Importação automóvel cresce 13,5% em julho face a 2023

07 - Importacao automovel cresce 135 em julho face a 2023

Segundo a última análise de mercado feita pelo Standvirtual, a importação de automóveis cresceu 13,5% em julho face ao mesmo período de 2023, superando em 35,3% os níveis de 2019

Em 2024, a dinâmica de mercado permaneceu negativa em julho (-16%) em comparação aos dados de julho de 2023. Por sua vez, a oferta regista um ligeiro crescimento em relação ao mês anterior (+5%), enquanto a procura se mantém a descer com uma queda de -11% em relação ao mesmo período do ano transato.

No mês de julho manteve-se uma dinâmica de mercado negativa (-16%) relativamente ao período homólogo de 2023. A oferta apresentou um ligeiro decréscimo face a julho do ano passado (+5%), com a procura a diminuir também -11% em relação ao mesmo período.

A oferta aumentou nos carros acima dos 30.000€ (+7%) e abaixo de 15.000€ (+4%). No entanto, a oferta diminuiu nos automóveis entre 15.000€ a 30.000€ (-1%). Já a procura diminuiu nos carros entre 15.000€ a 30.000€ (-4%); nos veículos com valores abaixo dos 15.000€ apresentaram um decréscimo de (-15%); nos automóveis acima de 30.000€ revelou-se uma diminuição de (-6%).

A transferência de propriedade de ligeiros de passageiros registou uma diminuição de -6,6 % em junho de 2024 face ao mês homólogo, voltando a registar uma queda após o início de uma possível tendência positiva no mês de abril de 2024. Apresentou, ainda, uma ligeira diminuição de -2,7% em comparação com junho de 2019. Relativamente aos primeiros seis meses de 2024, observou-se um aumento de +4,4% em relação ao mesmo intervalo de tempo do ano transato.

No que diz respeito aos veículos importados (ligeiros de passageiros), detetou-se um aumento em julho face ao mesmo mês de 2023 (+13,5%) e um crescimento de +35,3% em relação ao mesmo período de 2019. Por outro lado, verificou-se um decréscimo de -7,1% de janeiro a julho de 2024, comparativamente aos primeiros sete meses do ano anterior – valores associados à oferta de carros novos – que levam a mais unidades disponíveis no mercado dos usados e a uma diminuição da importação.

O preço médio praticado pelos vendedores profissionais, que tem registado uma subida progressiva, sobretudo desde maio/junho de 2023, apresentou um crescimento, alcançando 24.100€. Por outro lado, representou um ligeiro aumento de cerca de +0,41% do preço face a julho de 2023, quando o valor médio se fixava em 24.000€.

De acordo com os dados fornecidos pela BCA, relativos aos leilões, os preços demonstraram uma ligeira queda, tanto no comércio como no retalho, em julho face ao mês anterior.

Segundo dados da ACAP, em julho registou-se um decréscimo de -7,5% no total do mercado automóvel (novos) face ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano de 2024, verificou-se um crescimento de +5,8%. As energias alternativas (veículos eletrificados e híbridos GPL) representaram cerca de 63% do mercado total de ligeiros em julho de 2024, valores superiores face a 2023 em que alcançavam apenas 53% do total de ligeiros de passageiros novos.

Dia 8 de agosto, o Standvirtual organizou um webinar para apresentar o barómetro do mercado automóvel em parceria com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). O evento online contou com o contributo de Manuel Coutinho (CEO do Grupo MOTORPOR), de Francisco Afonso (Diretor Comercial da CHAMAUTO), de Maria Neffe (Dep. Económico Estatístico da ACAP), juntando igualmente Daniel Rocha (Diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual), Bernardo Gusmão (Field Sales Team Leader do Standvirtual) e Pedro Soares (Diretor Comercial do Standvirtual), com o intuito de divulgar os números mais dinâmicos verificados em julho de 2024 e analisar temas de mercado atual.

Manuel Coutinho, CEO do Grupo MOTORPOR, destacou que “no que toca a veículos elétricos, há dois fatores que merecem destaque. Primeiramente, o mercado tem tido um elevado número de viaturas elétricas importadas, com preços significativamente diferentes dos praticados internamente, o que coloca em desvantagem os modelos disponíveis localmente, que muitas vezes não são tão competitivos. É importante ressaltar que, no contexto dos veículos elétricos, a discussão gira em torno de autonomia e preços cuja tendência não é de crescimento. Deste modo, a introdução de produtos mais competitivos no mercado ocorre ao retomar veículos que apresentem menor competitividade e autonomia”.

E, acrescentou: “Simultaneamente, a importação contribui para que os automóveis locais se tornem desproporcionados em termos de competitividade. No algarve, uma região com menor densidade populacional em comparação a Lisboa, onde a autonomia de veículos é um fator relevante, o peso dos elétricos é visivelmente inferior ao observado no mercado global. Contudo, é preciso reconhecer que existem produtos de transição que geram períodos de desigualdade, algo particularmente evidente neste segmento”.

“O distrito de Bragança, apresenta desafios em termos de procura e dinamismo de mercado, especialmente devido à população envelhecida. A venda de determinados veículos é particularmente difícil nesta área. No que toca às perspetivas atuais, a abordagem adotada reflete uma incerteza predominante: o foco é fazer o melhor possível, oferecer a máxima qualidade e maximizar as vendas, reconhecendo a volatilidade do mercado no interior do país. No porto o mercado apresenta características distintas, a procura por veículos, especialmente elétricos não é elevada. O futuro aponta para uma mescla de diferentes tipos de monotorização, com uma expectativa de queda no preço destes veículos”, referiu Francisco Afonso, diretor comercial da CHAMAUTO.