“A oficina deve encarar a formação como um investimento”

01 - Delphi

Para o diretor ibérico da Delphi, David Zapata, “a tendência para a eletrificação é imparável, apesar de os níveis de vendas serem ainda baixos o mercado deverá adaptar-se e oferecer produtos específicos para estes novos veículos. No nosso caso, desenvolvemos gamas de pós-venda para veículos elétricos e, atualmente, a nossa oferta para a mobilidade elétrica é composta por 52 referências, abrangendo quase 3 milhões de veículos em circulação na Europa. O investimento na formação é fundamental, assim como o investimento em maquinaria que lhes permita diagnosticar e reparar estes veículos”

Na sua opinião, “a propulsão elétrica não será a única, e muito provavelmente não será a maioria da propulsão, pelo menos durante muitos anos. É por isso que as peças de desgaste rápido continuarão a ter uma presença importante no mercado e permanecerão um nicho de interesse para os fabricantes e distribuidores”. Segundo Zapata, “as peças remanufaturadas estão a ganhar quota de mercado. Em geral, estes produtos não só têm vantagens para o bolso do consumidor, uma vez que estão disponíveis a um preço mais baixo, por vezes até 50% menos, como também são mais benéficos para o ambiente. Os desafios que estas peças apresentam frequentemente são a logística e a gestão dos chamados cascos, ou seja, os componentes a reutilizar. É essencial tentar manter o processo o mais eficiente possível e que haja uma revisão contínua dos processos ao longo da cadeia, de forma a tentar torná-los o mais sustentáveis possível em todos os pontos”.

Sobre a chegada ao mercado de fabricantes multimarcas de qualidade comprovada e preços muito competitivos, o responsável salienta que “as principais mais-valias das marcas premium como a Delphi são, para além de um produto de alta qualidade, tanto o apoio técnico como o conhecimento que temos e que tentamos levar à oficina, de forma direta, através dos nossos distribuidores”. A seu ver, “a consolidação da distribuição é algo que já se adivinhava. Já estava a acontecer noutros países europeus e o mercado ibérico não ia ser uma exceção. Se o mercado continuar a alinhar-se em torno de grandes grupos de distribuição, estas encomendas aos fornecedores serão, pro- vavelmente, mais concentradas no tempo e armazenadas num único ponto comum, a partir do qual o grupo de distribuição se encarregará da sua logística, com envios para as suas lojas ou parceiros”.

No que diz respeito à descarbonização dos transportes, prevista para 2050, o Diretor de Espanha e Portugal da Delphi considera que “a nível internacional, o nosso aftermarket é um dos que tem maior capacidade de evolução e profissionalismo, o que lhe permite adaptar-se rapidamente às exigências do mercado”. Para os próximos anos, afirma que “tudo indica que o volume dos desenvolvimentos tecnológicos conti- nuará a ser extremamente elevado. O nosso setor sempre foi muito ágil e dinâmico neste aspeto. A oficina deve encarar a formação não como uma despesa, mas como um investimento que lhe trará benefícios. Ter profissionais capazes de prestar serviço nas novas tecnologias que estão a chegar ao mercado é uma vantagem competitiva.

Com tudo isto, a Delphi está preparada para continuar a dar todo o seu apoio aos distribuidores, independentemente da dimensão da empresa, para melhorar o seu posicionamento na oficina, tanto com os produtos avançados da nossa gama, como com ferramentas adicionais, como a formação e o apoio técnico”.

Esta entrevista também está disponível na edição impressa e online da Revista TOP100 Distribuidores 2024, aqui.