“Estamos a um nível internacional!”, Lovistin
A Lovistin inaugurou recentemente novas instalações no parque industrial da cidade, para alavancar uma nova fase no crescimento da empresa e o diretor geral, Manuel Silva, não esconde a ambição de continuar a expandir o negócio, que tem a Glasurit como marca-bandeira. O Jornal das Oficinas visitou as novas instalações, justamente considerados state of the art na repintura automóvel devido a uma combinação de fatores que incluem tecnologia de ponta, inovação nos processos e excelência nos equipamentos utilizados
A Lovistin (Loja Viseense de Tintas) foi criada em 1990, mas já desde a década anterior que o seu diretor-geral, Manuel Silva, estava ligado ao negócio da repintura automóvel em nome individual. Tem uma ligação histórica à Glasurit, tendo contribuído para a implementação da marca na zona centro do país, o que lhe valeu a liderança do mercado regional, com cerca de 700 clientes, e ser escolhida para um dos quatro concessionários oficiais Glasurit em Portugal.
Aposta na formação
Em 2024, abriu novas instalações, com área para armazenagem, showroom, laboratório para produção de tintas, centro de formação com sala para aulas teóricas e cabine de pintura para aulas práticas, que foi o mote para conhecermos o novo espaço. “Percebi que estava a crescer de ano para ano e cheguei à conclusão de que precisava de mudar de instalações para satisfazer ainda melhor os meus clientes. Aliado a isso, queria dar melhores condições aos meus trabalhadores, dar-lhes todo o nível de conforto, para que se sintam bem. No entanto, a diferença que se vai notar mais é na formação, temos um horizonte de inovação e queremos dar o melhor apoio aos clientes, com formação como deve de ser”, explica-nos o diretor-geral, Manuel Silva. As novidades da Lovistin, no que à formação diz respeito, não se ficam apenas pela repintura automóvel, mas também se estendem nos setores da “indústria e da construção, que está a subir um pouco”, diz-nos o responsável, que considera que os fornecedores, “que já conhecemos, estão todos interessados em vir cá ajudar-nos e a dar essa formação, para podermos crescer e vender mais, assim como aconselhar melhor os nossos clientes, porque isso é que é a fortaleza da nossa empresa”. Manuel Silva conta que as novas instalações têm “uma área de preparação, uma paintbox e também uma cabine. E temos ainda uma zona para as pessoas poderem ver as demonstrações, porque a cabine tem vidro. Com todo este equipamento estamos a um nível internacional, de qualquer empresa do setor” afirma, com segurança. Neste momento a formação já pode ser ministrada pelos próprios técnicos da empresa, mas o objetivo do diretor-geral da Lovistin é que estas ações sejam realizadas em alternância com os técnicos dos fornecedores.
Aumentar o portfólio
Com a Glasurit a assumir o lugar de marca bandeira da Lovistin, há, ainda assim, várias outras com destaque dentro da casa e Manuel Silva tem “no horizonte abranger mais produtos”. Atualmente, trabalham com a 3M, “que é uma marca de referência com produtos para a linha automóvel” e com a Norton, “com a qual já concretizámos um acordo e que pode vir a ser um grande parceiro como já é a Indasa”. O responsável da casa deixa ainda uma nota especial para a Zaphiro, “uma empresa espanhola, da qual eu sou sócio fundador, que tem muito bons produtos, que estamos a importar. É uma parceria que nos tem trazido grandes vantagens”, aponta, esclarecendo que ainda “estão abertos a novas marcas” para toda a tipologia de produtos. Na Zaphiro, os produtos são produzidos “nos melhores fabricantes da Europa ou até do mundo, porque já vamos à América”. Além disso, Manuel Silva salienta o facto de a Zaphiro ter “vinte técnicos que testam os produtos (porque cada sócio tem um técnico), e só a partir da maioria dos técnicos, é que aprovamos o produto. Portanto, se pelo menos 11 disserem que é bom, colocamos o produto à venda, tem que ser a maioria. Estamos a alargar a gama e já temos filtros para cabine de pintura, que não tínhamos. No início éramos nós que íamos ter com os fornecedores para adquirir os produtos, mas agora já são eles que vêm ter connosco, inverteu-se essa situação. Já não vamos procurar ninguém, é assim que neste momento se encontra o negócio da Zaphiro”, diz-nos Manuel Silva, que é representante desta marca desde Coimbra até ao Norte, havendo outro representante a fazer o trabalho de Coimbra até Lisboa.
Logística e acompanhamento
Dependendo da urgência dos pedidos, as encomendas da Lovistin podem ser despachadas ou transportadas diretamente pelos comerciais, durante as suas rotas semanais habituais. Em termos de acompanhamento técnico, Manuel Silva considera que o que tem vindo a ser desenvolvido pela sua empresa é uma referência em Viseu: “Já temos acompanhamento há mais de 20 anos, sempre tivemos técnicos. Além de que os vendedores estão todos muito bem treinados e já têm bastante formação para atender o cliente. No entanto, para qualquer coisa que não seja possível resolver, temos técnicos e recorre-se rapidamente”, esclarece. A Lovistin possui laboratório próprio, para fazer tintas e, ao nível da gestão de cor e da digitalização, a empresa está, segundo o responsável, “ao nível de qualquer marca” e destaca a nova Série 100 da Glasurit, muito mais eficiente e rentável para a oficina. “Não podemos nunca esquecer, que parte de nosso sucesso está na marca Glasurit que comercializamos desde o início. A sua capacidade de inovação é notória. Foi assim no passado, é assim no presente e a certeza que a Lovistin tem, é que continuará a ser assim no futuro”, sublinha.
Preocupação com o meio ambiente
Manuel Silva evidencia o cuidado que existe atualmente entre as marcas de tinta com o ambiente, com a necessidade de reduzir os VOC – Compostos Orgânicos Voláteis (ou, no original em inglês, Volatile Organic Compounds), que são componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, que se caraterizam pela sua alta pressão de vapor, o que faz com que se transformem em gás ao entrar em contacto com a atmosfera. “Uma das coisas pelas quais a BASF se pauta muito é pela preocupação com o meio ambiente. É das marcas que mais procura a evolução e, neste momento, está quase a metade dos VOC de qualquer marca de primeira linha, enquanto as outras andam na ordem dos 450 gramas por litro, eles lançaram esta linha com 250 g/l, que é algo que ninguém tem”, conta-nos. A este respeito, o diretor-geral lamenta a falta de fiscalização em Portugal, dizendo que “não se deveria utilizar nada na linha automóvel a não ser tintas aquosas, mas infelizmente ainda há quem utilize produtos sintéticos. Agora, se estivermos a falar da indústria, tipo camiões, autocarros ou carros antigos, até faz sentido ser permitido tinta de solvente, mas com alguma rigidez, e só para esse tipo de carros. A BASF, por exemplo, retirou do mercado todos os produtos sintéticos, e eu perdi muitas vendas precisamente por isso, porque no dia em que saiu a lei, eu nunca mais tive produto. Só vendo tinta aquosa”, diz o distribuidor, que conta com mais de 120 máquinas instaladas no país. Para este ano 2025, com a empresa já a funcionar nas novas instalações, Manuel Silva espera um crescimento significativo do negócio e a entrada de novos clientes que reconhecem a visão de futuro da empresa.
Aceda à entrevista completa na edição impressa ou online do Jornal das Oficinas nº220, aqui.