Importação VE representa 10% mercado usados

Importação de carros aumentou em setembro em relação ao mesmo período do ano passado (+44%). No geral, os veículos importados representaram cerca de 30% a 40% do mercado de usados no país. Também os veículos eletrificados ganharam relevo, apesar da maior importação ser de veículos a gasóleo e, em segundo lugar, a gasolina
O Standvirtual realizou um webinar para apresentar o barómetro do mercado automóvel, em parceria com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP).
O evento online contou com o contributo de Henrique Sánchez (Presidente da UVE); José Cunha (Administrador de Concessões do Grupo MCoutinho); Rui Ferreira (Chefe de Vendas da Nasamotor), António Cavaco (Diretor Económico Estatístico da ACAP), bem como Luiza Carvalho (Business Analyst do Standvirtual), Pedro Soares (Diretor Comercial do Standvirtual) e Nuno C. Branco (Diretor Geral do Standvirtual). O webinar teve como principal objetivo divulgar os números mais relevantes do mercado.
Em setembro verificou-se um ligeiro decréscimo de -3,5% na procura de veículos usados, face ao mês de agosto, com uma quebra de -0,04% da oferta.
Pela primeira vez em 2022, setembro revelou uma dinâmica de mercado negativa face ao mês anterior (-3,6%), o que significou uma maior quebra na procura face à oferta. Em relação aos períodos homólogos, a dinâmica de mercado de setembro recuou -7,4% face a 2021 e -4,8% face a 2020.
A transferência de propriedade de ligeiros de passageiros teve um crescimento de +2,3% em agosto, em comparação com o mês homólogo de 2021. Registou ainda um decréscimo de -5,1% face a 2019, mas já inferior ao decréscimo de -21,9% registado em julho.
No que diz respeito aos veículos importados (ligeiros de passageiros), continuou a haver um crescimento em setembro de +44% em relação ao mesmo mês de 2019 e +41% se comparado com 2021, representando em média entre 30% a 40% do mercado de usados português. Por tipologia de combustível, a importação continuou a acontecer sobretudo nos carros a gasóleo e, em menor escala, a gasolina, embora tenha vindo a aumentar a preponderância dos elétricos (representam cerca de 10% do total). O segmento compacto familiar liderou as importações, mas manteve um aumento da importação de utilitários.
O preço médio praticado pelos vendedores profissionais, que tem vindo a subir progressivamente, sobretudo desde agosto de 2021, estabilizou em cerca de 23.400€ em setembro. Tal representa um aumento de cerca de +15% face a setembro de 2021, quando o preço médio era cerca de 20.400€.
Nos modelos mais representativos no Standvirtual, com 50 mil quilómetros e a diesel, manteve-se a estabilização dos preços, nomeadamente o Renault Clio (18.400€) e o Nissan Qashqai (24.800€), com ligeiros aumentos no caso do Renault Megane Sport Tourer (21.500€) e do Mercedes-Benz A180 (31.000€).
Henrique Sánchez, Presidente da UVE, reforçou que “o ano de 2022 representou um salto qualitativo da mobilidade elétrica em Portugal. Os desafios de 2023 vão ser intensos, tudo aponta para que estes números vão acelerar ainda mais, apesar de alguns possíveis condicionamentos que não podemos prever”, o que evidencia a importância da UVE. “O híbrido é uma porta de entrada para a mobilidade elétrica, temos na associação pessoas que começaram por ter um híbrido e perceberam em pouco tempo que optavam por conduzir em modo elétrico em vez de combustão”.
Para José Cunha, Administrador de Concessões do Grupo MCoutinho, o facto de a oferta ter superado a procura em setembro é um sinal da “capacidade que as marcas têm de produzir e entregar os carros que foram comprados e encomendados nos meses anteriores. O mercado pode sofrer grandes alterações, em função da capacidade de produção e entrega das marcas”. De qualquer forma, “a nossa previsão de mercado é que vamos estar em linha com o que aconteceu em 2021”.
Já para Rui Ferreira, Chefe de Vendas da Nasamotor, começa por sublinhar que a visão do lado da Nasamotor é monomarca, o que pode variar da perspetiva do mercado multimarca, refere que “houve um crescimento grande, que teve por base o digital, mas também de uma estrutura dedicada. Estamos de igual forma com dificuldades em obter stock, então tivemos de trazer qualidade ao negócio, não assente no crescimento de preço, mas sim na definição de um stock apelativo, com fontes diferentes e novos parceiros. O processo de avaliar uma retoma teve também de ser repensado para ser mais eficiente”.




