“Somos um fornecedor do futuro”, Ismael Carmena, HELLA

À frente da Hella Iberia desde 2006, Ismael Carmena, falou ao Jornal das Oficinas sobre o 60º aniversário da empresa, numa altura em que a companhia tem grandes perspetivas para o futuro. Estivemos à conversa, sobre a criação do Grupo Forvia, resultado da fusão com a Hella com a Faurecia, e ainda sobre os vários projetos que a empresa pretende pôr em prática nos próximos anos
A HELLA Iberia comemorou em 2023 seis décadas de existência, com um crescimento exponencial, como recorda o atual Diretor Geral e Vice-Presidente do IAM para a América e o Sul da Europa, Ismael Carmena: “O balanço destes 60 anos é muito interessante e desenvolveu-se em três fases. Primeiro, de 63 a 82, quando estávamos num pequeno escritório. Depois mudámo-nos para Barajas, para instalações um pouco maiores. Nesta fase, entrámos num mercado muito vasto, no qual trabalhávamos sobretudo com produtos de iluminação”, explicou.
Na segunda fase, a partir de 1983, Luis Carmena Martínez, pai de Ismael, assumiu as rédeas e levou a empresa a um nível muito elevado, dando muita visibilidade à marca Hella através de inúmeras ações. Este foi claramente o período de maior expansão da empresa, com uma faturação seis vezes superior e a criação de sucursais e armazéns, conceitos Hella, com a entrada em novos mercados como a pintura, a mecânica e os acessórios. A terceira etapa começou em janeiro de 2006, com Ismael Carmena, que já trabalhava para o grupo na Alemanha e em Itália, a assumir a direção da HELLA SA em Espanha e, mais tarde, em Portugal Ibéria, após a morte do seu pai, cujo trabalho, sublinha, “foi extraordinário e deixa-me com muita responsabilidade”.
Atualmente, após 17 anos como diretor-geral da empresa, é também vice-presidente do IAM do grupo para a Américas e a Europa do Sul há cinco anos.
Orgulha-se do facto de, sessenta anos depois, a HELLA Iberia ser uma “grande multinacional com um espírito muito pessoal e humano” e garante que, do ponto de vista da gestão, estão “focados em trabalhar com o máximo rigor, respeito e profissionalismo, para satisfazer tanto os clientes como os nossos colegas e funcionários”. Ismael Carmena recorda os tempos difíceis da crise de 2011 no mercado espanhol, que se prolongou até 2013, e destaca o desinvestimento na área da gestão térmica e da climatização anos mais tarde (Behr Hella Service), “o que nos levou a racionalizar o nosso negócio e a centralizá-lo mais diretamente em produtos de alta tecnologia, como a iluminação, a eletrónica, o diagnóstico e a calibração de veículos”. No âmbito do novo projeto denominado FOCUS, encerrámos armazéns periféricos, que já não faziam muito sentido, racionalizámos a nossa gama de produtos e concentrámo-nos na atividade principal da empresa. Fizemos a mudança estratégica correta”, afirmou. O balanço destes sessenta anos é “muito positivo” e a empresa mantém-se “centrada no cliente”. Na sua opinião, faz diferença que todos os funcionários, antes de fazerem qualquer coisa, se perguntem “como o fariam se esta fosse a sua empresa”.
Inicialmente centrada em produtos de iluminação, a empresa manteve “uma cultura forte, que tornou a HELLA muito especial e as pessoas aqui estão muito próximas da empresa”, afirma. “Tivemos a sorte de ter uma equipa muito forte e, nos últimos dez anos, a trajetória tem sido muito positiva do ponto de vista das vendas.
Ismael Carmena acredita que o futuro do automóvel está na digitalização e na eletrificação dos veículos e diz que a HELLA e o Grupo Forvia “estão a investir fortemente nestas duas áreas. As mudanças que se avizinham na parte técnica do veículo já são uma realidade e estamos a investir muito no carro elétrico, na eletrónica do veículo, no diagnóstico e calibração, bem como em todos os componentes que têm um elevado valor acrescentado, como a iluminação combinada com a eletrónica”.
Com esta mudança no parque automóvel, as reparações destes componentes elétricos e eletrónicos vão ser necessárias nos próximos anos e Carmena acredita que, por isso, “vai haver uma série de fabricantes de componentes que vão ter essa tecnologia e essa gama de produtos. Investimos muito no equipamento original e no aftermarket, passámos de 300/400 referências eletrónicas para 4.000/5.000. Estamos envolvidos em muitos projetos de equipamento original em que a eletrónica desempenha um papel fundamental. Isto significa que, nos próximos anos, também teremos estes produtos no mercado pós-venda”, explicou.
Aceda ao artigo completo, na edição impressa do Jornal das Oficinas, de dezembro/janeiro aqui.




