UE adia entrada em vigor da diretiva Euro 7

Trata-se de uma decisão que gerou um intenso debate entre a indústria automóvel e os Estados-Membros da UE. Depois de muitas idas e vindas, os países da UE concordaram em adiar a entrada em vigor da norma de emissões Euro 7, de acordo com as exigências das associações do setor

Assim, a norma, que deveria entrar em vigor em 2025, foi adiada para 2027 para os veículos ligeiros e para 2029 para os veículos comerciais. Esta decisão está ainda pendente da aprovação final do Parlamento Europeu. A abordagem comum adotada no Conselho Europeu de Ministros da Competitividade, em Bruxelas, inclui também novas restrições às emissões de partículas dos travões e dos pneus, no âmbito de um regulamento que visa reduzir tanto as emissões de CO2 como as de partículas poluentes.

A proposta inicial da Comissão Europeia (entrada em vigor da norma Euro 7 em 2025) teve a forte oposição de um bloco de oito países: França, Itália, República Checa, Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia, apoiados pela Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA). Estes países argumentaram que estas novas medidas iriam impor custos adicionais à indústria durante um período de tempo demasiado curto antes da transição total para veículos com emissões zero.

Na direção certa
Para Sigrid de Vries, diretora-geral da ACEA, a posição dos Estados-Membros “é uma melhoria em relação à proposta Euro 7 da Comissão Europeia, que era totalmente desproporcionada e gerava custos elevados para a indústria e para os consumidores, com benefícios ambientais limitados”.

“O objetivo do Conselho de manter os testes Euro 6/VI é sensato. No entanto, em comparação com o que existe atualmente, a norma Euro 7 exige esforços significativos em termos de engenharia e de ensaios. Como tal, exigirá enormes investimentos adicionais da nossa indústria, numa altura em que esta está a canalizar todos os seus recursos para a descarbonização”.

“A nossa indústria está totalmente empenhada na luta contra a poluição atmosférica e as alterações climáticas”, acrescentou de Vries. “Apelamos agora aos Estados-Membros, ao Parlamento Europeu e à Comissão para que trabalhem no sentido de uma norma Euro 7 que nos permita concentrar-nos nestes dois objetivos, assegurando simultaneamente que os veículos são acessíveis e que a nossa indústria é competitiva”.