O automóvel de amanhã: Um computador sobre rodas
A mudança para o automóvel de amanhã, um computador sobre rodas, já está a acontecer, impulsionada por várias mudanças significativas que estão a ocorrer no setor automóvel
Primeiro, a arquitetura eletrónica está a mudar. Está a tornar-se mais centralizada em termos de configuração da capacidade de computação com uma segmentação mais forte de hardware e software, o que dá origem ao software automóvel como um produto. Isto significa que a função de todos os intervenientes da cadeia de valor precisa ser redefinida.
Em segundo lugar, agora os semicondutores automóveis combinam cada vez mais as funcionalidades fundamentais. Isto está a aumentar e muito a complexidade e os custos de desenvolvimento de software incorporado, o que incentiva as empresas de semicondutores a moverem-se a jusante e a capturarem valor com níveis de integração mais elevados.
Em seguida, a eletrónica de potência está a tornar-se o diferenciador nos novos propulsores elétricos. A tecnologia e a base de produção, especialmente para a tecnologia de semicondutores de banda larga ainda estão a amadurecer, enquanto os fabricantes de equipamento original e fornecedores precisam adquirir capacidades críticas.
Em quarto lugar, espera-se que a lista de materiais da eletrónica, a lista de matérias-primas, componentes e peças necessários para construir um produto, dupliquem para criar um automóvel conectado semiautónomo Premium com uma motorização elétrica face a um automóvel não autónomo com um motor de combustão interna. Portanto, a obtenção de eletrónica está a tornar-se uma capacidade crítica ao gerir a cadeia de abastecimento automóvel.
Mudança paradigmática
Fundamentalmente, a Mobilidade é uma mudança paradigmática de veículos de propriedade privada e operados individualmente para novos modelos de negócios e casos de uso. Esta não é uma visão nova, os táxis elétricos foram introduzidos em Nova Iorque em 1897.
O que tem de novo é o potencial para a adoção em massa, a automação da operação do veículo, a gestão remota de frotas e o maior alcance e a fiabilidade das motorizações elétricas. Os veículos elétricos são agora partilhados e disponibilizados através de frotas, por exemplo, e os automóveis são mais integrados ao transporte público e aos diferentes meios para completar o último quilómetro (last mile) da viagem.
No entanto, há muita pouca “eletrónica de mobilidade” dedicada aos automóveis; em vez disso, a mobilidade é possibilitada por tecnologias que são desenvolvidas independentemente da mesma.
Os veículos elétricos (VE) são, sem dúvida, o futuro da mobilidade, e três fatores principais estão a impulsionar a mobilidade com base nos veículos elétricos:
- a) simplificação para recarregar e manter;
- b) os municípios estão a pressionar para a redução da poluição urbana e
- c) os requisitos regulamentares para o consumo médio de combustível da frota.
Estes últimos pressionam os fabricantes de equipamento original a vender veículos elétricos em aplicações de alta utilização, que podem absorver o custo mais elevado.
Além disso, uma parte significativa da inovação necessária para a mobilidade será impulsionada pelos responsáveis políticos, instituições financeiras e plataformas de mobilidade que fornecem negócios e ambientes regulamentares favoráveis. As interfaces do cliente, o financiamento, a infraestrutura de pagamento, o seguro, a operação de frotas e a manutenção serão igualmente importantes.
Eletrificação – a nova motorização
O futuro dos automóveis é o dos veículos elétricos de uma forma ou outra, com vários fatores impulsionando para a frente. Os regulamentos tendem a impulsionar a eletrificação. Além das normas de emissão nacionais e estaduais, um número cada vez maior de municípios está a banir veículos com motores de combustão interna. E parece que os clientes estão cada vez mais a exigir VE devido às suas especificações, custos operacionais mais baixos e preocupações ambientais.
No aspeto técnico, as capacidades da bateria e as densidades de energia mais elevadas estão a permitir intervalos de condução mais longos, enquanto os curtos da célula mais baixos estão a reduzir os preços dos VE.
Os fabricantes de equipamento original estão a entrar na tendência ao lançar grandes gamas de derivados elétricos/híbridos de modelos já existentes, modelos VE dedicados e, em muitos casos (Daimler, Volvo, GM, Volkswagen) anunciam mesmo que pararão de desenvolver motores de combustão.