“A entrada no grupo Trustauto foi uma enorme mais-valia!”, OMA Peças Auto
A empresa de São João da Madeira é um distribuidor de peças com 27 anos no mercado, que passou, há seis, a integrar o Grupo de Retalho Trustauto. Além da sede, tem ainda duas filiais, em Canedo e Rio Meão, e em breve irá remodelar as instalações principais para ampliar a área de armazenagem e fazer uma sala de formação. Miguel Moreira e Paulo Azevedo, sócios-gerentes, falaram-nos sobre o crescimento da OMA Peças Auto e mostraram-se confiantes na continuidade do negócio nos anos vindouros
Oliveira, Moreira e Azevedo foram os três sócios que, em 1998, fundaram a OMA Peças Auto, uma empresa dedicada à distribuição de peças. Seis anos mais tarde, passaram a ser apenas dois, Miguel Moreira e Paulo Azevedo, que assumiram, desde então, a gestão da mesma. Questionado sobre como têm trabalhado para fazer a diferença no mercado, Miguel Moreira explica que fizeram “um trabalho de proximidade com o cliente e, com isso, ganhámos o mercado. Muitas vezes, quanto maior o barco, maior é a tormenta, e, se calhar, os nossos concorrentes, que eram e continuam a ser gigantes à nossa beira, face à dimensão, descuraram alguns pormenores aos quais nós sempre estivemos atentos e fomos tentando melhorar para cativar os clientes”. Além disso, salienta o poder negocial que foram ganhando com a crescente dimensão e com a competitividade que as marcas premium, das quais são importadores através do grupo Trustauto, trouxeram. “Outra parte do sucesso”, acrescenta, “é a equipa fantástica que temos, em que praticamente todos os nossos elementos chave estão connosco desde sempre. Conforme fomos crescendo, os recursos humanos têm-se mantido ao longo dos anos e isso também é motivo de orgulho para mim”, diz, garantindo que isso “dá uma confiança tremenda ao mercado”.
Parcerias que importam
A OMA Peças Auto tem a sede em São João da Madeira e duas filiais, uma em Canedo, há sete anos e outra em Rio Meão, há dois, focando-se no distrito de Aveiro Norte. Não está prevista a abertura de mais filiais, porque isso iria obrigar “ao reposicionamento de funcionários daqui da sede e hoje em dia é difícil arranjar profissionais já com capacidade para entrar no nosso ritmo e para formar”, explica Miguel Moreira. O passo mais recente foi a entrada no grupo Trustauto, em 2019, que se afigurou ser “uma enorme mais-valia, até pela conjuntura do mercado, com fusões e aquisições que está a haver, sermos pequenos e estarmos sozinhos ou por nossa conta, dificulta bastante. Assim, temos as marcas próprias e as nossas marcas de importação direta”, diz o sócio-gerente, que aguarda agora os benefícios que surgirão do acordo do grupo Trustauto com a Stellantis, que permitirá “estar ligado a um supergrupo. É um dos maiores grupos europeus de construtores automóveis, o que também nos traz muita responsabilidade”. Sobre a rede de oficinas Mooving, o responsável revela que “está um pouco estagnada, também para perceber se poderá ter alguma inclusão ou interação com a rede Eurorepar, da Stellantis, o que seria um alavancar para a nossa rede”, considera, destacando que a Mooving “é um projeto fantástico, que tem esbarrado em burocracias, mas não está morto”.
Portfólio completo
A OMA Peças Auto trabalha com praticamente todas as marcas de peças auto, tendo em stock permanente cerca de 86 mil referências. Miguel Moreira aponta como marcas-bandeira aquelas que “importamos através do Grupo Trustauto, como a SKF, Hella, Blue Print, Valeo, Exide, OCAP… são as marcas que temos mais cuidado a trabalhar. E, além disso, trabalhamos com todas as marcas disponíveis no mercado, tudo o que o cliente quiser”. Por outro lado, a marca própria Trust tem sido muito bem aceite pelo mercado, com um desempenho que o nosso interlocutor define como “excelente”. Na sua opinião, “somos um bocado ambiciosos, porque não olhamos para a marca Trust como low cost, ou como uma segunda marca. Nós temos uma marca própria com um produto premium lá dentro, seja a Valeo, por exemplo, ou baterias da Exide. Nós privilegiamos a marca e a qualidade e o que está dentro da embalagem são produtos de qualidade, explicando que “é uma linha grande, que tem uma aceitação no mercado excelente, precisamente por isto. No posicionamento que tem de qualidade-preço é imbatível”, frisa.
A empresa comercializa tudo para as oficinas, sendo que as “ferramentas mais básicas já trabalhamos há muitos anos e, de há dois anos para cá, fizemos um forte investimento na área da ferramenta mais tecnológica. Fruto disso, fizemos o acordo com a Autel. Também temos a distribuição de pneus e daqui para a frente vamos tentando sempre olhar para outros ramos, porque se, com a chegada dos elétricos vamos perder 60 a 70% da manutenção dos veículos, temos de tentar compensar de alguma maneira com outra série de componentes, com outros serviços, também temos que olhar para o futuro”, diz Miguel Moreira, para quem a adaptação ao mercado dos veículos elétricos “já é quase obrigatória, hoje”.
Do balcão para o call center
A evolução do negócio fez com que a OMA Peças Auto se fosse adaptando às necessidades do mercado, passando a fazer entregas diárias aos clientes. No entanto, o balcão, onde trabalham seis pessoas em permanência, continua “a funcionar muito bem. O call center começou com uma pessoa, depois passou para duas e já estamos a pensar em passar para três, mas do balcão não sai ninguém, não temos hipótese”, afirma Miguel Moreira. A empresa faz entregas bidiárias, com quatro rotas estipuladas a partir da sede e mais duas viaturas em cada uma das filiais. As encomendas ainda são feitas, preferencialmente, pelo telefone, “porque as pessoas têm receio do engano na identificação correta e optam por ligar. Temos o nosso sistema Trust Vision, mas tem pouca expressão a nível de encomendas online de clientes, ainda é uma ferramenta pouco utilizada. Os clientes, pelo feedback que nos dão, usam mais até para orçamentar ou para pesquisar”.
A devolução de peças é um problema que tem vindo a ser mitigado, contudo, obriga a ter um funcionário destacado apenas para isso, o que o responsável entende ser “um custo que temos que ter, mas sei que há gente bem pior e há clientes que nos dizem que somos eficientes em fornecer a peça, o que reduz em muito o nível de devolução. É o feedback que temos, que eu gosto de realçar, pois é fruto do nosso trabalho. É que a devolução, além de ter o encargo de termos uma pessoa só para isso, também engloba os encargos da logística, portanto temos que reduzi-los ao máximo, porque é um flagelo, é caótico”, defende.
Leia a entrevista completa na edição impressa ou online do Jornal das Oficinas nº221, aqui.