Rheinmetall Automotive também sofreu os efeitos do novo coronavírus

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No primeiro trimestre de 2020, a Rheinmetall Automotive não escapou à tendência negativa dos mercados globais afetos ao automóvel e aos efeitos da crise do novo coronavírus, alcançando vendas de 618 milhões de euros, quando, em 2019, no mesmo período, havia registado 714 milhões de euros.

O encaixe de menos 96 milhões de euros correspondeu a uma queda de 13,5%. Apesar desta descida nas vendas, o lucro operacional foi positivo. Em comparação, o número de veículos com menos de seis toneladas produzidos em todo o mundo (excluindo a China) diminuiu 14,7%.

Considerando nos resultados o mercado chinês, a produção automóvel global diminuiu durante o primeiro trimestre deste ano 23% no espaço de um ano. Ou seja, o desempenho geral da Rheinmetall Automotive este ligeiramente acima do próprio mercado.

Apesar das dificuldades sentidas em todo o setor, a Rheinmetall Automotive alcançou ganhos positivos no primeiro trimestre de 2020. Os lucros operacionais totalizaram 10 milhões de euros, tendo sido de 49 milhões no mesmo período do ano passado. A margem de lucro operacional do setor diminuiu para 1,7% (foi 6,9% em 2019).

“Como todos os fornecedores do setor automóvel”, disse Armin Papperger, CEO da Rheinmetall AG, “tivemos de limitar, significativamente, a nossa produção nesta área. O que terá na nossa atividade um impacto negativo considerável, em particular no segundo trimestre. No entanto, tendo em vista a recuperação do mercado, que começa a verificar-se na China e a retoma da produção por parte dos nossos clientes internacionais, estamos confiantes de que poderemos acelerar ainda mais o fabrico em várias unidades automóvel no segundo trimestre”.

De acordo com o responsável, “a Rheinmetall está a combater a crise do novo coronavírus com toda a força. E não apenas a nível empresarial. Estamos cientes da responsabilidade que temos neste contexto, tanto para proteger a saúde dos 30 mil colaboradores de que dispomos em todo o mundo como para a sociedade no seu todo”.

E acrescentou: “Nesse sentido, atualmente, é nossa prioridade ajudar aqueles que nos ajudam. E, isto, inclui diversas medidas, como a aquisição de equipamentos de proteção em grandes quantidades à China, o fabrico de componentes para equipamento médico e o fornecimento de desinfetantes e outros bens necessários urgentes. Estamos a adaptar todos os nossos recursos para lidar com esta crise e esperamos ser um parceiro capaz e confiável em relação às medidas governamentais e sanitárias. Para que possamos superar esta difícil situação todos juntos”.

A redução de pedidos por parte dos clientes do setor automóvel será colmatada com uma série de medidas para reduzir a produção, que serão ajustadas de acordo com as respetivas situações das diferentes unidades de produção da Rheinmetall Automotive.

Estão a ser feitos esforços consistentes no sentido de garantir que a cadeia de fornecimento das fábricas permaneça funcional o máximo possível. Ao mesmo tempo, todos os preparativos necessários foram feitos no setor automóvel para um proporcionar um reinício controlado das fábricas, que foram obrigadas a suspender a sua atividade devido a ordens governamentais.

A divisão de Mecatrónica registou uma descida de 13% nas vendas, para os 348 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. O lucro operacional foi de nove milhões no primeiro trimestre de 2020 (31 milhões no ano passado).

Com 210 milhões de euros alcançados, as vendas da divisão Hardparts caíram 16% no primeiro trimestre de 2020 comparativamente com o ano anterior. Os ganhos operacionais nos primeiros três meses deste ano caíram de 13 milhões de euros (alcançados em 2019) para -3 milhões de euros.

Na divisão de Aftermarket, as vendas no primeiro trimestre de 2020 permaneceram estáveis ​​face a igual período do ano anterior, já que estiveram apenas dois milhões de euros abaixo dos 85 milhões alcançados em 2019 (a queda foi de 2,4%). O lucro operacional desta divisão foi de quatro milhões nos primeiros três meses deste ano, quando, em 2019, haviam sido oito milhões.

As joint ventures existentes na China, que não se encontram refletidas nos números de vendas do setor automóvel, foram afetadas pela crise do novo coronavírus numa fase inicial no primeiro trimestre deste ano, registando um tempo de inatividade significativo da produção após os encerramentos decretados pelo Governo chinês (medida de restrição que, agora, foi levantada).

Essas empresas geraram vendas de apenas 144 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, o que correspondeu a uma redução de 34% em relação ao valor registado em igual período de 2019 (219 milhões de euros).

Em comparação, a produção de veículos ligeiros na China diminuiu 47% até março deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior. A produção da joint venture chinesa quase voltou ao nível que tinha antes do início da crise do novo coronavírus.

No setor automóvel, os potenciais efeitos da pandemia de Covid-19 na procura por parte do cliente final, os números de produção dos fabricantes de automóveis e as cadeias de fornecimento globais não podem ser alvo de previsões fiáveis neste momento.

Uma perspetiva realista para o setor automóvel em 2020 que reflita a mudança da situação do mercado, ainda não é possível nestas circunstâncias devido ao elevado nível de incerteza.

A Rheinmetall espera que as vendas e os lucros operacionais quer no setor automóvel quer no seio do grupo sejam, significativamente, inferiores face às previsões anteriores, que ainda não refletiam ​​os efeitos da crise do novo coronavírus.