Preservar a bateria de um VE
A degradação das baterias de iões de lítio que equipam os veículos elétricos é um processo natural e inevitável. Com o tempo, todas as baterias perdem irreversivelmente parte da sua capacidade para armazenar ou dispensar energia. É por isso importante adotar alguns comportamentos e práticas que não acelerem o processo de degradação
Alguns dados apontam para, em média, uma degradação de 10% num período de cinco ou seis anos. Isto não significa necessariamente uma redução da autonomia do veículo e, ao mesmo tempo, os VE de utilização intensiva não parecem apresentar níveis maiores de degradação da bateria. No entanto, é aconselhável adotar alguns comportamentos e práticas que não acelerem o processo de degradação, estendendo a longevidade da bateria de forma a manter os níveis de desempenho do automóvel durante mais tempo, e possibilitando até que esta seja aproveitada para uma utilização posterior.
Em primeiro lugar é importante compreender como funciona uma bateria num carro elétrico, pois só assim se conseguirá preservá-la o mais possível. Num veículo elétrico, a bateria serve para armazenar a energia proveniente da rede, fornecendo essa mesma energia ao motor elétrico. Só depois este dá o comando às rodas para que iniciem o movimento.
Ao contrário do que acontece com a bateria dos automóveis a combustíveis fósseis, que se substitui facilmente e, na maioria dos casos, por menos de duas centenas de euros, as baterias que alimentam os carros elétricos custam alguns milhares de euros. Por exemplo, num dos carros elétricos de maior sucesso, o Nissan Leaf, a bateria custa cerca de sete mil euros, sendo que a troca pressupõe ainda o tempo de mão de obra especializada. Normalmente, este não é um assunto problemático uma vez que as marcas oferecem garantias para as baterias superiores às dadas ao resto do carro. No entanto, o melhor é não arriscar e ter alguns cuidados de preservação.
A bateria pode ser carregada de várias formas: numa tomada doméstica, se houver tempo, será a solução mais em conta, além de que o carregamento lento proporciona à bateria uma maior saúde e, consequente, longevidade. Outra possibilidade passa por ter uma Wallbox em casa e nestes casos, o carregamento é feito de forma mais célere, ainda que não seja necessariamente um chamado carregamento rápido. Caso não tenha possibilidade de efetuar os carregamentos em casa, há a possibilidade de usar a rede pública, podendo escolher entre postos de abastecimento normal ou rápido. No entanto, para preservar a vida da bateria, deixe os carregadores rápidos apenas para situações de emergência, pois a prática continuada acelera a degradação da bateria. Não devem ser rejeitados, mas é aconselhável limitar o recurso a estes pontos de carregamento somente para as situações em que seja necessário.
O tempo absoluto que uma bateria demora a carregar dependerá da capacidade da mesma, o que não é difícil de compreender: uma que reclame uma autonomia de 200 quilómetros levará menos tempo que outra que prometa percorrer 400 quilómetros com um único carregamento. No entanto, em qualquer uma delas, é sabido levar muito menos tempo a carregar até 80% da capacidade do que os restantes 20%. No caso das baterias de iões de lítio, que são as mais comuns atualmente, manter permanentemente os 100% de carga acaba por ter impacto na quantidade de energia que a bateria consegue armazenar. Igualmente, a descarga completa também é prejudicial, pelo que é aconselhável manter os níveis de carga acima dos 20% (para acautelar qualquer situação inesperada) e abaixo dos 80%. O carregamento total da bateria é apenas aconselhado para viagens longas, próximas da autonomia máxima do veículo. Os sistemas de navegação que equipam a maioria dos modelos são um auxiliar precioso nesta gestão.
Idealmente, convém manter o carregamento das baterias sempre entre os 40 e os 80 por cento da sua capacidade. Isto porque o carregamento gera calor e quanto mais tempo a bateria está exposta a este, maiores serão os possíveis danos. Ou seja, quanto menos tempo estiver ligado à corrente melhor. Também é importante não colocar o carro a carregar quando este está quente. Depois de o desligar, deixe que os vários componentes, sobretudo os que formam a bateria, arrefeçam. Só depois, ligue a ficha. Por outro lado, a exposição a temperaturas extremas acelera a degradação das baterias. É assim aconselhável que o veículo seja protegido dos elementos, sobretudo nos períodos mais frios e quentes do ano. O carregamento deve ser efetuado preferencialmente durante a noite, ou numa garagem ou parque coberto. Como qualquer outro veículo, um carro elétrico não deve permanecer parado durante longos períodos de tempo. É importante que o automóvel seja conduzido com regularidade, mesmo que apenas em trajetos curtos.
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