Fraudes em usados fazem Portugal cair no ranking europeu

O mercado de usados em Portugal tornou-se menos transparente em 2025, com o país a descer para 16.º lugar no ranking europeu devido ao aumento das fraudes de quilometragem e danos ocultos, apontou a carVertical
A fraude no conta-quilómetros e os danos não declarados continuam a marcar o mercado de veículos usados em Portugal, segundo o mais recente Índice Europeu de Transparência da carVertical. O país caiu para a 16.ª posição entre 25 mercados, depois do 11.º lugar em 2024.
Este ano, 3,8% dos carros verificados tinham quilometragem adulterada (2,2% em 2024), com um recuo médio de 92 900 km. Além disso, 40,3% apresentavam registos de sinistro, acima dos 35,9% do ano anterior, com reparações médias acima dos 4 mil euros. As importações continuam a dominar o mercado: 61,5% dos veículos analisados vieram do estrangeiro. A idade média também aumentou — 10 anos, face a 8,5 em 2024.
“Os veículos com muita quilometragem são mais difíceis de vender; por isso, alguns vendedores recorrem à manipulação do conta-quilómetros para aumentar os lucros”, explicou Matas Buzelis, especialista automóvel da carVertical.
No topo do ranking mantêm-se Reino Unido, Itália e Alemanha. No fundo, continuam Ucrânia, Letónia, Lituânia, Roménia e Estónia, que são mercados com elevada dependência de importações, frotas envelhecidas e maior incidência de fraude.
O índice baseia-se em seis indicadores: percentagem de veículos com quilometragem adulterada, valor médio da manipulação, percentagem de sinistrados, valor médio dos danos, proporção de importados e antiguidade média.




