Produção automóvel na Europa deverá cair 3,7% em 2025
A produção automóvel europeia deverá recuar 3,7% em 2025, segundo um estudo da Crédito y Caución. A queda deve-se, sobretudo, ao impacto das tarifas impostas pelos EUA, que perturbam as cadeias de abastecimento e aumentam os custos de produção
O setor automóvel europeu enfrenta um cenário de retração em 2025, com uma quebra prevista de 3,7% na produção, impulsionada pelo agravamento das tarifas comerciais dos EUA e pelos constrangimentos nas cadeias de abastecimento globais. A previsão é avançada pela Crédito y Caución, que alertou para um impacto particularmente acentuados em economias fortemente exportadoras como a Alemanha e a Itália, onde as vendas externas do setor deverão recuar cerca de 5% ainda este ano.
De forma mais abrangente, o estudo prevê uma contração global da produção de veículos e componentes de 1,7% em 2025 e de 2,1% em 2026.
Segundo a Crédito y Caución, os efeitos da guerra tarifária “serão negativos para produtores e fornecedores”, sublinhando que, por exemplo, “atualmente, os componentes atravessam várias vezes as fronteiras entre os EUA, o México e o Canadá para a produção de um veículo — isso deixa os fabricantes que operam na América do Norte expostos a riscos significativos a curto e médio prazo”.
Na Europa, os países com maior nível de risco incluem Áustria, Bélgica, França, Hungria e Suíça. Já com um nível elevado, destacam-se a República Checa, Alemanha, Itália, Polónia, Portugal, Eslováquia, Turquia, Reino Unido, Brasil e Canadá.
O relatório aponta ainda que “a combinação de uma procura de exportação reduzida, de custos de fatores de produção mais elevados e de margens de lucro mais estreitas prejudicaria seriamente a competitividade das indústrias automóvel alemã e da Europa Central e Oriental”.
Para proteger a indústria automobilística local, a União Europeia avançou com tarifas sobre as importações de veículos elétricos chineses. Embora a medida possa conter o crescimento das importações, também poderá acelerar os planos de fabricantes chineses para instalarem unidades de produção em solo europeu.
O estudo destacou ainda que, com o aumento da presença dos veículos elétricos no mercado, os fabricantes de motores de combustão interna enfrentam pressão crescente para adaptarem os seus processos, sob risco de encerramento. Estima-se que, até 2030, os veículos elétricos representem 59% das vendas totais do setor.