“O GMC é fundamental para transformar o futuro da mobilidade”, Félix Pérez-Fajardo, GMC
Já está tudo a postos para a 3.ª edição do Global Mobility Call, de 19 a 21 de novembro, em Madrid. Com um conceito combinado de conferência e exposição, o evento volta a reunir oradores internacionais de renome para debater o futuro da mobilidade sustentável. Saiba tudo nesta entrevista que o JO fez a Félix Pérez-Fajardo, responsável de vendas da GMC
O Global Mobility Call (GMC) está de regresso para a sua terceira edição, consolidando-se como um dos eventos mais importantes no panorama da mobilidade sustentável. A realizar-se de 19 a 21 de novembro, em Madrid, sob a organização da IFEMA e Smobhub, o congresso promete um debate dinâmico e enriquecedor, com uma participação global significativa: mais de 450 oradores de renome internacional, 115 mesas redondas e keynotes, além da presença de quase uma centena de empresas, corporações e startups de diferentes países.
Ao reunir líderes mundiais, representantes institucionais, executivos, especialistas e empreendedores, o GMC aposta na diversidade para fomentar colaborações público-privadas, promover a inovação e apresentar soluções concretas para moldar o futuro da mobilidade. Com foco em temas como a eletrificação, a mobilidade conectada e autónoma e o impacto da inteligência artificial (AI), o evento promove debates essenciais para um sistema de mobilidade mais verde, inclusivo e resiliente.
Para ficar a conhecer a fundo sobre o que reserva esta edição e sobre outros temas relacionados, o Jornal das Oficinas esteve à conversa com Félix Pérez-Fajardo, responsável de vendas da GMC.
O que podemos esperar da Global Mobility Call?
A Global Mobility Call (GMC, IFEMA Madrid, 19 a 21 de novembro) é uma conferência fundamental realizada com o objetivo de transformar o futuro da mobilidade sustentável, reunindo especialistas e intervenientes-chave de diferentes setores. Este evento tem como objetivo impulsionar a transição para modelos de mobilidade mais sustentáveis, inovadores e inclusivos, apoiados por tecnologias emergentes e estratégias de combate às alterações climáticas. A GMC é uma plataforma global para gerar debate, apresentar soluções e fomentar colaborações, permitindo que empresas e governos desenvolvam estratégias de longo prazo para um futuro de mobilidade mais verde. Este congresso abordará tudo, desde a mobilidade eléctrica à inteligência artificial aplicada aos transportes, destacando soluções para cidades inteligentes e sistemas de transportes públicos eficientes.
Quais são as principais tendências de mobilidade sustentável destacadas neste congresso?
As principais tendências incluem a eletrificação dos transportes, com destaque para os veículos eléctricos e as infra-estruturas necessárias para a sua adoção em massa. Destacam-se também as tecnologias de mobilidade partilhada, como o carpooling e o car-sharing, que promovem uma maior eficiência. Além disso, a mobilidade como um serviço (MaaS) assume um papel central, permitindo aos utilizadores aceder a várias opções de transporte de acordo com as suas necessidades, contribuindo para uma gestão mais eficiente das infra-estruturas urbanas.
O Global Mobility Call aborda 7 trajectórias principais, cada uma centrada numa questão específica de mobilidade sustentável. Estas vias incluem a transição para a mobilidade eléctrica, a digitalização da mobilidade, as infra-estruturas de carregamento, a logística urbana, a mobilidade conectada e autónoma, a sustentabilidade no sector do pós-venda e o financiamento verde. Cada uma delas oferece sessões com especialistas e soluções inovadoras que visam transformar o setor para um futuro mais sustentável.
Que diversidade de oradores estará presente?
A Global Mobility Call contará com um vasto leque de oradores internacionais, incluindo figuras-chave do mundo político, empresarial e académico. Entre estes contam-se Christina Bu, Diretora da Associação Norueguesa de Veículos Eléctricos, Alexandra Cousteau, ativista e Embaixadora da ONU, e Vincenzo Di Nicola, Vice-Presidente de Inovação da FCA.
Participarão representantes de instituições como a Comissão Europeia, empresas de tecnologia, fabricantes de veículos, peritos em sustentabilidade, bem como organizações internacionais que trabalham na implementação de políticas ecológicas. Esta diversidade de vozes é essencial para gerar um debate enriquecido e encontrar soluções transversais a todos os níveis.
De que forma a Comissão Europeia contribuiu para uma transição mais ecológica no setor do pós-venda?
A Comissão Europeia promoveu políticas fundamentais para a transição ecológica, como o Pacto Ecológico Europeu, que visa reduzir as emissões de CO2 e promover a economia circular. Através dos fundos do Next Generation EU, estão a ser atribuídos recursos à descarbonização dos setores industriais, incluindo o setor automóvel e o mercado do pós-venda, para promover a sustentabilidade. Isto inclui investimentos em infra-estruturas de carregamento de veículos eléctricos e digitalização para melhorar a eficiência energética.
Com o aumento da conectividade, quais serão os maiores desafios em matéria de cibersegurança na mobilidade?
Em termos de cibersegurança na mobilidade inteligente e sustentável, um dos maiores desafios é a crescente conectividade dos veículos e das infra-estruturas de transporte. À medida que os veículos autónomos e os sistemas de gestão do tráfego se tornam mais integrados, a área de potenciais ciber ataques aumenta. As ameaças incluem ransomware, phishing e vulnerabilidades nos dispositivos IoT, que podem comprometer a segurança dos passageiros e afetar a eficiência dos serviços. É crucial implementar soluções de segurança como a autenticação multifactor e a encriptação de dados, bem como adotar uma monitorização em tempo real para evitar intrusões. Na GMC, teremos um itinerário que abordará este desafio do ponto de vista da mobilidade, com representantes de instituições públicas e privadas a darem a sua opinião sobre como avançar nesta matéria.
Os veículos eléctricos ou de energias renováveis já são reconhecidos como alternativas viáveis aos veículos de combustão, ou essa perceção varia consoante o país e os respectivos incentivos governamentais?
Em muitos países, especialmente na Europa, os veículos eléctricos são cada vez mais reconhecidos como uma alternativa viável e preferida, impulsionados por políticas públicas favoráveis, como incentivos fiscais, subsídios e a expansão das infra-estruturas de carregamento. No entanto, em alguns mercados mais tradicionais, como em alguns países da América Latina ou da Ásia, a adoção de VE varia consideravelmente, em grande parte devido à falta de incentivos governamentais e das infra-estruturas necessárias.
A atual situação geopolítica mundial dificulta a aplicação de estratégias mais eficazes para reduzir a pegada de carbono?
Sim, a incerteza geopolítica global, incluindo a guerra na Ucrânia e as tensões comerciais, pode dificultar a cooperação internacional em iniciativas de sustentabilidade. O aumento dos preços da energia e dos combustíveis afecta a transição para as energias limpas e alguns países podem dar prioridade à segurança energética e à recuperação económica em detrimento das políticas de redução das emissões. No entanto, a urgência climática continua a ser um fator global que leva as nações a cumprirem os seus compromissos ambientais.
Como é que a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial estão a contribuir para a mobilidade sustentável?
A Internet das Coisas e a inteligência artificial estão a transformar a mobilidade sustentável, permitindo a monitorização em tempo real das frotas de veículos, a otimização das rotas dos transportes públicos e a previsão dos padrões de tráfego. Graças a estas tecnologias, é possível reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, melhorar a eficiência dos transportes e facilitar a integração de diferentes modos de mobilidade (como a partilha de automóveis e as bicicletas eléctricas) num sistema de transportes urbanos eficiente.