Mercado de clássicos com grande potencial

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O mercado de viaturas clássicas está a travessar um bom momento, existindo cada vez mais entusiastas e colecionadores de automóveis e motos antigas, mas o tempo em que se tratava dos clássicos nas horas livres já lá vai

O mercado evoluiu e amadureceu em todos os aspetos e as oficinas não são uma exceção. O cliente está informado, procura originalidade e quer os restauros bem feitos e em tempo útil. A forma de se encarar um restauro completo é muito diferente de uma reparação de um sinistro e reparação com tempos tabelados. Implica mais tempo gasto em pesquisa, maior dificuldade na procura de componentes e dados técnicos, e é como um grande “quebra-cabeças” quando o que vem de trás já é uma mistura de soluções. A verdade é que todos os dias há mais automóveis a atingirem os 30 anos, idade mínima para ser considerado um veículo histórico, e na maior parte dos casos, esses modelos tinham sido produzidos em larga escala, por isso o universo é cada vez maior. Por outro lado, há mais pessoas com interesse, condições e capacidade de ter um veículo capaz de o transportar para o seu imaginário e com o qual pode passar momentos de lazer com amigos e família.

Para Tiago Patrício Gouveia “Os clubes e museus em Portugal têm feito um excelente trabalho na promoção e utilização dos veículos. Também têm tido um papel muito relevante na sua defesa. Alguns dos entraves que tínhamos começaram a ser mitigados, como o IUC, IPO e IA mas ainda há um grande caminho a percorrer. O maior trabalho tem que ser feito no Estado Português, que não deve encarar o veículo histórico como uma fonte de receita mas antes como um objeto do nosso património histórico, capaz de promover o turismo e a cultura, gerando receitas para a economia. Quando alguém investe num automóvel, ele passa a ser um objeto de carinho e um investimento a preservar, não sendo usado no dia-a-dia, antes esporadicamente em passeios de fim-de-semana ou eventos relacionados, que leva os seus proprietários a viajar, dormir fora, almoçar em restaurantes, visitar museus e monumentos.”

Ricardo Coelho considera que “Existem excelentes organizações e profissionais especializados nesta vertente da reparação automóvel em Portugal, sendo que muitos são já referências internacionais no ramo. O nome de Portugal está assim muito bem consolidado nestes meios e o mercado interno também não deve ser descurado pelo número de aficionados em veículos clássicos que existem. E também não podemos ignorar o nível de retorno que o investimento em veículos clássicos pode trazer, pelo que considero que há potencial para crescer neste nicho de mercado”.

Manuel Pires afirma que “O mercado dos veículos clássicos mostrou um crescimento notável nos últimos anos e, na minha opinião, não é espectável que essa tendência se altere. A paixão pelos veículos motorizados está muito enraizada na nossa cultura e como tal os veículos clássicos são ativos muito apetecíveis.”

Luis Alves considera que “O mercado de veículos clássicos ainda pode ser considerado como um nicho de mercado, no entanto, e ao longo dos últimos anos, a recuperação de carros clássicos tem sido cada vez mais recorrente dando claras indicações de ser um mercado em claro crescimento. Existe cada vez mais uma vasta comunidade de proprietários, entusiastas, prestadores de serviços, informação especializada e eventos automobilísticos orientados para os veículos clássicos. Este aumento crescente da comunidade aliado com o desenvolvimento de diferentes áreas como pintura e peças para o mercado de veículos clássicos são um claro indicador que estamos perante um mercado em claro crescimento e com potencial no nosso país.”