O novo consumidor – Mais exigente e digital!

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O novo consumidor é 100% digital, com uma experiência de compra que vai além do computador, estendendo-se para dispositivos móveis, redes sociais e assistentes de voz. Esperam uma experiência de compra fluída e integrada entre diferentes canais, algo que o marketing tradicional já não consegue proporcionar

O marketing tradicional está a cair em desuso, conforme evidencia a análise realizada pelo e-goi. Durante anos, as empresas confiaram em estratégias de marketing de massa: anúncios de televisão, e-mails genéricos, outdoors e campanhas de rádio. Estes métodos eram eficazes num mundo com menos canais de comunicação, onde o público estava mais recetivo a mensagens interrompidas. No entanto, o modelo de marketing tradicional enfrenta problemas cruciais. Com a proliferação de anúncios em múltiplos canais, a interrupção tornou-se a norma. O consumidor atual está sobrecarregado com anúncios, criando um “desinteresse” generalizado. O aumento da competição pela atenção resultou numa diminuição do impacto das campanhas, que já não conseguem gerar os mesmos resultados. As campanhas tradicionais baseiam-se em segmentações amplas e muitas vezes imprecisas, tentando alcançar o maior número possível de pessoas com a mesma mensagem. Contudo, este modelo já não consegue falar de forma personalizada para o consumidor moderno, que exige relevância e precisão nas ofertas que recebe.

O comportamento do consumidor mudou drasticamente nos últimos anos. Hoje, as pessoas são mais exigentes, conectadas e impacientes. Esperam uma experiência personalizada, que se alinhe com as suas necessidades e preferências em tempo real. Os consumidores têm acesso ilimitado a informações, o que os torna mais informados e exigentes. Por sua vez, a paciência do consumidor nunca foi tão curta. Ele espera que a comunicação seja rápida, direta e relevante. O tempo de resposta tem que ser imediato, seja para dúvidas sobre um produto, ou até mesmo para ofertas e promoções personalizadas. Os consumidores querem sentir-se como indivíduos, e não como parte de uma massa genérica. Querem recomendações personalizadas e ofertas que estejam de acordo com os seus interesses, comportamentos e histórico de compras.

Revolução no marketing
O marketing tradicional estava centrado em canais de massa, como televisão, rádio e e-mails em massa. Estes métodos eram eficazes quando o mercado estava menos fragmentado e os consumidores mais recetivos. Hoje, estes métodos já não têm o mesmo poder de alcançar o público-alvo certo de forma eficaz. A revolução no marketing começou com o uso de dados. As empresas perceberam que poderiam utilizar as informações que já possuíam sobre os seus consumidores para criar campanhas mais direcionadas e eficientes. No entanto, mesmo com dados, o marketing ainda necessitava de intervenção humana para ajustar as campanhas em tempo real. Foi aí que a automação entrou em cena, permitindo que muitas das tarefas repetitivas fossem realizadas de forma mais rápida e eficiente. Atualmente, já é possível oferecer uma experiência única para cada consumidor, independentemente do volume de tráfego ou número de produtos, assim como executar campanhas que são continuamente otimizadas sem intervenção manual, permitindo que as equipas se concentrem em estratégias mais criativas e de longo prazo. A verdadeira viragem chegou com a Inteligência Artificial (IA). A IA traz uma profundidade de análise e personalização que os métodos tradicionais nunca poderiam alcançar. A IA usa dados para antecipar comportamentos, otimizar campanhas em tempo real e criar experiências personalizadas. A personalização é a chave, e isso não é algo que um anúncio genérico possa oferecer. As campanhas baseadas em suposições amplas, sem dados reais de comportamento, simplesmente não geram os resultados necessários para empresas que querem crescer no mercado atual.

