Mercado de usados caiu 2% em junho
Segundo o Standvirtual, verificou-se uma diminuição de -2% na oferta do total de veículos usados no mês de junho, juntamente com um decréscimo geral de -7% na procura, em relação ao período homólogo do ano anterior
Conforme o estudo realizado pelo Standvirtual, as marcas de luxo do total de carros usados foram a única categoria que revelou crescimento da oferta e procura em junho, face ao mesmo mês do ano passado (+14% e +4%, respetivamente).
Combustível
Os veículos elétricos (+108%) registaram o maior aumento da procura em junho face ao ano passado, no mercado de usados. No que diz respeito à oferta, o maior crescimento foi também o dos elétricos (+89%), em relação ao período homólogo de 2023.
A oferta de carros a gasolina cresceu (+8%) face ao mesmo mês do ano anterior. Já a procura diminuiu ligeiramente nos automóveis a gasolina (-1%) em relação ao período homólogo. No que diz respeito aos automóveis a diesel, esta tipologia apresentou uma diminuição da procura e da oferta (-17% e -11%, respetivamente).
Carros Elétricos, Híbridos a Gasolina, Híbridos a Diesel e Híbrido Plug-in representaram cerca de 13% da procura e cerca de 12% da oferta, em junho; Diesel (55%) e Gasolina (27%) mantiveram-se nas tipologias mais procuradas.
Em junho, os automóveis a gasolina, híbridos plug–in e híbridos a gasolina foram as únicas tipologias de combustível com maior oferta de anúncios (33%, 3% e 2%, respetivamente) do que procura. Nas restantes, a procura é igual ou inferior à oferta.
Preços
Veículos abaixo de 15.000€ e acima de 30.000€ revelaram uma diminuição da procura (-11% e -4%, respetivamente) em junho, face ao mesmo período do ano passado. Já nos automóveis entre 15.000€ a 30.000€, a procura aumentou em relação ao período homólogo do ano anterior (+2%).
A oferta aumentou apenas nos veículos acima de 30.000€ (+7%), em comparação a junho passado. No entanto, a oferta apresentou um decréscimo nos automóveis entre 15.000€ a 30.000€ (-3%) e manteve-se estagnada nos carros acima de 15.000€ (0%).
A categoria dos 10.000€ aos 25.000€ continuou a registar o maior número de visualizações (38%) e de anúncios (55%) em junho.
Ano de matrícula
A procura cresceu nos carros de 1 a 3 anos (+20%), face a junho do ano passado. Já nos veículos de 10 a 15 anos, a procura diminuiu em relação ao mesmo período do ano anterior (- 17%). Este decréscimo da procura esteve presente também nos automóveis entre os 3 e os 5 anos (-7%), de 5 a 10 anos (-6%) e nos até 1 ano (-2%).
A oferta revelou um crescimento comparativamente ao mesmo mês de 2023 nos veículos de todos os intervalos de idade, exceto nos automóveis de 3 a 5 anos (-16%) e nos carros entre 10 a 15 anos (-4%).
Carros com matrícula entre 2017 e 2018 foram os mais visualizados em junho (cerca de 9,4%), seguidos dos carros matriculados entre 2019 e 2021 (cerca de 7,9%).
Segmento e Marca
Em junho, a procura cresceu nos SUV (+8%) e nos citadinos (+5%) face ao mesmo mês do ano passado. Nos restantes segmentos a procura desceu, especialmente nos utilitários (-23%) e nos pequenos citadinos (-21%).
SUV (23%), carrinhas (17%), utilitários (16%) e citadinos (15%) foram os segmentos mais procurados em junho. A oferta foi maior e superou a procura nas categorias de SUV (27%), carrinhas e utilitários (cerca de 18% nos dois segmentos) e citadinos (cerca de 15,3%).
A BMW (13,4%), a Mercedes-Benz (12,4%) e a Peugeot (8,6%) foram as marcas mais procuradas em junho. No que diz respeito às marcas mais anunciadas, estas foram a Mercedes-Benz (12%), a BMW (10,9%) e a Peugeot (10,3%).
Os carros mais procurados em junho, por intervalo de preços, foram o Citroen C3 na categoria abaixo dos 5.000€; o BMW Serie 1 na categoria dos 5.000€ aos 10.000€; o Mercedes-Benz Classe C na categoria dos 10.000€ aos 25.000€; o Tesla Model 3 dos 25.000€ aos 40.000€; e o Porsche 911 acima dos 40.000€.
Nos elétricos e híbridos, a procura foi encabeçada pelo Tesla Model 3, o Renault Zoe e o BMW Serie i, em junho.
“Neste mês de junho, verificamos uma diminuição da procura e oferta no mercado de usados. Esta queda de -2% na oferta não é algo significativo, podem existir mesmo diversos motivos que influenciam esta evolução. No entanto, isto deixa-nos em alerta para os próximos meses e estaremos atentos para tentar perceber se há algum padrão ou se isto é o início de uma nova tendência. De realçar, que é a primeira vez, desde o início do ano, que observamos um valor ligeiramente negativo na oferta de automóveis usados”, mencionou Nuno Castel-Branco, diretor geral do Standvirtual.