Taxa de crescimento de carros usados está a abrandar
A procura desenfreada suscitou o crescimento do mercado de usados europeu desde que os bloqueios foram levantados, contudo as taxas de crescimento parecem estar a abrandar. Em Setembro o mercado subiu 18%.
No entanto, este abrandamento parece ter-se devido a restrições de oferta, ao invés de um abrandamento da procura, com os stocks dos retalhistas a caírem 15% entre Junho e Setembro, de acordo com o último relatório do Observatório INDICATA. Em Portugal, em Setembro as vendas mantiveram-se altas, apesar de uma nova redução de 4% nos stocks dos retalhistas, subindo 36,2% em termos homólogos.
As vendas de motorizações amigas do ambiente (BEV e Híbrido) continuam a aumentar significativamente (Setembro em termos homólogos subiu 123% e 104%, respectivamente). Os preços globais mantêm-se firmes, quando se esperava uma pequena descida do nosso índice de preços, sugerindo que o mercado se mantém equilibrado e que a procura subjacente ainda excede quaisquer aumentos da oferta.
A procura desenfreada suscitou o crescimento do mercado de usados europeu desde que os bloqueios foram levantados, contudo as taxas de crescimento parecem estar a abrandar. Com efeito, em Agosto, o mercado do Reino Unido encolheu 3,3%. No entanto, este abrandamento parece ter-se devido a restrições de oferta, ao invés de um abrandamento da procura, com os stocks dos retalhistas a caírem 15% entre Junho e Setembro.
“Em Setembro o mercado subiu 18% sugerindo que, se a procura desenfreada estivesse a terminar, estava a ser substituída pela procura subjacente.”, refere o Director Global do INDICATA, Andy Shields.
As vendas de motorizações amigas do ambiente (BEV e Híbrido) continuam a aumentar significativamente (Setembro em termos homólogos subiu 123% e 104%, respectivamente).
“No entanto, embora ligeiramente mais elevada, a rotação de stock de motorizações mais ambientais está muito abaixo da média do mercado (4,4x e 5,4x, respectivamente), sugerindo que o crescimento é impulsionado pelo excesso de oferta, tanto quanto a procura subjacente. Por conseguinte, os preços são menos firmes”, acrescenta Andy Shields.
Os preços globais mantêm-se firmes, quando se esperava uma pequena descida do nosso índice de preços, sugerindo que o mercado se mantém equilibrado e que a procura subjacente ainda excede quaisquer aumentos da oferta.
“Embora haja sinais de que os níveis da Covid estão a aumentar e é esperada uma segunda vaga, pelo menos em Setembro, a procura continua forte, a oferta continua equilibrada e os preços estão estáveis”, termina dizendo Andy Shields.
Mercados Europeus – Visão Geral
Desde o fim dos bloqueios, o mercado europeu tem dado sinais significativos de aumento da procura e de crescimento ano após ano. Dito isto, a taxa de crescimento começou a abrandar (de 13,2% em Junho para 10,3% em Agosto).
Temos de avaliar se o abrandamento do crescimento é porque a procura desenfreada está finalmente satisfeita ou se é a escassez de oferta que está a atrasar o mercado?
Em Setembro, o mercado europeu de automóveis usados deu mais um passo em frente, com os volumes homólogos a crescerem significativamente em 18,4%. A maioria dos principais mercados está a avançar. Mesmo o mercado do Reino Unido que tinha mostrado algum nível de redução (em Agosto baixou 3,3%) deu agora um salto em alta à medida que os constrangimentos de abastecimento diminuíram.
Assim, para compreender melhor a relação da oferta e da procura, atualizámos a nossa análise do Observatório INDICATA para analisarmos não só os volumes, mas também a rotação de stock dos mercados.
Se os volumes estão em baixa, mas a rotação de stock aumentou, então é um verdadeiro sinal de um mercado que está limitado pela oferta.
Anteriormente tínhamos reportado o forte crescimento das vendas nas motorizações ambientalmente mais amigáveis. Em Setembro, esta tendência mantém-se. No entanto, a sobreposição dos dados da rotação mostra que os BEV e os Híbridos têm um nível de stock muito mais desafogado do que os seus equivalentes a combustão (ICE), que estão, de facto, a ser travados devido à escassez de oferta. Os diesel escasseiam, com os stocks a rodarem 7,9 vezes, um aumento de 35% anos após ano. Os veículos a gasolina também estão sob pressão a 7,3x, aumentando 37% relativamente ao período homólogo.
Inversamente, embora ainda ligeiramente em cima, a rotação de stock dos BEV fica a 4,4x e a Híbrida a 5,4x. Foi este abastecimento desafogado que permitiu um crescimento tão forte das vendas. Com efeito, com rotações tão baixas, poder-se-ia argumentar que estes segmentos estão numa situação de excesso de oferta.
No entanto, o principal segmento de motorizações de combustão interna (ICE) apresenta claramente escassez e as vendas seriam ainda mais elevadas caso o stock estivesse disponível. Por conseguinte, assistimos a uma estabilidade muito maior dos preços nos segmentos gasolina e diesel do que vemos no segmento BEV.
Os níveis de stock dos retalhistas até 1 de Setembro têm estado sob uma pressão significativa, menos 15% face a Junho.
Durante o mês de Setembro, os níveis totais mantiveram-se inalterados, no entanto, registaram-se algumas diferenças notáveis entre os países. França, Reino Unido, Holanda e Dinamarca registaram um aumento dos stocks dos retalhistas. Notavelmente em França e no Reino Unido este aumento foi combinado com um aumento significativo dos volumes de vendas à medida que a oferta diminuiu (Reino Unido 3,3% em Agosto e agora está 6,3% acima / França subiu apenas 1,5% em Agosto e agora em Setembro está 9,4% acima).
Mais uma vez, isto sugere que os mercados estavam profundamente limitados pelo lado da oferta.
Portugal – Procura e volumes fortes sustentados por oferta mais desafogada
Em Agosto, Portugal subiu 39% e nessa altura questionámos se este crescimento poderia ser sustentado se a escassez de stocks se agravasse. No entanto, em Setembro as vendas mantiveram-se altas, apesar de uma nova redução de 4% nos stocks dos retalhistas, subindo 36,2% em termos homólogos.
Embora a rotação de stock esteja efetivamente em alta, em comparação com outros países europeus, provêm de uma base mais baixa, o que, aliado a uma robusta capacidade de importação de automóveis, permitiu a Portugal satisfazer uma forte procura.
As rotações de stock de BEV e de Híbridos são muito inferiores às das alternativas a combustão interna (ICE), e essa oferta desafogada permitiu um crescimento significativo do volume de vendas (66% e 70%, respectivamente). Dito isto, a rotação de stock de gasolina é forte e foi a que mais aumentou (51%) como resultado de um aumento significativo dos volumes de vendas (90%).
A rotação de stock de veículos com menos de um ano é sempre naturalmente mais baixa do que as de outras faixas etárias, refletindo o efeito da publicação de viaturas de demostração que não estão realmente á venda. No entanto, são os segmentos sub-1 e 1-2 anos que mostram mais constrangimentos, com as rotações de stock a crescerem 74% e 66%, respectivamente.
Os preços têm até à data seguido a descida natural do ciclo de vida do produto (usamos uma amostra constante de veículos). No entanto, embora a diminuição esperada dos preços tenha abrandado, a baixa rotação de stock e a disponibilidade das importações, condicionaram os aumentos de preços, apesar do elevado crescimento da procura e das vendas.
Pode ver o relatório completo Aqui