Parque automóvel nacional a envelhecer

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A idade média do parque automóvel continua a aumentar, sendo atualmente mais de 13 anos para veículos ligeiros e mais de 15 anos para veículos de mercadorias. Neste momento o parque circulante está a ficar com mais carros velhos e com muita idade, ou seja, 19% do parque circulante são carros com mais de 20 anos e 56% do parque circulante são carros com mais de 10 anos

O parque automóvel português é um dos mais velhos da Europa, o que não é uma boa notícia para o mercado de pós-venda. Quanto maior for a idade de um veículo, menor será, sem dúvida, o negócio para o mercado de pós-venda.

A Solera salienta que um veículo com mais de 15 anos traz à oficina menos 70% de receitas de reparação e manutenção do que um veículo novo. Os condutores de veículos mais antigos tentam reparar apenas o essencial, as apólices que subscrevem são de terceiros e conduzem menos: um carro com 15 anos ou mais apenas percorre em média 12.000 quilómetros por ano, enquanto um novo percorre mais de 18.000, pelo que a sua quilometragem é menor e a manutenção é reduzida. Isto, por sua vez, tem um impacto no volume de negócios que estes veículos trazem para as empresas do setor, uma vez que estes veículos com até 15 anos de idade passam até três vezes menos tempo na oficina do que aqueles com até cinco anos de idade.

Neste contexto, o rejuvenescimento da frota é particularmente importante, mas não existe uma solução fácil. O aumento do preço dos automóveis novos complica consideravelmente as decisões de compra dos utilizadores. Poucas famílias podem pagar a prestação mensal do automóvel, tendo em conta que a maioria das compras em Portugal é financiada. É necessário adotar medidas agora, e as ferramentas são aquelas que colocam o cliente no centro da transição, para a mobilidade sustentável para todos. Mas não se pode pedir a um automobilista que tem um carro com 20 anos para dar um salto para um carro elétrico, porque isso é impossível para muitos utilizadores em Portugal. É necessário continuar a renovar o parque com todas as soluções que a indústria tem, designadamente a utilização de peças reconstruídas e usadas nas reparações, que podem perfeitamente coexistir com as peças OEM e IAM.

Perante este cenário, perceba como as oficinas vão ter de se reestruturar na edição impressa do Jornal das Oficinas Nº 216 abril/maio, aqui.