Veículos com mais de 15 anos podem ser ‘forçados’ a deixar de circular

01 - Veiculos com mais de 15 anos podem ser ‘forcados a deixar de circular

Parece que o setor automóvel voltou a fazer das suas, o mesmo que dizer que a União Europeia se prepara para lançar uma medida em que proíbe certas reparações em carros com 15 ou mais anos. Com esta proposta, a Comissão quer tornar-se no primeiro território do mundo sem emissões diretas do setor dos transportes até 2050

Para quem tem um carro com 15 ou mais anos as noticias não são animadoras. Ainda sem aprovação, a proposta da Comissão Europeia visa renovar o parque automóvel, fazendo com que os condutores europeus adquiram veículos mais novos e ecológicos.

A proposta de Bruxelas assenta no conceito de veículo residual, que é uma espécie de categoria para viaturas com mais de 15 anos e cujas avarias afetem o motor, a caixa de velocidades, os travões, a direção, chassis ou a carroçaria. Portanto, se este regulamento for aprovado, a reparação ou substituição de qualquer um destes componentes, numa viatura com mais de 15 anos passa a ser proibida.

Com esta proposta, a EU quer tornar-se no primeiro território do mundo sem emissões diretas do setor dos transportes até 2050. No entanto, até 2030, Bruxelas quer reduzir as emissões de transportes em 55%.

Mas e se não for possível a reparação, o que acontece aos veículos? Pois bem, caso não tenha ‘solução possível’, provavelmente, o veículo vai direto para a sucata, uma forma de promover a chamada economia circular.

Não se aflija, esta medida não é para todos os proprietários com viaturas com mais de 15 anos, só será aplicável a um número muito reduzido de automóveis, com as caraterísticas já referidas acima e considerado dentro do conceito de veículo em fim de vida útil.

A responsabilidade de determinar se o seu veículo está ou não em fim de vida, é dos próprios fabricantes. Ou seja, caberá aos fabricantes fornecer instruções detalhadas para a substituição de peças, bem como determinar se um automóvel ainda é reparável ou se já atingiu o fim de vida útil. Isto para quê? Para impedir que um carro que já não esteja em condições possa continuar a ser vendido como veículo usado.

Será considerado residual qualquer veículo destinado a ser resíduo, sem contaminar o meio ambiente e aproveitando parte dos seus componentes. E esse é um dos principais pontos de polémica: a proposta de Bruxelas diz que qualquer veículo ou residual, um veículo cuja reparação exija a substituição do motor, caixa de velocidades, carroçaria ou chassis, ou quaisquer outras reparações para que a viatura passe numa inspeção técnica.

Em Portugal, um em cada quatro viaturas tem mais de 20 anos e a idade média dos carros matriculados é superior a 13 anos. E esta é uma tendência que se estende às potências económicas da União Europeia.