Sernauto apresenta inovações para uma mobilidade neutra

A Plataforma Tecnológica Automóvel e Mobilidade – Move2Future (M2F) –, coordenada pela Sernauto, realizou uma conferência de imprensa para divulgar as inovações que estão a ser desenvolvidas no campo da mobilidade sustentável em Espanha
Durante a conferência de imprensa, os especialistas abordaram as tecnologias e inovações que as empresas espanholas estão a desenvolver para promover a produção e utilização de combustíveis neutros em carbono, coincidindo com o segundo capítulo da Agenda de Prioridades Estratégicas de I+D+I do Setor M2F Automóvel e Mobilidade, que estabelece um roteiro com as tecnologias que são necessárias para investir em novos modelos de mobilidade que também contribuam para a descarbonização.
Durante as boas-vindas do encontro, Cecilia Medina, gestora de Inovação e Talento da SERNAUTO e coordenadora da Plataforma Tecnológica M2F, destacou a necessidade de abordar estas prioridades estratégicas das esferas pública e privada para “manter e progredir nas capacidades existentes em Espanha e atrair novos projetos, tanto de capital nacional como internacional”.
Cecilia Medina insistiu ainda na importância de apostar em tecnologias baseadas em e-combustíveis ou combustíveis de origem renovável e combustíveis sintéticos como o hidrogénio por serem “tecnologias essenciais para atingir os objectivos de descarbonização”, ao mesmo tempo que é uma forma de Espanha continuar a ser competitiva, “”mantendo a indústria do nosso país e promovendo a criação de emprego de qualidade e qualificado”.
A seguir, o coordenador da área estratégica de Sistemas de Propulsão com combustíveis neutros em carbono e veículos elétricos, José J. Molinero, diretor de qualidade e desenvolvimento de negócios da BeGas Motor, explicou os diferentes desenvolvimentos que estão a ser realizados em termos de motores movidos a energias alternativas e sublinhou a necessidade de promover um mix energético baseado na neutralidade tecnológica, que englobe todas as alternativas e permita aos utilizadores escolherem de acordo com as suas próprias necessidades.
“Para que a descarbonização do transporte profissional seja sustentável do ponto de vista social, ambiental e económico, é necessário promover um mix energético com uma abordagem tecnologicamente neutra que incentive a adoção de diferentes tecnologias neutras em carbono, como os biocombustíveis e a energia elétrica”, afirmou.
Neste sentido, o coordenador da área estratégica destacou ainda os combustíveis neutros em carbono como uma opção essencial para alcançar a descarbonização pela forma como são obtidos. “Os combustíveis neutros em carbono são especialmente interessantes, porque irão reduzir as emissões de um setor altamente dependente dos combustíveis fósseis, como o dos transportes pesados, e, além disso, irão promover a economia circular”, concluiu.
A seguir, José V. Pastor, professor da Universidade Politécnica de Valência e investigador da CMT – Clean Mobility & Thermofluids, aprofundou-se nos diferentes tipos de combustíveis neutros, explicando que “os combustíveis sintéticos, produzidos a partir do hidrogénio renovável e do CO2 capturado, têm características muito semelhantes aos combustíveis convencionais e poderão ser utilizados diretamente nos motores atuais, contribuindo para a descarbonização dos transportes de forma imediata. Porém, é preciso avançar nos métodos de produção em larga escala, reduzindo custos e garantindo qualidade homogénea para que cheguem ao mercado”, garantiu.
José V. Pastor também destacou a necessidade de haver prioridades estratégicas para promover estas novas tecnologias para serem desenvolvidas ao mesmo tempo. “Para que os novos combustíveis sejam competitivos e tenham boa penetração no mercado, é necessário que a rede de abastecimento seja alargada a todo o território nacional”, acrescentou.
Para conseguir isso, “os sistemas de armazenamento de combustíveis renováveis devem ser adaptados a cada aplicação e, por vezes, estarem ligados ao próprio método de produção. No caso particular do hidrogénio, o desenvolvimento de sistemas adequados de armazenamento e abastecimento representa atualmente um desafio que limita a sua penetração no mercado”, explicou o investigador do CMT.
Por último, Cecília Medina recolheu as conclusões da reunião e destacou a importância de apostar numa estratégia de país que crie um contexto económico, jurídico e social estável para atrair investimentos e promover o desenvolvimento de combustíveis neutros. Destacou ainda a possibilidade de oferecer valor acrescentado às tecnologias mais maduras e de baixo impacto ambiental para reduzir rapidamente a idade do parque, bem como a opção de se tornar um centro de produção de hidrogénio verde aproveitando o impulso europeu desta nova fonte de energia renovável.
Após as conclusões, os especialistas concordaram que “em Espanha temos muitas possibilidades e está a ser feito um trabalho árduo para que o nosso país continue competitivo nesta transformação para a descarbonização. Devemos aproveitar o nosso conhecimento e tecnologia para posicionar Espanha como uma referência em combustíveis neutros em carbono, uma alternativa essencial para avançar em direção à neutralidade climática”.