A saturação é inevitável
O consumidor está sobrecarregado de informações e os dados de atenção mostram uma clara queda na eficácia das campanhas tradicionais. A atenção do consumidor é um recurso cada vez mais escasso, e as estratégias antiquadas estão simplesmente a competir por um espaço que já não existe. O marketing tradicional não oferece uma medição precisa e em tempo real do retorno sobre o investimento. Com métodos como anúncios na TV, por exemplo, tem-se apenas uma visão superficial do impacto, sem poder ajustar ou melhorar a estratégia instantaneamente. Isso impede decisões rápidas e baseadas em dados. Empresas de retalho e e-commerce precisam de resultados tangíveis, e é exatamente isso que o marketing baseado em IA oferece: dados em tempo real, otimização contínua e feedback instantâneo.

Continuar a investir nas estratégias tradicionais pode sair mais caro do que imagina. Num cenário de alta competição e evolução constante, os concorrentes que estão a adotar IA, automação e personalização já estão à frente. Ao não evoluir, não está apenas a perder a oportunidade de otimizar campanhas, mas também a desperdiçar recursos em táticas ineficazes. A transformação digital já não é opcional, é uma questão de sobrevivência no mercado. A Inteligência Artificial deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade estratégica para as empresas que procuram destacar-se e otimizar as suas campanhas de marketing. Com a IA, as marcas abandonam abordagens genéricas e passam a personalizar e automatizar as suas estratégias com uma precisão sem precedentes. Empresas de e-commerce e retalho que não adotam a IA ficam rapidamente para trás. O consumidor atual exige experiências únicas em cada ponto de contacto com a marca. Ao contrário das abordagens tradicionais, a IA permite personalizar ofertas de forma escalável. Através da análise de dados em tempo real, ajusta automaticamente as campanhas, tornando cada comunicação mais relevante — e, consequentemente, mais eficaz. A IA no marketing refere-se à utilização de algoritmos de aprendizagem automática e análise de dados para automatizar decisões em tempo real, personalizar interações e prever comportamentos dos consumidores. Isto não se resume apenas à otimização de campanhas — é a criação de experiências verdadeiramente individuais, baseadas nos comportamentos e preferências de cada consumidor.

Inteligência Artificial torna-se indispensável
A era da comunicação genérica terminou. Para marcas de e-commerce e retalho, o sucesso depende de entregar a mensagem certa, à pessoa certa, no momento certo — e é aí que a Inteligência Artificial se torna indispensável. Com IA, as marcas deixam de apresentar os “mais vendidos” a todos e passam a sugerir o mais relevante para cada utilizador. A jornada do cliente deixa de ser linear, tornando-se dinâmica e adaptável consoante os sinais de intenção captados a cada interação. A IA analisa cliques, histórico de compras, tempo de navegação, categorias visitadas e localização geográfica em tempo real. Isso permite reconhecer com precisão a intenção de compra e adaptar, automaticamente, os conteúdos e ofertas exibidos ao consumidor. Este acompanhamento comportamental contínuo alimenta motores de recomendação e automação que ajustam, em segundos, a jornada do cliente — seja em campanhas de e-mail, push, SMS ou no próprio site.

A inovação real está na automação inteligente, alimentada por machine learning e comportamento em tempo real. Marcas modernas não podem depender de fluxos fixos. O comportamento do consumidor muda a cada clique — e a sua jornada deve acompanhar essa velocidade. Um utilizador visualiza uma categoria por vários minutos, mas não compra? A IA envia um incentivo personalizado (cupão, recomendação, conteúdo social). Outro cliente já interagiu com uma campanha, mas não converteu? A IA pode agora enviar uma prova social, vídeo ou oferta mais agressiva, dependendo do comportamento anterior.

Com IA, a automação transforma-se em decisões em tempo real, baseadas no comportamento, na fase do funil e no histórico de interação. A IA aprende e ajusta automaticamente o conteúdo, o canal e o momento da próxima ação. Estas decisões são automáticas, com modelos que aprendem e evoluem. A IA identifica padrões de conversão, compara perfis semelhantes e otimiza os fluxos — sem necessidade de intervenção manual da equipa.

Este artigo também pode ser consultado no Anuário da revista dos Pneus 2025, impresso ou aqui.