Os segredos da condução autónoma
A conetividade permite que os veículos sejam autónomos em qualquer situação. Isso tornará as nossas viagens mais seguras, mais rápidas, mais eficientes do ponto de vista energético e ainda mais agradáveis. Mas até que ponto é realista esta previsão de mobilidade futura? E qual é a probabilidade de ser realidade em poucas décadas?
Toda a indústria, desde os fabricantes de automóveis, os seus fornecedores e prestadores de serviços, até às universidades técnicas e estudiosos do comportamento humano, estão a trabalhar arduamente para conseguir um alinhamento perfeito entre as funcionalidades dos Sistemas Avançados de Assistência à Condução (ADAS), os condutores e o entorno (infraestrutura) em que se desenvolvem.
Um alinhamento que permitirá que os veículos circulem de forma totalmente autónoma, ou seja, sem depender do condutor, cujo papel mudará de “conduzir para controlar”. Um alinhamento que requer visão, tempo, paciência e bom planeamento de todas as etapas até chegar à implementação de uma condução completamente autónoma.
Abordagem triangular
Para aumentar os benefícios para a segurança rodoviária de ADAS, é necessária uma aproximação ou abordagem triangular que integre “condutor – veículo – infraestrutura”. O projeto de pesquisa, solicitado em 2020 pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) e desenvolvido por um consórcio integrado pela consultoria Royal HaskoningDHV, TNO e a Universidade HAN de Ciências Aplicadas, proporcionou dicas muito importantes sobre melhorias necessárias em cada um dos lados do triângulo
“Condutor – veículo – infraestrutura”. A pesquisa foi realizada com base numa seleção de seis ADAS e os seus resultados foram traduzidos em recomendações a nível regulamentar.
Da condução convencional à condução autónoma
Enquanto a atenção se concentra no nível mais elevado de automatização (veículos da categoria SAE 5), uma realidade da mobilidade parcialmente autónoma está a tornar-se cada vez mais presente, o que exige que os condutores aprendam a adaptar-se a ela e a utilizá-la com segurança. Porém, quanta atenção está a ser dada a esta fase de transição desde a condução convencional até a condução completamente automática?
Enquanto aguardamos a evolução até à implantação da automatização plena, precisamos de garantir que os diferentes níveis de automatização parcial (SAE 1 a 3) mantenham a segurança e contribuam para alcançar os objetivos e perspetivas estabelecidos, por exemplo “Visão Zero” e “Segurança Sustentável”. Segundo o Regulamento (UE) 2019/2144, muito em breve todos os novos modelos de automóveis serão equipados com uma variedade de ADAS, cujo principal objetivo é ajudar os condutores a conduzir com segurança.
Até que ponto a segurança irá melhorar em cada nível depende de muitas condições que devem ser cumpridas para realizar todo o potencial da assistência ao condutor. São: a otimização técnica das funcionalidades dos ADAS, maior conhecimento por parte dos condutores, assim como infraestruturas preparadas para proporcionar apoio à segurança e conforto que fornecem as funcionalidades destes sistemas.