34ª Convenção ANECRA sob o signo da sustentabilidade
A sustentabilidade foi o tema chave da 34ª Convenção da ANECRA que decorreu dia 27 de outubro, no Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira. O evento, que teve lotação esgotada, foi mais uma vez ponto de encontro obrigatório para muitos associados e uma oportunidade de debate e confronto de ideias e tendências
Como é habitual a Convenção iniciou-se com o discurso de boas vindas do presidente da direção da ANECRA, Alexandre Ferreira, seguindo-se uma intervenção do secretário-geral Roberto Gaspar que introduziu o tema da sustentabilidade que iria marcar as sessões de debate ao longo do dia.
Seguiu-se a intervenção de Alfredo Amaral, CEO e fundador da OKIS 360, que destacou as oportunidades de diversificação das oficinas, em resposta à emergência de novas necessidades, nomeadamente na gestão de baterias, fornecimento de energia, software de diagnóstico avançado e reparação de sistemas complexos. No campo da inovação, as oficinas devem considerar a exploração dos dados gerados pelos veículos conectados, incremento da manutenção preventiva, manutenção especializada e upgrade dos sistemas.
O primeiro painel foi dedicado aos desafios imediatos do pós-venda, designadamente: a escassez de recursos humanos, o preço da mão de obra, a digitalização do negócio e das viaturas, e como podem os operadores do pós-venda aproveitar as oportunidades. Deste debate destaca-se, entre outros, o tema da necessidade premente do incremento do preço de mão de obra praticado no pós-venda, que em Portugal é estruturalmente muito baixo quando comparado com os nossos congéneres europeus.
Ainda nesta área, com a moderação de Rita Rodrigues, jornalista da CNN, seguiu-se o debate sobre a eletrificação, a inteligência artificial e os novos conceitos de mobilidade, focando-se no desafio dos operadores: Quando o parque circulante de veículos elétricos justifica investimentos por parte das oficinas em formação de RH e equipamentos; e de que forma a Inteligência Artificial pode alterar o setor e qual vai ser a importância dos grandes operadores de dados?
Da parte da manhã houve ainda espaço para debater outro tema muito importante, o financiamento automóvel e a sustentabilidade das empresas, que contou com representantes das principais financeiras do país, como o banco Credibom, a Cofidis, a Cetelem e o banco Santander. Estes responsáveis abordaram o impacto da subida das taxas de juro em toda a cadeia do negócio, e reafirmaram que a sustentabilidade das empresas tende a ser um dos fatores fundamentais nas relações entre a banca e os seus parceiros.
Na parte da tarde, o foco esteve na transformação em sustentabilidade no segmento do comércio de automóveis usados, onde se procurou responder às expetativas de evolução dos preços dos carros em função do aumento significativo de oferta e como tem vindo a evoluir a procura de particulares, tendo em conta o contexto económico e o aumento das taxas de juro.
O quinto e último painel de debate do dia juntou um naipe de alguns dos mais relevantes operadores deste setor para uma reflexão sobre os muitos desafios com que a indústria automóvel se confronta na atualidade.
A sessão solene, que antecede o fecho da Convenção ficou a cargo de Luís Amaral, ex-Ministro da Indústria e atualmente consultor da FNWAY Consulting.
A 34ª Convenção da ANECRA voltou a ser um evento repleto de debates sobre temas atuais, que ajuda os profissionais do setor a refletir sobre a atualidade e conhecerem as melhores estratégias para o futuro.