“Vamos duplicar a nossa capacidade de armazenagem!”, Ricardo Almeida, Vicauto

07 - Vamos duplicar

Integrada desde 2017 no grupo de retalho espanhol ADR, a Vicauto é um distribuidor de peças de pesados, em Viseu, que tem vindo a crescer a dois dígitos nos últimos anos. Para aumentar o stock, que ascende atualmente a 20.000 peças, está já prevista a colocação de um segundo piso nas instalações e Ricardo Almeida, diretor comercial da empresa, garante que vão continuar a trabalhar para manter o sucesso granjeado ao longo de mais de três décadas

Há já vários anos que o crescimento da Vicauto não passa despercebido no aftermarket de veículos pesados, com a evolução positiva a ser notória especialmente desde que a empresa entrou no grupo de retalho espanhol ADR, em 2017. Ricardo Almeida, diretor comercial da empresa, explica-nos que os bons resultados advêm, sobretudo, “da mudança de instalações e do facto de termos entrado no grupo. Tivemos acesso a melhores condições, porque já trabalhávamos com a grande maioria das marcas que estão no grupo”.

Localizada na Zona Empresarial do Campo, em Viseu, a Vicauto está nestas instalações há cerca de oito anos e não tem, para já, objetivos de abrir outras lojas. Possui mil metros quadrados de área coberta, onde repousam, em média 20.000 referências em stock, para cobrir todo o distrito Viseu, Guarda, Castelo Branco, Bragança, assim como Aveiro e Vila Real. “É na direção do interior, não tanto para o litoral”, diz-nos Ricardo Almeida, que conta que também trabalham com “exportação, principalmente para os países africanos”.

No armazém, é possível encontrar as mesmas peças “em várias marcas. Temos uma primeira marca, uma segunda linha e depois uma linha económica ou marca própria”, no intuito de assegurar escolha ao cliente.

Esta estratégia está a fazer com que o espaço de armazenamento precise de ser aumentado e a Vicauto já tem planos para duplicar a capacidade, com a construção de um segundo piso, a breve trecho. O portfólio é constituído por “todas as marcas premium do mercado, os principais fabricantes de primeiro equipamento. Essa é a linha que tomámos há alguns anos e que continuamos a seguir. A entrada no grupo permitiu-nos também aceder à marca própria ADR e estamos, cada vez mais, a introduzir também essas linhas em famílias como a travagem, a suspensão e a direção, como alternativa às marcas premium”, revela o diretor comercial, que ressalva que “o nosso tipo de cliente e o nosso foco são as marcas de primeiro equipamento.

Nos pesados é uma coisa que se nota muito, o nosso tipo de cliente assim o exige. Como é óbvio, nem todos os clientes estão dispostos a pagar o preço e aí temos a marca própria em alguns produtos, que é uma boa alternativa, mas a nossa preferência continua a ser sempre premium”.

A empresa não comercializa ferramentas, nem equipamentos, mas disponibiliza “por obrigação e imposição do fabricante” peças reconstruídas, nomeadamente “a gama dos calipers, das pinças de travão, alguns turbos, as embraiagens em Sachs e Valeo”. O responsável considera que “o que torna tudo difícil é a gestão de cascos. É difícil de fazer, além do peso que os cascos têm também, no final do ano, no inventário. É um imobilizado que está parado”, refere.

Logística de entrega
Para entregar as peças aos clientes do concelho, a Vicauto conta com viaturas próprias, às quais se juntam as transportadoras, que fazem o restante serviço de forma bidiária, de manhã para a tarde e de tarde para a manhã seguinte. Ricardo Almeida é da opinião que os clientes da empresa ainda “não estão preparados” para utilizar uma plataforma B2B, razão pela qual a Vicauto ainda não apostou nesta solução para receber os pedidos de peças. Estes são, então, realizados diretamente através do call center, onde trabalham três pessoas, juntamente com outras três que estão ao balcão.

O diretor comercial explica que, geralmente, as oficinas de pesados “têm duas ou três pessoas e se o mecânico está a identificar o problema do camião, não tem disponibilidade para procurar a referência da peça numa plataforma B2B. E confiam em nós, porque se for uma peça mais complexa, é mais difícil para eles. Mesmo nós, às vezes, que temos todas as ferramentas para o fazer através dos programas, temos dificuldade e precisamos de ver as caraterísticas do veículo”.

Esta forma de trabalhar permite encomendar as peças necessárias de forma correta e reduz significativamente as devoluções, por comparação, por exemplo, com o que acontece nas peças de ligeiros. “Temos algumas devoluções, mas está controlado e também tentamos minimizar o erro. Mas nos ligeiros, às vezes, ouvimos falar de situações de clientes que pedem as peças mesmo sem lá estar o carro e depois dizem que afinal não foi preciso e a encomenda volta para trás”.

Trabalham na Vicauto 12 funcionários, entre balcão, call center, pessoal de armazém e administrativos. Neste momento, segundo Ricardo Almeida, são suficientes para suprir as necessidades da empresa em termos de serviço.

Continuar a crescer é o objetivo futuro da Vicauto, saiba quais as previsões da empresa, na edição impressa do Jornal das Oficinas de junho/julho, aqui.