Mercedes-Benz lidera recolha de dados entre apps automóveis

07 - Mercedes Benz lidera recolha de dados entre apps automoveis

A app da Mercedes-Benz é a que mais dados pessoais recolhe entre 10 analisadas pela Surfshark, levantando preocupações sobre privacidade e segurança dos condutores

Ligar o motor, destrancar portas ou verificar diagnósticos através do telemóvel tornou-se parte da rotina de muitos condutores. Com os fabricantes a transformarem os smartphones em verdadeiros comandos remotos dos veículos, a conveniência aumenta — mas também crescem as preocupações com a privacidade.

Uma análise da Surfshark a 10 aplicações automóveis revelou que a Mercedes-Benz é a que mais dados recolhe dos utilizadores.

“O seu carro não está apenas a conduzir, está a colher. O rastreamento constante da localização levanta sérias preocupações, pois os dados vazados podem expor os utilizadores a perseguições, roubos ou outras atividades criminosas. O que se destina a aumentar a conveniência pode comprometer silenciosamente a segurança pessoal”, afirmou Miguel Fornés, especialista em segurança cibernética da Surfshark.

Principais conclusões:

  • A aplicação da Mercedes-Benz recolhe 17 tipos de dados diferentes, seguida da BMW (14), Volkswagen (13), Toyota (12), Hyundai (12), Honda (11) e Ford (10);
  • Todas estas apps recolhem informações como nome, e-mail, telefone, ID de utilizador, ID de dispositivo, dados de interação com o produto e dados de diagnóstico;
  • Todas, exceto a Ford, também recolhem dados de localização dos utilizadores;
  • A app da Audi é a que menos dados recolhe, não registando qualquer tipo de recolha de informação;
  • Tesla e Nissan estão entre as mais discretas: a Tesla recolhe dois tipos de dados de diagnóstico e um de interação com o produto. A Nissan faz o mesmo, mas inclui também o ID do dispositivo.

“Quanto mais dados são recolhidos, maior é o risco, especialmente quando informações confidenciais de diferentes violações são combinadas. Às vezes, basta uma peça que falta, como a localização em tempo real de um motorista, para que um hacker complete um perfil completo”, alertou.

“As recentes violações em empresas como a Toyota e a Volkswagen expuseram tudo, desde informações pessoais até a localização dos veículos, revelando o quão vulneráveis os carros conectados realmente são. Mesmo em países como a Alemanha, onde fabricantes de automóveis como a Mercedes precisam passar por rigorosas auditorias de segurança cibernética para lançar veículos conectados, ainda ocorrem vazamentos. Uma vez que os dados são expostos, os cibercriminosos podem combiná-los com outras fontes comprometidas para cometer roubo de identidade, fraude financeira, chantagem ou golpes direcionados. Em alguns casos, os dados de localização vazados podem até mesmo levar os criminosos a roubar fisicamente o próprio veículo. As consequências não afetam apenas os condutores, mas também podem colocar todas as suas famílias em risco”, concluiu.