TMD Friction explica importância da manutenção de travões em VE

01 - TMD Friction explica importancia da manutencao de travoes em VE

O responsável pela formação técnica da TMD Friction, Scott Irwin, destacou a importância da manutenção especializada nos travões de veículos elétricos, explicando as diferenças em relação aos motores de combustão interna

A transição para os veículos elétricos (VE) continua a progredir a nível global. Embora as taxas de adoção possam variar de acordo com a região, os objetivos do governo, os incentivos e o comportamento dos consumidores continuam a impulsionar a iniciativa. Mas as competências e a experiência dentro das oficinas são ainda algo que precisa de ser considerado se mais veículos elétricos – desde híbridos (PHEV) a totalmente elétricos (BEV) – se tornarem mais comuns.

Scott Irwin, responsável pela formação técnica da TMD Friction, empresa-mãe da Bendix, explorou de que forma os sistemas de transmissão elétricos diferem dos motores de combustão interna quando se trata de trabalhar no sistema de travagem, e porque é importante que as oficinas compreendam as diferenças.

Travagem regenerativa

Os veículos elétricos utilizam a travagem regenerativa, um sistema que converte a energia cinética em energia elétrica, carregando assim a bateria ao desacelerar ou parar. Embora este sistema de travagem avançado melhore a eficiência, funciona de forma muito diferente de um veículo com motor de combustão.

“É necessária uma manutenção especializada e compreender esta tecnologia é crucial para preservar o sistema de travagem em qualquer tipo de veículo elétrico”, sublinhou o especialista.

O sistema utiliza o motor elétrico para abrandar o veículo. Por conseguinte, a procura sobre os travões convencionais é reduzida, o que pode levar à corrosão dos discos quando não são utilizados regularmente. “Os fabricantes de discos estão atualmente a trabalhar em estreita colaboração com os fabricantes de veículos para desenvolver revestimentos que ajudem a combater este problema; no entanto, continua a ser algo a curto prazo para os veículos elétricos até que seja encontrada uma solução mais permanente”, revelou.

“Com isto em mente, é recomendável realizar verificações frequentes no sistema de travagem de qualquer veículo elétrico para garantir que este funcionará eficazmente quando for necessária uma travagem convencional”, alertou.

A importância da manutenção

Devido à travagem regenerativa, as pastilhas e discos de travão desgastam-se menos nos veículos elétricos comparados aos de motores de combustão interna, mas ainda estão sujeitos a corrosão. A inspeção regular das patilhas e discos “é essencial” para garantir a eficiência dos travões. Substituir as peças quando estão abaixo das especificações mínimas do fabricante é fundamental.

Considerações sobre o líquido dos travões

O líquido dos travões deteriora-se com o tempo, independentemente da distância percorrida, devido à natureza higroscópica dos líquidos dos travões convencionais. “Isto significa que absorve humidade do ar, o que ocorre durante toda a vida útil do fluido. Apesar de estar num sistema selado, as moléculas de vapor de água penetram lentamente nas mangueiras de borracha dos travões e noutros componentes do sistema de travagem”, explicou.

“Com o tempo, esta absorção reduz o ponto de ebulição do fluido e aumenta o risco de corrosão nos componentes metálicos. À medida que o teor de humidade aumenta, o ponto de ebulição acaba por descer para um nível crítico, tornando o fluido perigoso para utilização”, continuou. “Por este motivo, é importante trocar o líquido dos travões regularmente, de acordo com as orientações do fabricante do veículo. Se não for fornecida nenhuma recomendação, o líquido dos travões deve ser trocado a cada 18 meses para uma segurança ideal”, indicou.

Para os veículos elétricos, o líquido dos travões necessita de atenção extra devido à tecnologia de travagem regenerativa. Durante a travagem, o motor elétrico roda no sentido oposto, atuando como um gerador. Ou seja, “o sistema de travagem convencional é utilizado com menos frequência, submetendo-o a uma carga mais baixa. No entanto, as baterias dos veículos elétricos são mais pesadas, o que aumenta a massa do veículo e leva a temperaturas de travagem mais elevadas”, referiu. Por conseguinte, “a classificação DOT mais elevada, DOT 5.1, que tem um elevado ponto de ebulição e uma excelente viscosidade, é frequentemente recomendada para carros elétricos”, concluiu.