Financiamento para mobilidade global sustentável cresce 42%
De acordo com um relatório da Oliver Wyman, o financiamento para a mobilidade sustentável cresceu 42%, alcançando os 21.000 milhões de dólares
A mobilidade sustentável tornou-se o segmento mais importante a nível mundial em termos de financiamento e o único que cresceu – mais 42%, atingindo os 21.000 milhões de dólares. Um crescimento impulsionado principalmente pelos investimentos em soluções de baterias e carregamentos, bem como por fabricantes de equipamento original (OEM) de veículos elétricos.
Estes são dados do relatório elaborado pela Oliver Wyman “Mobility Startup Radar”, que identifica os principais investimentos em startups do setor da mobilidade global, que vão desde a mobilidade sustentável e soluções de condução conectada e autónoma, até ao transporte em carros partilhados.
As conclusões deste relatório estão em sintonia com a Semana Europeia da Mobilidade e com o Dia Europeu sem Carros, que se assinalam esta semana (16 a 22 de setembro), reforçando a importância da mobilidade sustentável para o futuro das cidades e para a saúde pública.
Apesar das grandes inovações tecnológicas ocorridas nos últimos anos no mercado automóvel, o investimento é ainda relativamente reduzido. Depois de atingir o recorde de financiamento para startups de mobilidade em 2021, com 83 mil milhões de dólares, o investimento total em 2023 caiu para 39 mil milhões de dólares. Devido à incerteza económica global e à presença de numerosos conflitos regionais e crises políticas em curso, os fabricantes e os seus fornecedores de peças necessitam de enormes quantidades de recursos para expandir a capacidade de produção necessária.
Em 2023, as startups de fabrico de baterias emergiram como a principal fonte de inovação, com mais de 8 mil milhões de dólares de financiamento a nível mundial. Esta área tornou-se o foco principal de mudança, mas não se prevê que tenha um impacto significativo no mercado dos veículos elétricos até 2030. A China tem sido o principal líder no investimento de capital em tecnologia de baterias, mas a Lei de Redução da Inflação (IRA) e os esforços para aproximar as cadeias de abastecimento da indústria fez com que os Estados Unidos da América a alcançassem.
As startups dos EUA angariaram 9,8 mil milhões de dólares em financiamento entre 2021 e 2023, em comparação com os 5,3 mil milhões de dólares das startups chinesas.
Assim, prevê-se que as futuras empresas emergentes vão surgir em três categorias: fabrico de baterias (são líderes na obtenção de financiamento e angariaram mais de 8 mil milhões de dólares a nível mundial); serviço de baterias (uma vez que este setor atraiu mais de 1,3 mil milhões de dólares em investimentos em 2023); reutilização e reciclagem de baterias (prevê-se que mais de 100 milhões de baterias sejam retiradas do mercado na próxima década e, até 2040, 40% das novas baterias de veículos elétricos serão fabricadas a partir de material reciclado).
Atualmente, existem quatro grandes grupos focados na mobilidade: mobilidade sustentável; serviços de mobilidade; hardware e soluções na área da conectividade e condução autónoma; e vendas/pós-vendas.
O segmento de mobilidade sustentável tem sido o mais proeminente a nível mundial em termos de financiamento e o único que tem crescido desde 2022. Este setor registou um aumento de 42%, atingindo 21.000 mil milhões de dólares, impulsionado principalmente por investimentos em soluções e baterias, sistemas de carregamento, células de combustível e outras tecnologias para veículos mais limpos.
Os serviços de mobilidade viram a sua quota no investimento total cair em 2023, com a mobilidade sustentável a absorver um terço do financiamento que este segmento recebia anteriormente. No total, atraiu 6,7 mil milhões de dólares, em comparação com 7,7 mil milhões de dólares em 2022. No caso da Europa, o financiamento caiu até 82% em 2023.
O financiamento de empresas emergentes na área da conectividade e da condução autónoma registou uma diminuição de 23% face ao ano anterior. O setor dos veículos autónomos (AV) baixou de 9,2 mil milhões de dólares para 7 mil milhões de dólares, impulsionado em grande parte por um declínio no financiamento nos Estados Unidos. Por outro lado, a Europa viu o seu financiamento aumentar para 1,6 mil milhões de dólares, enquanto o Reino Unido trabalha para posicionar-se como o terceiro maior centro mundial de veículos autónomos, depois da China e dos Estados Unidos.
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