Lei dos Dados ainda é incompleta!
A Lei dos Dados (Data Act), recentemente adotada pela União Europeia “abriu caminho na direção certa, mas continua a ser incompleta para a realidade e complexidade dos veículos modernos, permitindo que os construtores beneficiem de uma posição de guardião completamente indevida”, assegurou-nos Ralf Pelkmann
É de salientar que a ADPA tem solicitado ativamente à Comissão Europeia que apresente uma proposta que assegure que o mercado independente de pós-venda possa ter esse acesso, permitindo-lhe desenvolver serviços e soluções inovadores e competitivos.
No que diz respeito à nova norma Euro 7, tal como acontece na cibersegurança, “cabe também aos fabricantes de veículos demonstrar que a retenção de informações relevantes necessárias para a realização de trabalhos contribuiria para o cumprimento da norma Euro 7 – o ónus da prova recai sobre eles e será difícil justificar a retenção de informações tão cruciais”, disse-nos Pierre Thibaudat, secundado por Pelkmann, que acredita que apesar de haver “um forte impulso para a descarbonização do transporte rodoviário”, isso pode não significar o fim do motor de combustão interna.
Já sobre a Inteligência Artificial (IA), o responsável máximo da ADPA entende que esta ainda está “na sua fase inicial” e o seu potencial “uma vez explorado, pode, de facto, ser muito grande e sem precedentes”, sendo o caso de uso mais frequente a manutenção preditiva. “Através da análise dos dados recolhidos pelos sensores de numerosos veículos, a IA poderia ajudar a determinar antecipadamente quando e que trabalhos específicos de reparação e manutenção serão necessários para um veículo específico”. A IA permitiria ainda “repensar completamente a experiência do cliente, propondo serviços mais direcionados e personalizados”, algo fundamental para que o mercado independente de pós-venda automóvel se mantenha “competitivo”.