combustíveis sintéticos), a eletrificação (com bateria ou pilha de combustível) e diferentes graus de hibridização. No fundo, é essencial oferecer uma variedade de soluções adaptadas a cada necessidade. Em vez de regulamentar o fim do motor de combustão interna nos veículos que chegam ao mercado, é necessário eliminar progressivamente os combustíveis fósseis. A contribuição dos combustíveis renováveis e com baixo teor de carbono deve ser incentivada para reduzir as emissões não só dos novos veículos, mas também da frota existente.