Convenção ANECRA abre caminho para a mobilidade sustentável

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O Centro de Congressos de Lisboa foi pequeno para receber os mais de 300 profissionais que marcaram presença na 35.ª Convenção da ANECRA, que foi conduzida por oradores de peso sob o tema “Setor Automóvel – Mobilidade mais Sustentável”

Na sessão de abertura desta 35.ª Convenção, o presidente da direção, Alexandre Ferreira, começou por destacar a importância de termos um setor resiliente, preparado para enfrentar os desafios futuros, através da implementação de estratégias inovadoras e focadas na sustentabilidade. Uma linha de pensamento continuada por Roberto Gaspar, secretário geral da ANECRA, que discursou sobre as oportunidades e desafios que a indústria automóvel enfrenta atualmente.

Produtividade Sustentável das PME’s

Antes mesmo de se dar início aos painéis de debate, Pedro Brito, reitor associado da NOVA School of Business and Economics, foi chamado a palco para apresentar um projeto de mentoria e formação dedicado às empresas. Até 2026, o Programa de Gestão para PME’s – Nova SBE VOICE Leadership pretende apoiar a modernização e competitividade de decisores das PME’s nacionais e, consequentemente, impactar positivamente o PIB português em 2%.

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Os desafios do Pós-Venda

Escassez de mão de obra qualificada, digitalização do setor e as oportunidades trazidas pelas viaturas elétricas foram os principais temas abordados neste primeiro debate, moderado por Roberto Gaspar, que contou com o forte contributo de Raúl González Martin (CEO da SOMOS MOVILIDAD), Miguel Melo (administrador da MCOUTINHO), João Cruz (gerente da Motortube), Pedro Prazeres (diretor pós-venda da SIVA), Luís Santos (diretor geral da Impoeste) e Vítor Pereira (presidente da ANCAV).

Sobre a primeira problemática, Miguel Melo destacou a importância da inovação e formação: “Tudo aquilo que não trouxer valor acrescentado, deverá ser automatizado”. Além disso, a empresa tem apostado na formação base de jovens, algo que “embora demore tempo, com as condições certas, permite assegurar talentos”.

Na perspetiva de João Cruz, “é importante ensinar que ter a profissão de mecânico, chapeiro ou pintor, deve ser motivo de orgulho. Os automóveis são máquinas complexas, saber trabalhar com elas é uma arte”.

Por sua vez, Luís Santos, destacou que embora seja um problema transversal, tem sido um grande desafio na área da colisão. “Na minha opinião, o problema persiste porque continua a haver pouca remuneração e baixa notoriedade da profissão”, alertando ainda para a importância do aumento da produtividade.

No contexto do país vizinho, o cenário não difere. Segundo Raúl González Martin, “a falta de mão de obra em Espanha é uma situação dramática. Faltam 15 mil profissionais. Estamos a ter dificuldade em captar talento jovem”, deu conta. O responsável salientou que para além de ser importante a componente da remuneração, existem outros elementos como o sentido de propósito, a carreira profissional e o tempo livre que também pesam na hora de fidelizar pessoas.

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Mobilidade sustentável no setor automóvel

Logo de seguida introduziu-se o tema da mobilidade sustentável, um debate moderado pela jornalista Ana Sofia Cardoso, que contou com seguintes cinco oradores: Tiago Ribeiro, business manager da SOLERA PORTUGAL, Gonçalo Castelo Branco, Head of E-mobility da EDP, José Pedro Pinto, CEO da ARVAL, Carlos Ferraz, E-Mobility Diretor da PRIO e João Reis, da Plataforma Promoção Combustíveis Baixo Carbono (PCBC).

Este painel abriu com a intervenção de José Pedro Pinto, que acredita que o “futuro será elétrico”. No entanto, ressalva que “não podemos fazer esta mudança contra os nossos clientes e consumidores. Temos de fazer este caminho de forma a remover barreiras e trabalhar nas resistências de forma pedagógica”.

Gonçalo Castelo Branco partilha da mesma opinião. “Existem várias assimetrias na adoção de veículos elétricos, mas 1 em cada 5 veículos vendidos já é eletrificado. Portugal é um caso de sucesso na Europa, com uma boa tendência neste sentido”, sublinhou.

Para João Reis, da PCBC, “as viaturas a combustão não irão acabar”, e reforça a importância de olhar para outros primas como o “económico e social”.

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Financiamento Automóvel

Logo de seguida foi introduzido o tema do financiamento. Nos últimos dois anos (2022 e 2023) as empresas portuguesas foram afetadas pela subida das taxas de juro. Para a maioria das entidades presentes (Santander, Cofidis e Cetelem) foram momentos com “alguma estabilidade”, contudo, houve um foco maior em programas de ajuda para capacitar os clientes com soluções que os auxiliassem a ultrapassar esta fase.

Um novo mar de soluções com IAG

O painel “Sociedade 4.0”, moderado por João Ricardo Moreira (Board Member da NOS Comunicações), demonstrou como a IAG pode ser um aliado das empresas com exemplos concretos de plataformas. Entre elas: Blue Yonder, Routific, OptimoRoute, River Systems, Intercom, Softing Automotive e muito mais.

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Comércio de usados

O início da segunda parte da convenção foi assinalado pelo tema “Os desafios imediatos do comércio de automóveis usados”, com a participação de Paulo Moreira, da CARPLUS, Américo Barroso, SÓ BARROSO, Sandra Sousa da XANAUTO, Gonçalo Pais Simões, CEO da FLEXICAR, Nuno Castel-Branco, CEO do STANDVIRTUAL, Nuno Carvalho, CFO da BRINCAR e Cátia Serrano, CEO da EQUAÇÃO MOTOR.

Premiar a excelência

O evento terminou com entrega dos PRÉMIOS ANECRA EXCELÊNCIA, nas categorias “Setor Pós-Venda”, “Setor Comércio de Viaturas Usadas”, “Setor do Retalho – Viaturas Novas”, “Personalidade do Ano no Setor Automóvel Português” e o “Prémio Carreira”.