O papel do vídeo no setor automóvel, Ricardo Carvalho, Country Manager da CitNOW

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Entramos numa nova fase de desconfinamento. Chegamos, finalmente, ao “Dia da Liberdade”. Durante os meses de espera, de avanços e recuos e dos momentos de esperança e frustração, imaginamos que o Dia D seria marcado, entre outros aspetos, pela retoma plena da economia e da indústria, nomeadamente no que ao setor automóvel diz respeito

A tecnologia e o vídeo são armas fortes no presente e sê-lo-ão no futuro. É hora de apostar no poder da comunicação, no envolvimento emocional e na humanização digital das relações.

Deparamo-nos, contudo, e nos últimos meses, com uma problemática que conta com contornos preocupantes: a crise dos semicondutores. Essenciais para a indústria automóvel, estes componentes estão, agora – e temporariamente, esperemos – praticamente inacessíveis, sobretudo na Europa.

Apesar de começarmos a ouvir as grandes marcas falar na internalização dos semicondutores, a realidade atual – marcada pelo condicionamento de viaturas novas – possui inúmeras similaridades com os anteriores períodos de confinamento. Tal como a sociedade, isolada, se viu obrigada a recorrer à tecnologia, concretamente ao vídeo, para socializar, o setor automóvel encontra-se, agora e mais do que nunca, conectado. O boom que a tecnologia e as aplicações de vídeo registaram no confinamento – e que permitiram manter o setor em funcionamento –, conhecem, agora, uma nova realidade. Hoje, com a inexistência de viaturas novas e sem a existência de tecnologia, os concessionários não teriam forma de manter a ligação com os seus clientes. Não conseguiriam continuar a oferecer aquilo que os clientes procuram, principalmente em momentos como o atual: dar vida aos seus sonhos. Há princípios universais que ganham expressão cíclica. Relembro que, nos anos 80 e 90, também se esperava meses por um carro novo. Era preciso manter o contacto e a vividez da relação cliente/ consultor era assegurada com catálogos, telefonemas e encontros. Hoje, investindo menos financeiramente, podemos ser ainda mais intensos, informativos e envolventes.

É exatamente essa a função atual da tecnologia, hoje, um elo de ligação. E é também graças a ela que é possível, à distância e de forma cómoda e segura, realizar todo o processo de compra de um carro novo: da pesquisa à entrega. No caso particular do mercado de elétricos, por exemplo, esta componente ganha uma nova e importantíssima dimensão. Falamos de uma nova geração. A “Geração HI-Tech”. Uma geração altamente conectada e que procura simplificar toda a sua rotina com recurso à tecnologia. Uma geração que vive de e para a tecnologia.

O mesmo se aplica no mercado dos usados. Com a escassez de carros novos, este é, invariavelmente, um segmento chave para a sobrevivência do setor e do retalho em particular. Os dados registados nos últimos meses não deixam grandes problemas de interpretação: “sem carros novos” no mercado, o valor dos carros usados subiu cerca de 20 por cento e as vendas dispararam, as margens, essas, continuam a ser repartidas pela cadeia de valor, pelo que, não é tácito que a fatia de “leão” fique no retalhista vendedor e isso traz desafios de eficiência e de eficácia ao processo de venda. Boas notícias para quem deseja vender, especialmente para aqueles que recorrem à tecnologia para dar a conhecer o seu produto único.

Ao entrarmos na guerra pela melhor oferta, existe apenas uma certeza: qualquer ativo digital de qualidade terá mais consultas e mais visualizações. Terá e estará em vantagem competitiva. O vídeo funciona, aqui, como o elemento diferenciador. Será a melhor montra virtual e universal. Através dele, é possível percorrer todas as etapas do ciclo de compra, até mesmo a etapa final, que pode (e deve) ser altamente customizada e sempre a pensar no envolvimento emocional com o comprador. Afinal de contas, estamos a falar da materialização de um sonho, pelo que é essencial fazer o cliente progredir no processo de compra.

Chegados à nova normalidade, é crucial que tenhamos em mente que o mundo não voltará a ser o que era. A sociedade mudou. Os negócios mudaram. Os modelos de trabalho e de vida alteraram-se. A tecnologia passou a fazer parte de todas as componentes da nossa vida. De forma mais acentuada e permanente.