“O segredo do negócio é saber comprar bem”, Paulo Silva, PDauto
Perto de completar duas décadas, a PDauto está prestes a entrar num novo projeto. Sedeada em Braga, a empresa adquiriu recentemente a Turbo Peças, um importante retalhista de peças do Porto. Paulo Silva, diretor-geral da PDauto conta-nos como tudo começou e levanta um pouco o véu sobre o que está para vir
Depois de uma vida ligado às peças automóveis, Paulo Silva, fundador e diretor-geral da PDauto, decidiu “abraçar o sonho” da sua vida, em 2005. Foi nesse ano que, sozinho, abriu o distribuidor de peças de ligeiros, especialista em mecânica, que hoje ocupa lugar de destaque no panorama do aftermarket nacional.
“Iniciei sozinho, em 2005, e à medida que a empresa começou a crescer, comecei a meter mais funcionários. A Daniela só se juntou a nós em 2010/ 2011. Neste momento temos também uma equipa comercial interna que é a responsável por todos os projetos com oficinas e montagens e tudo que esteja direcionado para a venda, esta equipa que faz esse trabalho com os nossos comerciais e com os clientes, e vai ao terreno quando é necessário. Eu gosto muito de organização – apesar de não ser uma pessoa muito organizada – gosto de delinear e de criar a organização”, conta-nos Paulo Silva, orgulhoso das conquistas da empresa, que nem nos momentos mais difíceis vacilou: “Temos vindo a crescer! Por incrível que pareça, mesmo durante a crise de 2008 até 2012 estivemos em crescimento constante, porque nessa altura utilizavam-se e reparavam-se muitos carros usados. Em 2012 foi quando começamos a colocar vendedores na rua. As oportunidades foram surgindo e nós fomos aproveitando e crescendo, sempre de uma forma sustentada”, diz-nos o diretor-geral da PDauto.
Negócio alavancado
O crescimento seguro levou a que, em 2016, a PDauto mudasse para as atuais instalações, em Braga, com 2.200 m2 de armazenamento que, na altura, eram “grandes demais e hoje já são pequenas”.
Ao longo destes anos, foram fazendo alterações e, com o tempo, esperam-se outras, para alargar a capacidade de stock da casa: “Já aumentámos bem as instalações, temos mais um piso em cima que não existia, que são mais 500 metros, e estamos a negociar outro pavilhão. Estamos bem organizados, com a estrutura dividida em cinco equipas e todas elas trabalham umas com as outras”, explica, lembrando que desde 2019 contam também com a loja de Barcelos, “que está a trabalhar muito bem”.
O portfólio da casa aumentou com a compra da Turbo Peças, em 2023, que Paulo Silva recorda como “uma oportunidade que surgiu e que nós soubemos aproveitar muito bem”. Sobre os projetos futuros Paulo Silva ainda não abre o jogo, revela apenas que “Queremos trabalhar mais com os fabricantes e ter poder de compra, porque chegamos a um ponto em que a venda está feita e o essencial é a compra!”. É por isto que o responsável entende que deve ser a própria empresa a criar a sua própria “alavanca de vendas” focando-se especialmente na primeira parte do negócio, pois, a seu ver, “o segredo do negócio é comprar bem!”.
Convém, deste modo, “estar integrado num grupo grande, para ter acesso às marcas”. Abrir mais lojas é uma situação que pode estar em cima da mesa, basta, perante a oportunidade, diz-nos Paulo Silva, “perceber se vale ou não a pena”. O nosso entrevistado considera que o mercado do aftermarket está bastante saturado.
Qualidade e garantia
Atualmente, a PDauto é um fornecedor global, tem peças e equipamentos, o que lhe permite “fornecer uma oficina a 100%”, carroçaria incluída. A oferta não engloba, para já, peças remanufaturadas, pois não passa pelos objetivos da empresa, ainda que, “se o caminho for por aí, nós iremos lá estar com certeza”, garante.
O que o responsável tem procurado, explica-nos, “é trabalhar com marcas que nos deem a qualidade e a garantia necessária para nós podermos vendê-las no mercado”. A comercialização de ferramentas e equipamentos veio precisamente da necessidade que a PDauto registou no contacto com os clientes. Com uma “boa base de vendedores, decidimos começar a atuar mais na linha dos equipamentos. Estamos a trabalhar com a GYS diretamente e está a ser muito bom. E isso depois já é uma alavanca para outras. É uma necessidade e estamos a saber aproveita-la muito bem”, esclarece Paulo Silva.
Na área dos lubrificantes, o destaque vai para a TotalEnergies, que Paulo Silva acredita que irá ser “uma marca que vai crescer muito no nosso grupo. Ainda recentemente fizemos uma formação só para os vendedores, portanto, é uma marca em que vamos apostar muito. Existe também o conceito das oficinas TQAS – TotalEnergies Quartz Auto Service, que já temos duas e queremos ter mais, porque é uma marca de prestígio”. Trabalham ainda com a Global Racing Oil, que o diretor-geral carateriza como “uma marca de respeito”, bem como com a Valvoline, que considera “uma marca histórica com a qual nunca deixamos de trabalhar”, explica.
Leia a entrevista completa na edição impressa do Jornal das Oficinas de junho/julho, aqui.