Secretário Estado Economia visita MICROplásticos

Após chamada de atenção por parte da AFIA para a situação das empresas fabricantes para a indústria automóvel, o Secretário de Estado da Economia visita uma empresa para ver in loco a realidade atual da indústria
João Correia Neves visitou a MICROplásticos, empresa especializada na injeção de plásticos para a indústria automóvel, localizada na Figueira da Foz.
Com o abrandamento da economia e redução da procura, as vendas de automóveis estão em queda acentuada. Os grandes cortes na produção de automóveis, e o facto de na União Europeia as fábricas automóveis estarem paradas, obrigam os fornecedores a considerar mudanças drásticas. Esta situação é um culminar de fortes pressões sobre as empresas em geral, e em particular para as portuguesas, caraterizada por redução de encomendas. Porém, as empresas, não têm e não podem deixar de continuar a investir em tecnologia, para manterem a competitividade, como é o caso da MICROplásticos que tem reforçado o nível tecnológico numa lógica da i4.0 (Indústria 4.0).
A guerra na Ucrânia veio aumentar ainda mais a incerteza: Situação geopolítica / Guerra na Ucrânia; Disrupções nas cadeias de abastecimento; Escassez de semicondutores e outras matérias-primas; Inflação dos custos: matérias-primas, energia, transporte; COVID-19.
Enfim, as empresas têm que gerir a incerteza, tudo isto num contexto de dupla transição: digital e energética.
Como consequência, perspetiva-se a curto prazo um severo impacto na atividade económica e das exportações de um dos sectores que mais contribui para a economia nacional: 6% do PIB, 9% do emprego da indústria transformadora e 16% das exportações nacionais de bens transacionáveis.
As empresas fabricantes para a indústria automóvel ainda não conseguiram alcançar os níveis pré-Covid e o volume de negócios em 2021 ficou 10% abaixo ao alcançado no ano de 2019.
O recente inquérito da AFIA aos seus Associados indica quais mais de 2/3 das empresas sofreram quedas acentuadas no mês de março, sendo que a tendência é para a situação agravar-se nos meses seguintes. Analisando a evolução mensal exportações portuguesas de componentes automóveis, excetuando o mês de janeiro de 2022, verifica-se que desde julho de 2021 que as exportações mensais estão sempre abaixo ao verificado no ano anterior.
A consultora S&P Global Mobility (antiga IHS Markit) em março reviu em baixa a projeção de produção mundial de veículos automóveis ligeiros para 2022 e 2023, em 2,6 milhões de unidades para ambos os anos, face à anterior previsão de janeiro. Para a Europa, em 2022 deixarão de ser produzidos 1,7 milhões de automóveis ligeiros face à previsão do mês janeiro.
A indústria automóvel na Europa Ocidental, ainda mal recuperou dos efeitos da Covid-19 e já está a sentir os graves efeitos conflito na Ucrânia. Em março as vendas de carros novos diminuíram 20% face ao mesmo mês de 2021, e comparando com março de 2019 a queda é ainda mais acentuada, -38%. Isto é, nos três primeiros meses deste ano venderam-se menos 1,3 milhões de automóveis face ao período homólogo de 2019.
Face ao exposto, às necessidades específicas e à importância estratégica desta indústria, a AFIA solicitou ao Governo que sejam tomadas medidas urgentes, flexíveis e eficazes que passam:
– pelo regresso imediato e urgente do regime de lay-off simplificado;
– e pela criação de medidas de proteção dos postos de trabalho.
Estas medidas, permitirão às empresas não só atenuar esta crise, mas também manter a sua competitividade, após este período, logo que se verifique a retoma gradual da economia.
As empresas estão disponíveis para dialogar com o Governo e encontrar modelos de desenvolvimento integrados, sob pena de redução drástica dos investimentos e encerramento de empresas ou unidades de produção, com consequências graves na economia e sociedade.




