Fundación MAPFRE desenvolve colete à prova de vida
O Jornal das Oficinas, esteve em Ávila, no CESVIMAP, laboratório de inovação da MAPFRE, para assistir a um crash test a 40 km/h entre uma mota e um automóvel e para ter acesso aos resultados do relatório ‘Ergonomia e sensações na utilização de airbags para motociclistas’. Este exercício teve como objetivo sensibilizar todos os presentes sobre a importância da utilização de um colete airbag para o piloto/acompanhante, um elemento de segurança que ajuda a evitar lesões graves em caso de acidente
Cerca de 299 pessoas faleceram em 2023 em motociclos, mais 19% do que em 2022, segundo dados da DGT- Direção Geral dos Transportes. Para travar estes números, a Fundación MAPFRE, apresentou um colete airbag, da marca Aspar Air, um sistema de segurança que representa um grande avanço na segurança passiva do condutor e passageiro do motociclo.
Segundo as conclusões do relatório de ‘Ergonomia e sensações na utilização de airbags para motociclistas’, que contou com a participação de 83 condutores, 6 em cada 10 que utilizaram o colete airbag nas suas viagens, revelaram uma maior sensação de segurança (66%), principalmente para maiores de 50 anos (70%) e utilizadores de megascooters (86%), motociclos com maior cilindrada.
Sob o olhar atento de todos os presentes, inclusive do Jornal das Oficinas, a Fundación MAPFRE, realizou um crash test, a 40km/h, entre uma mota e um automóvel, que demonstram os resultados da investigação e revelam o impacto que um acidente, real, desta dimensão pode ter na vida humana.
Nesta situação de teste, ambos os manequins estavam equipados com colete airbag Aspar Air, o condutor com o modelo 0,5 (270 euros) e o passageiro com o 1,0 (425 euros), que funcionaram com um sistema de acionamento mecânico com cabo, o que permitiu, no momento em que existiu o embate e que o motociclo caiu, a fita que une ao colete do motociclista desprendeu-se e acionou uma mola que movimentou a agulha de disparo, perfurando o cartucho de gás, que por sua vez, encheu o airbag em menos de 200 milissegundos (menos que um piscar de olhos).
Este mecanismo permitiu aos ocupantes protegerem o tórax, costas, cóccix, pescoço e nuca. O que num acidente real poderá ser determinante.
O relatório indica que, como existem diversas áreas do corpo que podem ser protegidas, aquelas que o fabricante do airbag especifica como protegidas devem ser cobertas pelo airbag quando este estiver totalmente inflado e deve cobrir pelo menos uma das áreas de proteção específicas descritas. O tempo estipulado durante o qual o airbag deve permanecer insuflado não deve ser inferior a 5 segundos. Os airbags para motociclos aprovados possuem a etiqueta de aprovação correspondente no seu interior. Da mesma forma, o estudo ressalta que para um airbag funcionar corretamente deve estar devidamente ajustado e o sistema de ajuste não deve causar desconforto ou dificultar a respiração. Além disso, o motociclista deve ser capaz de subir e descer do motociclo com facilidade, virar a cabeça e o tronco para os dois lados quando estiver sentado no motociclo, e tudo isso sem pressão.
A Fundación MAPFRE chegou a outras conclusões relevantes, como a de que existe um certo desconhecimento por parte dos motoristas entrevistados sobre as caraterísticas e aplicações deste sistema de segurança, razão pela qual Jesús Monclús, diretor de Vial de Prevenção e Segurança da Fundación MAPFRE, acredita que “é fundamental melhorar a informação, tanto para amadores como para profissionais que utilizam motociclos como ferramenta de trabalho e como forma de chegar ao trabalho. As empresas devem considerá-lo como equipamento básico de proteção individual para os seus trabalhadores. A probabilidade de sofrer lesões graves é reduzida em até 22% com o uso do airbag do motociclista.”
O Diretor de Prevenção e Segurança Viária da Fundación MAPFRE também se referiu ao fato de que 60% dos acidentes com motociclos ocorrem a uma velocidade inferior a 40 km/h, velocidade até a qual o airbag é eficaz neste tipo de veículo; e que 23% dos ocupantes estão pior equipados que o condutor, principalmente os ocasionais e os que circulam na cidade.
Neste sentido, e como resultado das conclusões do estudo, Jesús Monclús sublinhou também a importância de que “a legislação deve culminar na regulamentação completa de qualquer tipo de sistema de airbag e ajustar ao máximo os seus preços para promover a sua aquisição, pensando, em particular, nos motociclistas com menor poder aquisitivo”, bem como na necessidade dos fabricantes de motociclos “continuarem o seu envolvimento no apoio à utilização deste sistema, de aplicação direta a qualquer tipo de motociclista, independentemente do motociclo que conduz, e tendo em conta as especificidades do design ergonómico para homens e mulheres, adaptando-se à sua morfologia e usabilidade no caso de determinados grupos profissionais”.